Podem chamá-lo do que bem entenderem. Afinal, já se foi o tempo de ficar aborrecido pelas infindáveis bromas por ser baixinho.
No Vitória, o nome Osni só aparecia mesmo nas escalações do time. Entre os companheiros, o pequenino de 1;57 de altura era conhecido como “Baixinho”, “Pequeno Polegar”, “Ovo de Codorna” e uma infinidade de outros apelidos.
Embora não apresentasse qualquer complexo aparente, Osni concordava que sua baixa-estatura o prejudicou muito no início de sua caminhada no mundo da bola.
Foi assim que o colunista Carlos Libório apresentou o atacante Osni, artigo publicado na revista Placar número 182, de 7 de setembro de 1973.
Osni Lopes nasceu no município de Osasco (SP), em 13 de julho de 1952. Na infância, Osni jogava peladas na Rua Erasmo Braga, em Osasco, época em que sofria com os comentários daqueles que o consideravam pequeno demais para vencer no futebol.
Desinteressado pelas obrigações escolares, Osni pouco ajudava no armazém do pai, atividade que sempre deixava de lado para aprimorar sua notável habilidade para driblar e escapar dos pontapés dos grandalhões. (Revista Placar número 182 – 7 de setembro de 1973 – Página 28 – por Carlos Libório).
Começou na meia-cancha do futebol de várzea da região, principalmente na Portuguesinha local e no Cobrasma, equipe onde ganhou fama mais tarde.
Dispensado no Sport Club Corinthians Paulista, Osni foi encaminhado ao Santos Futebol Clube. Era sempre uma atração especial nas categorias amadoras, até ser devidamente aproveitado no elenco principal.
Insatisfeito, Osni topou uma aventura no Fluminense Football Club (RJ). Todavia, o rapazola de Osasco nem esquentou nas Laranjeiras. Os dirigentes santistas logo registraram o “Contrato de Gaveta” na Federação Paulista de Futebol.
Em 1970 voltou ao cenário carioca quando foi emprestado ao Madureira (RJ). No ano seguinte passou rapidamente pelo Olaria (RJ), antes de voltar novamente ao time da Vila Belmiro.
Em 1972, o pequenino bom de bola foi negociado em definitivo com o Vitória (BA), pela quantia de 60 mil cruzeiros.
No Vitória, Osni trabalhou primeiramente com o técnico Jair Rosa Pinto e depois com Djalma Santos, que julgou melhor utilizar seu vistoso futebol pela ponta-direita.
Ao lado do craque cabeludo Mário Sérgio Pontes de Paiva, Osni viveu uma grande fase e sua participação foi decisiva na conquista do título estadual de 1972.
Aclamado e reconhecido pela imprensa esportiva, o então ponteiro-direito Osni faturou duas edições da Bola de Prata da revista Placar em 1972 e 1974.
Cabelos compridos e encaracolados, Osni atormentava os laterais com seu par de chuteiras número 35, principalmente nos clássicos contra o Bahia!
Entretanto, o domínio do Bahia no cenário regional apresentou seu preço. Transferido em setembro de 1976 para o Clube de Regatas do Flamengo (RJ), Osni chegou ao Rio de Janeiro como uma verdadeira aposta!
Conforme publicado pela revista Placar em 1 de outubro de 1976, o tamanho de Osni causou certo um certo espanto: “Como é que pode? Difícil acreditar que um jogador desse tamanho jogue tanta bola”.
Por 1,5 milhão de cruzeiros, Osni foi apresentado na Gávea com uma séria distensão muscular, contusão que o afastou dos gramados por um tempo considerável.
O tal problema muscular causou vários contratempos. Primeiro, os médicos do Vitória acreditavam em um simples estiramento, algo perfeitamente curável, desde que respeitados os prazos de recuperação.
Posteriormente, os médicos do Flamengo finalmente chegaram ao diagnóstico de lesão no músculo “psoas-ilíaco” direito, uma rara contusão de difícil tratamento.
Recuperado do músculo, em novembro de 1976 Osni passou por uma cirurgia nos meniscos e novamente ficou fora do time.
Pelo Flamengo foram 59 partidas; com 37 vitórias, 16 empates, 6 derrotas e 18 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Flamengo, dos autores Clóvis Martins e Roberto Assaf.
Sem muita sorte na Gávea, Osni foi contratado pelo Esporte Clube Bahia (BA) em 1978. Depois de empréstimos ao Maranhão (MA), Dom Bosco (MT) e Santa Cruz (PE), o atacante continuou sentindo os efeitos da velha contusão.
De volta ao Bahia, Osni faturou os títulos estaduais de 1982, 1983 e 1984. Em 1985 foi negociado com a Associação Desportiva Leônico (BA), sua última equipe como jogador profissional.
Conforme publicado no site do Milton Neves, Osni mora atualmente em Salvador (BA). É proprietário da “Good Car Veículos”, uma loja de revendas de automóveis semi-novos no bairro da Pituba.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Antônio Andrade, Aristélio Andrade, Carlos Catela, Carlos Libório, Divino Fonseca, Fernando Escariz, Lemyr Martins, Manoel Motta, Rodolpho Machado e Roque Mendes), revista Manchete Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal O Globo, acervosantosfc.com, campeoesdofutebol.com.br, flamengo.com.br, globoesporte.globo.com, site do Milton Neves (por Gustavo Grohmann e Rogério Micheletti), Almanaque do Flamengo – Clóvis Martins e Roberto Assaf.
Mauro Marcello Filho disse:
Osni jogava muita bola. Ponteiro direito habilidoso e fazedor de gols. Ah, que saudade dos pontas! todo domingo aparecia no quadro “Gols do Fantástico” balançando as redes ou dando assistência para os centroavantes. Foi ídolo absoluto do Vitória e depois no Bahia. Talvez tenha sido o jogador de menor estatura do futebol brasileiro. Se tivesse tido a performance que havia tido no Vitória quando de sua passagem pelo Flamengo, seria lembrado para sempre pela galera rubro negra.
Fernando Paulo de Andrade Neves disse:
Corrigindo a matéria…
Estudei com o Osni no Liceu Coração de Jesus em São Paulo.
Éramos da mesma classe e dividiamos sempre as primeiras colocações de melhores alunos..
Estudioso e muito educado, frequentava minha casa em Quitauna onde meu pai servia como oficial do exército…
Tenho muitas saudades desse tempo e ainda hoje mantenho contato com o Osni…
tardesdepacaembu disse:
Prezado Fernando Paulo de Andrade;
Primeiramente, obrigado por sua visita ao “Tardes de Pacaembu”, sua contribuição é sempre muito bem vinda!
Com respeito ao referido trecho (vida escolar de Osni), que foi objeto de sua “correção”, julgo prudente esclarecer que tais informações foram pesquisadas na Revista Placar número 182, edição de 7 de setembro de 1973 – Página 28 – artigo assinado por Carlos Libório).
( A cópia da referida reportagem da Revista Placar foi enviada no seu e-mail).
Como depoimento, sua contribuição tem um valor inestimável por espelhar o teor verdadeiro dos fatos!
Sds e muito obrigado;
Tardes de Pacaembu.
Fernando Neves disse:
Realmente o Osni era bom nos estudos e no futebol…Em Quitauna tínhamos um time de futsal chamado Raposão, pois usávamos a camiseta do 04 RI – Regimento de Infantaria Antônio Raposo Tavares. A maioria eram estudantes do Liceu Coração de Jesus, tradicional colégio de padres salesianos de São Paulo..Nessa época o Osni jogava no Corinthians…Bons tempos.