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Alto e esguio, o jovem Paulinho era conhecido apenas como “Quinho”. Jogava futebol nos campinhos de terra batida e vivia sonhando com o badalado circo da bola.

Os anos passaram e o sonho de menino virou realidade. Mais tarde, Paulinho ganhou fama como “Paulinho Ladrão”, o primeiro especialista na nobre arte de surrupiar a bola de seus adversários!

Paulo Ribeiro de Omena nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 23 de agosto de 1932. Criado no famoso bairro de Marechal Hermes, o rapazola foi bem recomendado para jogar nas fileiras do então Madureira Atlético Clube (RJ).

Passou bem pelo juvenil e pelos Aspirantes, sempre buscando seu lugar ao sol. Finalmente, em 1952, o rapazola foi promovido ao time principal do Madureira, mesmo período em que também trabalhava como funcionário público federal.

Meia-campista com um fôlego admirável, também colaborava como zagueiro ou lateral-esquerdo. Revelação do campeonato carioca de 1953, Paulinho continuou no Madureira até 1954, quando por 400 mil cruzeiros seu passe foi transferido para o Botafogo de Futebol e Regatas (RJ), onde permaneceu até 1957.

Em 1954 Paulinho foi negociado por 400 mil cruzeiros com o Botafogo (RJ), clube que defendeu até 1957. Crédito: revista do Esporte.

Uma grande passagem pelo Fluminense! Crédito: revista do Esporte número 199 – 29 de dezembro de 1962.Crédito: revista do Esporte número 199 – 29 de dezembro de 1962.

Depois da boa passagem pelo time da “Estrela Solitária”, Paulinho foi defender o Clube Náutico Capibaribe (PE). Voltou para o Rio de Janeiro no ano de 1958, momento em que firmou compromisso com o Canto do Rio Foot-Ball Club (RJ).

Contudo, atrasos constantes de salário foram o fator determinante para Paulinho conquistar o “Passe-Livre” e em seguida acertar com o Fluminense Football Club (RJ).

No time das Laranjeiras, Paulinho foi aos poucos ganhando espaço no esquema do exigente treinador Zezé Moreira, que nunca abriu mão de sua importante atuação no desenrolar do certame carioca.

Como campeão carioca de 1959 e campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1960, “Paulinho Ladrão” fez parte de um momento vitorioso na história do clube das Laranjeiras!

Mas, o valente Paulinho não é lembrado apenas por seus notáveis atributos técnicos. Sua trajetória é até hoje documentada pela grande capacidade de roubar a bola sorrateiramente de seus adversários.

Edmilson e Paulinho no gramado do Maracanã! Crédito: revista do Esporte número 58.

Em partida contra o Botafogo, Paulinho aparece em disputa com Zé Maria na meia-cancha! Crédito: revista do Esporte número 199 – 29 de dezembro de 1962.

Abaixo, uma das importantes participações de Paulinho na grande campanha do campeonato carioca de 1959:

11 de outubro de 1959 – Campeonato carioca – Segundo turno – Fluminense 3×1 Vasco da Gama – Estádio do Maracanã – Árbitro: Antônio Viug – Gols: Pinheiro, Waldo e Telê Santana para o Fluminense; Delém para o Vasco da Gama.

Fluminense: Castilho, Jair Marinho, Pinheiro e Altair; Edmilson e Clóvis; Telê Santana, Paulinho, Waldo, Jair Francisco e Maurinho. Técnico: Zezé Moreira. Vasco da Gama: Hélio, Russo, Bellini e Orlando; Écio e Coronel; Sabará, Delém, Pinga, Rubens e Teotônio. Técnico: Gradim.

Em entrevista para a Revista do Esporte número 199, edição de 29 de dezembro de 1962, Paulinho revelou aos leitores que o apelido de “Paulinho Ladrão” nunca o incomodou, pelo contrário:

– “Não lembro se foi alguém da imprensa que me batizou assim… No começo eu era chamado apenas como Marcador-Relâmpago… O certo é que esse apelido de Paulinho Ladrão ganhou mais força e provavelmente ficará comigo pelo resto de minha vida”.

Edmilson e Paulinho no início de 1963. Crédito: revista do Esporte número 203 – 26 de janeiro de 1963.

Telê Santana e Paulinho, os operários do Fluminense! Crédito: revista do Esporte.

O dedicado e esforçado Paulinho permaneceu no Fluminense até o findar do primeiro semestre de 1963, ano em que foi transferido para o Bonsucesso Futebol Clube (RJ), equipe onde também encerrou sua carreira.

Jogando com a camisa do Fluminense, Paulinho Ladrão disputou ao todo 203 partidas e marcou 44 gols entre os anos de 1959 e 1963, além do servir o selecionado carioca em algumas oportunidades.

Regularmente lembrado pela diretoria do Madureira, Paulinho recentemente foi homenageado no auditório do clube. Humilde e sempre simpático, Paulo Ribeiro de Omena continua morando no Rio de Janeiro e está aposentado.

(*) Colaboração especial no comentário enviado por Ygor Lioi, neto de ex-jogador Paulinho. Ygor Lioi foi importante na organização cronológica da trajetória esportiva de Paulinho nesse post.

Ygor Lioi também trabalhou na produção do filme “Um Craque Esquecido”, uma obra bem detalhada que apresenta a caminhada de seu avô pelos gramados!

No Fluminense, Paulinho foi campeão carioca de 1959 e campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1960. Crédito: revista do Esporte número 180 – 18 de agosto de 1962.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Milton Neves), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista do Fluminense, revista Esporte Ilustrado (por Leunam Leite e Luís Mendes), revista Manchete Esportiva, revista O Globo Sportivo, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, agenciaoglobo.com.br, campeoesdofutebol.com.br, fluminense.com.br, Ygor Lioi, madureiraec.com.br, site do Milton Neves (por Gustavo Grohmann).

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