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Djalma Bezerra dos Santos, o Djalma que defendeu o Sport Recife, Vasco da Gama e Bangu, nasceu em Recife (PE), no dia 19 de dezembro de 1918.
Oriundo das categorias amadoras do Sport Club do Recife, Djalma fez sua primeira participação no time principal marcando o gol do empate por 1×1 contra o Santa Cruz, partida válida pelo campeonato de 1937.
Em 1938 conquistou o título pernambucano e pela primeira vez jogou ao lado de Ademir Marques de Menezes, com quem mais tarde atuou no Vasco da Gama e na Seleção Brasileira.
Campeão pernambucano de 1941, Djalma era uma das peças importantes do time que excursionou ao Sul/Sudeste no final da temporada.
Em sua passagem pela Ilha do Retiro, Djalma também defendeu o selecionado pernambucano no campeonato brasileiro de seleções estaduais.

Do sucesso no Sport ao apogeu no “Expresso da Vitória”. Crédito: revista Esporte Ilustrado.

O Vasco no início dos anos 40. Em pé: Berascochea, Oncinha, Dino, Sampaio, Rafagnelli e Argemiro. Agachados: Djalma, Lelé, Alfredo, Ademir e Chico. Crédito: revista Esporte Ilustrado.
Mesmo perdendo vários de seus jogadores para os times do Sudeste, o “Leão da Ilha” conseguiu o bicampeonato em 1942, com Djalma faturando seu terceiro título pernambucano.
Foi a última conquista pelo Sport Recife antes de ser negociado com o Vasco da Gama em 1943. Ao todo, Djalma marcou 44 gols durante o período em que defendeu o Sport Recife.
Ponteiro direito de origem, Djalma também jogava em outras posições do ataque e até como médio.
Desempenhou um importante papel tático no time que ficou conhecido como “Expresso da Vitória”. Escalado na meia-cancha, Djalma oferecia maior liberdade para Ademir Marques de Menezes.
Em São Januário, Djalma conquistou os Torneios Relâmpagos em 1944 e 1946; o Torneio municipal em 1944, 1945, 1946 e 1947 e o campeonato carioca de 1945 e 1947, além do importante Sul-Americano de clubes em 1948.

Partindo da esquerda; Santo Cristo, Elgen, Alfredo, Djalma e Friaça. Crédito: revista Esporte Ilustrado.

Djalma e Maneca. Crédito: revista Esporte Ilustrado.
Pela Seleção Brasileira, Djalma participou do Sul-Americano de 1945, quando realizou sua única partida contra o Chile.
No início de 1949 Djalma deixou o Vasco e foi contratado pelo Bangu Atlético Clube, que na ocasião tentava montar uma boa equipe para disputar o campeonato carioca.
Conforme publicado pelo site bangu.net, Djalma fez sua primeira partida pelo alvirrubro em 31 de março de 1949, no empate em 2×2 com o Flamengo.
Inicialmente, Djalma foi aproveitado como atacante, mas depois foi escalado na meia-cancha e em algumas oportunidades até como zagueiro.
Depois de uma boa temporada em 1950, Djalma foi vice campeão carioca em 1951. Sua última partida pelo Bangu aconteceu em 16 de janeiro de 1954, na vitória por 2×1 contra o América.

Crédito: revista Placar.

Crédito: reprodução revista Esporte Ilustrado número 612.
Djalma teve um fim trágico chocou o mundo do futebol!
Faleceu durante os festejos do carnaval de 1954, resultado de um ato imprudente que foi muito divulgado pela imprensa.
O Jornal “O Globo”, em sua edição do dia 3 de março, relatou em detalhes os acontecimentos da tragédia.
Na tarde de segunda-feira, Djalma participava do baile na Associação dos Empregados do Comércio. Estava ao lado de sua irmã Dulce e da amiga Ivone Santos.
Durante o baile, alguém pisou no pé de Dulce. Interpretando o gesto como proposital, Djalma protestou e o acontecimento virou um grande conflito. Na luta, Djalma sofreu um ferimento na cabeça e recebeu atendimento no Hospital.

Crédito: revista O Globo Sportivo número 688.

