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O conceituado jornalista francês Michel Laurence pode ser considerado o verdadeiro pai do prêmio “Bola de Prata”.

Quando trabalhava na revista Placar, Michel Laurence costumava acompanhar as premiações oferecidas por revista estrangeiras aos melhores jogadores de cada temporada.

Foi então que percebeu que faltava algo parecido no Brasil, um reconhecimento específico e justo aos verdadeiros donos do espetáculo da bola!

Acompanhado do fotógrafo Manoel Motta, Michel Laurence sugeriu aos diretores da revista Placar a criação de uma premiação nos moldes do prêmio “Ballon D’or” da revista France Football.

A primeira edição do prêmio “Bola de Prata” aconteceu em 1970, no mesmo ano do lançamento da revista Placar. A “Bola de Ouro”, no entanto, só apareceu depois.

São Paulo e Atlético Mineiro no Morumbi em 1969. Partindo da esquerda; Humberto Monteiro (camisa 2), o goleiro Mussula, Toninho Guerreiro e Grapete (encoberto). Crédito: acervo.oglobo.globo.com.

O Atlético Mineiro em 1970. Partindo da esquerda; Careca, Humberto Monteiro, Vanderlei Paiva, Vaguinho, Grapete, Oldair, Lola, Tião, Vander, Laci e Cincunegui. Crédito: revista Placar – 4 de setembro de 1970.

E o lateral-direito do Atlético Mineiro Humberto Monteiro brilhou nas premiações de 1970 e 1971, quando a disputa da “Bola de Prata” já era acirrada e representava uma grande projeção aos seus ganhadores.

Nascido em Cachoeiro de Itapemirim (ES), em 30 de agosto de 1947, Humberto Monteiro começou sua trajetória no Ipiranga de Cachoeiro de Itapemirim.

Em seguida foi encaminhado aos quadros da Desportiva Ferroviária Futebol Clube (ES).

Campeão capixaba em 1965 e 1967, Humberto Monteiro foi contratado pelo Clube Atlético Mineiro em agosto de 1967, por 70 mil cruzeiros.

Na época, a quantia foi considerada um investimento irrisório, face ao bom futebol do jovem lateral-direito com a camisa da Desportiva Ferroviária.

Vaguinho e Humberto com o troféu Bola de Prata da revista Placar. Foto de Célio Apolinário. Crédito: revista Placar – 29 de janeiro de 1971.

Humberto mostra orgulhoso a Bola de Prata aos torcedores do Atlético MIneiro. Foto de Célio Apolinário. Crédito: revista Placar – 29 de janeiro de 1971.

Campeão da Taça Belo Horizonte e do campeonato mineiro de 1970, Humberto foi um dos destaques na disputa da Taça de Prata de 1970, quando o Fluminense ficou com o título e o Atlético Mineiro ficou na terceira colocação.

Abaixo, uma das importantes participações de Humberto Monteiro na boa campanha do quadro mineiro na Taça de Prata de 1970:

20 de dezembro de 1970 – Última rodada da Taça de Prata 1970 – Fluminense 1×1 Atlético Mineiro – Estádio do Maracanã – Árbitro: José Favilli Neto – Gols: Mickey aos 32′ do primeiro tempo; e Vaguinho aos 2′ do segundo tempo.

Fluminense: Felix; Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio (Toninho); Denílson e Didi; Cafuringa, Cláudio, Mickey e Lula. Técnico: Paulo Amaral. Atlético Mineiro: Renato; Nélio (Zé Maria), Humberto, Vantuir e Oldair; Vanderlei e Humberto Ramos; Ronaldo, Lola, Vaguinho e Tião. Técnico: Telê Santana.

Crédito: revista Placar – 24 de dezembro de 1971.

Foto de Fernando Pimentel. Crédito: revista Placar – 24 de dezembro de 1971.

Campeão brasileiro de 1971, Humberto Monteiro foi o ganhador da concorrida “Bola de Prata” da revista Placar nas edições de 1970 e 1971.

Em 1972, depois de mais de 200 partidas disputadas pelo Atlético Mineiro, Humberto Monteiro acertou suas bases financeiras com a Associação Portuguesa de Desportos.

Para os torcedores da Lusa, o time contava novamente com um lateral vigoroso, semelhante ao estilo de Zé Maria, negociado com o Corinthians.

No entanto, alguns meses depois, seus direitos federativos foram negociados com o Clube de Regatas do Flamengo.

Sem apresentar o mesmo futebol dos tempos de Atlético Mineiro, Humberto Monteiro não permaneceu por muito tempo na Gávea. Foram apenas 13 compromissos disputados.

Crédito: albumefigurinhas.no.comunidades.net.

Humberto, Vanderlei Paiva e Vantuir. Crédito: revista Placar – 31 de dezembro de 1971.

Na metade da década de 1970, Humberto Monteiro defendeu ainda o SAAD de São Caetano do Sul (SP) antes de voltar para a Desportiva Ferroviária, seu último clube antes de deixar os gramados.

Sem nenhum patrimônio acumulado enquanto jogou futebol profissionalmente, Humberto Monteiro sofreu com os reflexos da impiedosa e cruel “depressão pós-futebol”.

Humberto Monteiro faleceu na cidade de Belo Horizonte (MG), em 27 de março de 1980, justamente em seu primeiro dia de trabalho como motorista de uma indústria de transformadores em Contagem (MG).

Aos 32 anos de idade, o ex-jogador do Atlético Mineiro recebia ajuda da Associação de Garantia aos Atletas Profissionais (Agap).

Crédito: revista Grandes Clubes Brasileiros.

Os novos contratados da Portuguesa de Desportos. Em pé: Joel Mendes e Humberto Monteiro. Agachados: Samarone e Héctor Silva. Crédito: revista Placar número 114 – 19 de maio de 1972.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Célio Apolinário, Fernando Pimentel, Gílson Felix, Michel Laurence e Manoel Motta), revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal Estado de Minas, acervo.oglobo.globo.com, atletico.com.br, campeoesdofutebol.com.br, ferroviariaes.blogspot.com.br, superesportes.com.br, albumefigurinhas.no.comunidades.net.

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