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Em sua carreira Sérgio não teve muito sossego. De temperamento forte, o goleiro sempre manteve um relacionamento franco e muito sincero com os dirigentes na busca de seus direitos.

Além disso não teve muita sorte com os próprios ossos, um fator decisivo nos momentos mais importantes de sua trajetória nos gramados.

Filho de Hércules Valentim e Leonor Battan Valentim, Sérgio Vágner Valentim, ou ainda Sérgio Wágner Valentin, conforme algumas publicações, nasceu na cidade de Chavantes (SP), no dia 22 de maio de 1945.

Iniciou sua carreira profissional em 1963 no São José Esporte Clube. Na época, foi companheiro de clube de Emerson Leão, que também iniciava sua trajetória.

Crédito: revista Placar.

Leão e Sérgio juntos novamente na Seleção Brasileira em 1972. Crédito: revista Placar – 24 de agosto de 1979.

Campeão paulista da 3ª divisão em 1964 e da segunda divisão em 1965, sua negociação com o São Paulo Futebol Clube aconteceu em 1967. Ao todo foram 105 jogos com a camisa do São José.

Nos primeiros anos de Morumbi Sérgio foi emprestado ao Esporte Clube Taubaté em 1967 e depois ao Paulista Futebol Clube de Jundiaí em 1968, antes de retornar ao São Paulo em 1969.

Sérgio não era um goleiro que vivia apenas de suas “pontes” magníficas. Sua colocação e frieza o transformaram no “São Sérgio”, o responsável direto por vários triunfos do quadro tricolor.

Suas grandes atuações deram estabilidade ao time que conquistou o bicampeonato paulista de 1970/71, um feito marcante diante do incômodo jejum de títulos desde 1957.

“São Sérgio” e suas defesas milagrosas. Crédito: revista Placar.

Sérgio e Forlan no Morumbi. Crédito: revista Placar.

Na Seleção Brasileira Sérgio participou do discutido amistoso contra a Seleção Gaúcha no dia 17 de Junho de 1972.

Naquela oportunidade, os torcedores locais estavam indignados pela ausência de jogadores gaúchos no grupo convocado pelo técnico Mário Jorge Lobo Zagallo, especialmente com respeito ao lateral esquerdo Everaldo.

Os torcedores presentes ao Beira Rio torceram em peso contra o onze amarelinho. As vaias gaúchas marcaram uma partida muito disputada, que terminou com o placar de 3×3.

Sérgio também fez parte do elenco que conquistou a Taça independência em 1972. O titular naquela campanha foi Emerson Leão.

Sérgio em partida contra o Grêmio no Morumbi. Crédito: revista Placar – Agosto de 1971.

Crédito: revista Placar – 3 de dezembro de 1971.

Com duas participações na Libertadores da América e um vice-campeonato brasileiro, Sérgio foi aos poucos perdendo seu lugar no time depois da chegada de Waldir Peres.

Jogando pelo Tricolor, Sérgio esteve em campo em 203 partidas com 97 vitórias, 69 empates e 37 derrotas. Os dados foram publicados pelo Almanaque do São Paulo, de autoria de Alexandre da Costa.

Em janeiro de 1975, Sérgio cansou do banco de reservas e trocou o tricolor pelo desafio de jogar no time do Parque São Jorge.

Sua estreia pelo Corinthians aconteceu no mês de fevereiro, no Torneio Internacional Taça Cidade de São Paulo.

Crédito: revista Placar.

Álbum de figurinhas Bola de Prata 1971.
Crédito: albumefigurinhas.no.comunidades.net.

A Taça Cidade de São Paulo serviu como preparação para a temporada e ofereceu ao público um interessante confronto entre grandes equipes do futebol Sul Americano: São Paulo, Corinthians, San Lorenzo da Argentina e o Peñarol do Uruguai.

Na partida final, justamente contra o São Paulo, Sérgio garantiu o título ao alvinegro na cobrança de penalidades.

Sérgio enfrentou um período muito difícil no Corinthians. A ausência de títulos sepultou vários jogadores que por lá passaram. Com o goleiro Sérgio não foi diferente!

Conforme depoimento publicado na revista Placar de 24 de agosto de 1979, Sérgio revelou uma mágoa particular com o Corinthians.

Do São Paulo ao turbulento Corinthians. Crédito: revista Placar.

Crédito: revista Placar.

Em 1976 o técnico David Ferreira, o Duque, comunicou ao presidente Vicente Matheus que Sérgio não poderia mais jogar porque estava com uma fratura calcificada na mão:

– Não fizeram nada para me ajudar… Eu poderia ter permanecido no Corinthians por muito mais tempo.

No time do Parque São Jorge Sérgio realizou 61 partidas e sofreu 43 gols até 1976, ano em que perdeu sua condição de titular para o companheiro Tobias depois de uma fratura no braço.

Os números foram publicados pelo reconhecido Almanaque do Corinthians, de autoria de Celso Dario Unzelte.

Durante boa parte de sua carreira, Sérgio Valentim sofreu com os próprios ossos. Além de constantes problemas na clavícula, joelhos e tornozelos, ainda teve que lutar contra duas fraturas, uma no dedo e outra no braço.

Crédito: revista Placar – 21 de janeiro de 1977.

Crédito: revista Placar – 25 de março de 1977.

Posteriormente, o goleiro ainda jogou pelo Coritiba Foot Ball Club e conquistou o campeonato paranaense de 1978.

Depois de desentendimentos de ordem salarial, Sérgio voltou ao mesmo São José em 1979, quando já contava com 34 anos de idade. No mesmo ano pendurou suas chuteiras.

Fora dos gramados Sérgio iniciou sua fase como treinador trabalhando no Taubaté, São José e no Grêmio Santanense, de São José dos Campos.

Fora do futebol, Sérgio montou uma Transportadora e depois abriu uma loja de vitrais em São José. Mais recentemente atuou como comentarista no canal SporTV.

A volta ao São José. Crédito: revista Placar – 24 de agosto de 1979.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Mauro Pinheiro, Maurício Cardoso e Milton Ivan), revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Veja, revista Manchete, museudeesportes.sjc.sp.gov.br, gazetaesportiva.net, globoesporte.globo.com, topicos.estadao.com.br, scratchcorinthiano.blogspot.com, Almanaque do São Paulo – Alexandre da Costa, Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, site do Milton Neves, albumefigurinhas.no.comunidades.net.