Zizinho e Djalma. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 684 – 17 de maio de 1951.
Recuperado, Djalma voltou para continuar participando da festa. Estava muito animado e inteiramente entregue no clima de folia.
Por volta das 22 horas, Dulce propôs terminar os festejos em sua residência. No entanto, quando lá chegaram, a chave não funcionou na fechadura.
Por sugestão de uma vizinha, Djalma tentou entrar no apartamento de Dulce, no segundo andar, descendo por uma corda de persiana de outro apartamento do terceiro andar.
Todavia, o cordel não suportou o peso do corpo do jogador e arrebentou. Djalma caiu na rua e bateu com a cabeça no meio-fio.
Levado para o hospital, Djalma não resistiu e faleceu quando o relógio marcava 13 horas e 30 minutos do dia 2 de março de 1954.

Crédito: revista Esporte Ilustrado número 725 – 28 de fevereiro de 1952.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado, revista Manchete, revista O Cruzeiro, revista O Globo Sportivo, Jornal dos Sports, Jornal Mundo Esportivo, Jornal O Globo, bangu.net, campeoesdofutebol.com.br, globoesporte.globo.com, kikedabola.blogspot.com.br, museudosesportes.blogspot.com.br, vasco.com.br.
Poucos jogadores brasileiros, em todos os tempos, receberam o ilustre título de “O Homem dos Sete Instrumentos”. Entre os três mais célebres eu só consigo trazer à tona da minha memória, os nomes de Djalma, Alfredo e Artêmio. De Djalma esse formidável blog saudosista já falou bastante e eu acrescentarei alguma coisinha mais adiante. Alfredo foi companheiro de Djalma nos timaços do Vasco da Gama. Ambos só não jogaram como goleiros. Estavam em todas as posições e, muitas vezes, apareciam numa rodada como atacantes e já na outra como defensores. O mesmo fato se deu com o menos badalado dos três: Artêmio Tomasi, natural de Caxias do Sul e que jogou durante nove temporadas seguidas pelo Juventude. Originalmente, ele era centroavante nos juniores, então chamados de “juvenis”. No time principal começou como ponteiro-esquerdo, foi meia armador e ponta de lança, centromédio, zagueiro de área e lateral (ou ala…) pelos dois lados. Jogava com extrema dedicação, como costuma acontecer com atletas que encaram todo e qualquer jogo com uma grande missão. Não tinha ruim para ele. E até hoje ele é reverenciado pelo seu clube de coração por sua bela carreira.
Quanto ao Djalma, para compreender a sua trajetória, basta verificar as escalações dos times do Vasco e do Bangu. Aonde o colocassem ele se fazia presente e sempre rendendo eficientemente. Adaptava-se com facilidade como se tivesse sempre jogado naquela mesma posição que mudava a cada domingo.
Fez parte do grande time do Bangu da primeira metade da década de 1950, jogando ao lado de Osvaldo Topete, Rafanelli, Mirim, Zózimo, Moacir Bueno, Menezes, Nívio e o fabuloso “Mestre Ziza”, nada menos do que Zizinho, um dos maiores craques do futebol brasileiro.
Ainda integrado ao plantel dos “Mulatinhos Rosados”, tendo jogado sua última partida e vencido no final de janeiro de 1954, ele foi morrer dois meses depois, em consequência de uma imprudência, como acentua a manchete dessa coluna, perdendo a vida estupidamente.
Por seu vigor, polivalência e obediência tática, além de bem dotado tecnicamente, Djalma ainda tinha futebol para mais alguns anos, apesar de veterano.
Eis os detalhes do último jogo de sua vida:
Bangu 2 x 1 América – Terceiro Turno do Campeonato Carioca de 1953,jogado no dia 16 de janeiro de 1954, sob arbitragem do inglês Hartless e uma arrecadação de 94.727,40 cruzeiros.
Bangu: Fernando; DJALMA e Tórbis; José Alves, Alaíne e Edson; Xavier, Lucas, Zizinho, Menezes e Décio Esteves
América: Osni; Cacá e Edson; Ivan, Osvaldinho e Hélio; Ramos, Vassil, Guilherme, João Carlos e Ferreira.
Gols: Lucas e Xavier (Bangu) e Ramos (América)
Muito legal ver matéria sobre meu avô, parabéns pela matéria!