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Não é de hoje que mantemos uma relação de admiração com o futebol argentino. Sempre importamos seus craques e adoramos como eles “pelean en la cancha”.

Roberto Alfredo Perfumo, um dos maiores zagueiros do futebol mundial, nasceu em Sarandí, na província de Buenos Aires, em 3 de outubro de 1942.

Sua trajetória no futebol foi iniciada no time do Pulqui em 1957, no mesmo bairro onde morava.

Em 1960 tentou ser aprovado nas divisões amadoras do Club Atlético River Plate, mas não foi aproveitado. No ano seguinte foi encaminhado ao Racing Club de Avellaneda.

Roberto Perfumo fez sua primeira participação no time principal do Racing em janeiro de 1964, inicialmente na posição de médio-volante. Com o passar do tempo, seu futebol foi utilizado no miolo de zaga.

Crédito: revista Sport número 34 – Suplemento Mensal de El Gráfico – Junho de 1967.

Basile e Perfumo, ídolos do Racing. Crédito: revista Sport número 38 – Suplemento Mensal de El Gráfico – Outubro de 1967.

Conhecido como “El Marischal” (Marechal), Roberto Perfumo era um dos destaques do elenco comandado pelo treinador Juan José Pizzuti, o grande mentor da conquista do título argentino na temporada de 1966.

Talentoso, Roberto Perfumo disputou o mundial de 1966. A argentina foi bem na fase de grupos, mas foi derrotada por 1×0 pela Inglaterra nas Quartas de Final, na famosa partida em que Rattin foi expulso de campo pelo árbitro alemão Rudolf Kreitlein.

Em 1967 Roberto Perfumo e seus companheiros entraram para os livros de história do Racing. Campeão da Taça Libertadores da América, o Racing conquistou também a Copa Intercontinental de Clubes.

Foram 3 partidas diante do Celtic da Escócia. No primeiro confronto, na Escócia, o Celtic venceu por 1×0. No jogo de volta, no Estádio Juan Domingo Perón, o Racing venceu por 2×1, o que forçou uma partida extra.

Para o jogo de desempate contra o Celtic, o palco escolhido foi o Estádio Centenário, no Uruguai. O Racing venceu por 1×0 e assim ficou com o título!

Roberto Perfumo não consegue evitar mais um gol do Brasil. A Argentina foi derrotada por 4×1 no Maracanã. Crédito: revista Sport número 49 – Suplemento Mensal de El Gráfico – Setembro de 1968.

Roberto Perfumo com a camisa do Racing, bastante parecida com a camisa do selecionado argentino. Crédito: revista Sport número 57 – Suplemento Mensal de El Gráfico – Maio de 1969.

Naquela memorável equipe de 1967, Roberto Perfumo formou uma linha defensiva de respeito ao lado dos companheiros Cejas, Martín, Chabay e Basile.

Lamentavelmente, Roberto Perfumo não esteve presente na Copa do México em 1970. A Argentina perdeu sua classificação para o surpreendente time peruano nas eliminatórias.

A Argentina, que começou mal nas eliminatórias ao perder da Bolívia na primeira partida por 3×1, terminou sua participação de forma melancólica, ao ser eliminada pelo Peru em pleno Estádio da Bombonera.

31 de agosto de 1969 – Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970 – Argentina 2×2 Peru – Estadio La Bombonera – Árbitro: Ricardo Hormazabal (Chile) – Gols: Ramírez aos 63’ e 82’ para o Peru; Albrecht aos 77’ e Rendo aos 90’ para a Argentina.

Argentina: Agustín Cejas; Luis Gallo, Roberto Perfumo, Rafael Albrecht, Silvio Marzolini; Juan Carlos Rulli (Rendo), Miguel Brindisi, Carlos Pachamé, Marcos; Yazalde e Aníbal Tarabini. Técnico: Adolfo Pedernera. Peru: Rubiños; Campos, Orlando De La Torre, Héctor Chumpitaz, Risco; Roberto Challe, Cruzado, Julio Baylón (Fernandez), León; Teófilo Cubillas e Oswaldo Ramírez. Técnico: Didí.

Crédito: revista El Gráfico – 1969.

Crédito: revista Veja.

Roberto Perfumo permaneceu no Racing até 1971. Seu destino foi o Cruzeiro Esporte Clube, que na oportunidade buscava um substituto para Procópio, que lutava para voltar aos gramados depois de sofrer uma grave contusão.

A adaptação de Perfumo ao futebol brasileiro não foi tão fácil. Os problemas começaram quando o filho Gustavito adoeceu, talvez em razão das constantes viagens do casal para a Argentina.

Morando em um apartamento pequeno, Mabel (esposa de Perfumo) sentia saudades do palacete de 55.000 dólares no bairro de Sarandí, uma obra totalmente idealizada por ela. 

Depois de apenas 15 meses, Roberto Perfumo deixou Belo Horizonte. Convencido pelos dirigentes do Cruzeiro, o zagueiro concordou em voltar ao Brasil para cumprir seu contrato.

Pelo Cruzeiro, Roberto Perfumo foi tricampeão mineiro nas edições de 1972, 1973 e 1974; além do vice-campeonato brasileiro de 1974. Até hoje seu nome é lembrado e respeitado pelos torcedores da “Raposa”.

Crédito: revista Placar – 2 de abril de 1971.

Crédito: revista Placar – Série Grandes Perfis.

Quando ainda jogava pelo Cruzeiro, Roberto Perfumo disputou a Copa do Mundo da Alemanha em 1974. Depois de 168 partidas pelo time mineiro, o jogador acertou seu retorno para a Argentina ao firmar compromisso com o Club Atlético River Plate. 

Campeão argentino de 1975 pelo River Plate, Roberto Perfumo encerrou a carreira em 1978, para em seguida trabalhar como treinador.

Comentarista da ESPN da Argentina e colunista do Diário Olé, Roberto Alfredo Perfumo faleceu no dia 10 de março de 2016.

O ex-jogador estava Internado no Hospital Argerich, em Buenos Aires, após sofrer uma queda de uma escada em um restaurante no bairro de Puerto Madero, também localizado na capital argentina.

Com traumatismos no crânio e no quadril, Roberto Perfumo ainda foi transferido para o Hospital Los Arcos, mas não resistiu.

Pedro Rocha e Perfumo no Morumbi em 1971. Crédito: revista Placar – 29 de outubro de 1971.

Johan Cruyff e Roberto Perfumo. Crédito: elgrafico.com.ar.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Alberico Souza Cruz, Arthur Ferreira, Carlos Maranhão, Célio Apolinário, Divino Fonseca, João Areosa, Raul Quadros e Roberto Appel), revista El Gráfico (por Hector Onesime), revista Fatos e Fotos, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete, revista Manchete Esportiva, revista O Cruzeiro, revista Veja, Jornal do Brasil, Jornal Estado de Minas, Jornal O Globo, acervo.oglobo.globo.com, campeoesdofutebol.com.br, cariverplate.com.ar, cruzeiro.com.br, elgrafico.com.ar, globoesporte.globo.com, mg.superesportes.com.br, ole.com.ar, racingclub.com.ar, site do Milton Neves (por Marcelo Rozenberg), veja.abril.com.br, Almanaque do Cruzeiro – Henrique Ribeiro.