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Alvimar Eustáquio de Oliveira, atacante Mazinho, campeonato paulista de 1970, Paulista Futebol Clube Jundiaí (SP)
Também conhecido como “Mazinho”, Alvimar Eustáquio de Oliveira nasceu em Belo Horizonte (MG), no dia 20 de fevereiro de 1948.
Mazinho ganhou destaque no campeonato paulista de 1970, quando defendia o Paulista Futebol Clube da cidade de Jundiaí (SP). No segundo semestre de 1971, seu passe foi negociado com o Santos Futebol Clube.
No time da Vila Belmiro, Mazinho disputou muito bem o campeonato brasileiro de 1971, embora uma forte concorrência de bons atacantes o tenha colocado posteriormente em segundo plano.
Em 1972, Mazinho foi transferido para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense (RS). Entretanto, o sonho de brilhar no tricolor gaúcho esbarrou nos planos do técnico Daltro Menezes, que nunca escondeu sua preferência pelo futebol de Laírton.
Depois, no comando de Milton Kuelle, Mazinho voltou ao time e jogava mais recuado, uma postura bem diferente do esquema de jogo adotado mais tarde por Carlos Froner.

Depois de passar pelo Santos, Mazinho foi colocado de lado no Grêmio pelo técnico Daltro Menezes, que nunca escondeu sua preferência por Laírton. Foto de Fernando Pimentel. Crédito: revista Placar – 1 de dezembro de 1972.
Sem muitos horizontes no Grêmio, Mazinho foi emprestado ao Fluminense (RJ) em 1974. Em fevereiro de 1975, uma boa proposta do Santa Cruz (PE) poderia ser o remédio perfeito para voltar aos melhores dias!
De acordo com matéria publicada pela revista Placar em 7 de novembro de 1975, Mazinho abriu mão um salário de 16 mil cruzeiros mensais no Grêmio para firmar compromisso com o time do Arruda por 12.500 cruzeiros.
O que parecia um péssimo negócio foi na verdade um grito de independência. Encostado no Grêmio, Mazinho queria mesmo era jogar e para isso aceitou o “Passe-Livre” em troca dos 192 mil cruzeiros de salários que tinha direito pela rescisão do contrato.
Todavia, a permanência no Santa Cruz foi uma verdadeira “gangorra” de altos e baixos, uma experiência marcada por acontecimentos que quase colocaram um ponto final em sua carreira.
No início de 1977, o técnico Joubert desembarcou em Recife para comandar o Santa Cruz. Uma de suas primeiras preocupações foi saber como estava o atacante Mazinho, que praticamente não jogou na temporada de 1976.

No comando de Milton Kuelle, Mazinho jogava mais recuado, uma postura bem diferente do esquema de jogo adotado por Carlos Froner no Grêmio. Foto de JB Scalco. Crédito: revista Placar – 19 de outubro de 1973.

Mazinho era a referência para os contra-ataques do Grêmio treinado pelo técnico Carlos Froner. Foto de JB Scalco. Crédito: revista Placar – 19 de outubro de 1973.
De acordo com o artigo publicado pela revista Placar em 11 de março de 1977, o “inferno astral” de Mazinho começou em agosto de 1975, quando foi acusado de doping em uma partida pelo campeonato pernambucano diante do América.
Castigado com uma suspensão preventiva de 60 dias, Mazinho apresentava uma justificativa bem aceitável para o aparecimento das substâncias consideradas proibidas.
Na época, Mazinho tomava medicamentos para emagrecer, uma evidência que foi determinante em sua pronta absolvição pelo TJD de Pernambuco.
No campeonato nacional de 1975, Mazinho atravessava um grande momento ao lado de jovens estrelas, como Givanildo e Ramón. O valente Santa Cruz era a grande sensação da temporada com resultados surpreendentes, inclusive fora de casa.
O memorável triunfo sobre o Flamengo por 3×1 em pleno Estádio do Maracanã foi considerado como a “cereja do bolo”, um resultado que valeu a classificação entre os quatro melhores da competição.

Mazinho viveu grandes momentos no futebol pernambucano defendendo o Santa Cruz. Foto de José Pinto. Crédito: revista Placar – 7 de novembro de 1975.

Surpresa no campeonato nacional. O valente Santa Cruz de Ramón e Mazinho atropelou o Flamengo por 3×1 no Maracanã. Foto de Rodolpho Machado. Crédito: revista Placar – 12 de dezembro de 1975.
Contudo, Mazinho sofreu uma grave contusão que o levou direto para a mesa de cirurgia. Quando voltou aos gramados, Mazinho precisou enfrentar a indiferença do técnico Ênio Andrade, que antes, nos tempos do Grêmio, colocou seu nome em disponibilidade.
Apesar do incentivo declarado pelos torcedores e pela imprensa local, Mazinho continuou no banco de suplentes por um tempo considerável, até que finalmente recebeu um voto de confiança.
Preterido pelo técnico Gradim, em 1978 Mazinho foi negociado com o Esporte Clube Bahia (BA), uma passagem apenas modesta. Em 1979 uma boa oferta o colocou no caminho da Ferroviária de Araraquara (SP), equipe onde também encerrou sua trajetória nos gramados.
Em seguida iniciou como treinador na mesma Ferroviária. Comandou também o Corinthians (AL), Caldense (MG), Confiança (SE), Ituano (SP), Jaboticabal (SP), Jalesense (SP), Mogi Mirim (SP), Radium de Mococa (SP) e Tupã (SP), além de orientar o quadro de juniores do Brasiliense (DF) e da Ponte Preta (SP).
Conforme divulgado pelo site do Milton Neves, atualmente Mazinho reside na cidade de Araraquara e aguarda propostas para continuar seu trabalho como treinador.

Mazinho sofreu com Ênio Andrade e só reapareceu quando o técnico Joubert o proporcionou uma nova oportunidade! Foto de Arlindo Marinho. Crédito: revista Placar – 11 de março de 1977.

No Santa Cruz, Mazinho (direita) foi barrado pelo técnico Gradim. Foto de Sílvio Ferreira. Crédito: revista Placar – 28 de outubro de 1977.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Arlindo Marinho, Divino Fonseca, Fernando Pimentel, JB Scalco, José Pinto, Lenivaldo Aragão, Rodolpho Machado e Sílvio Ferreira), revista do Esporte, revista do Grêmio, revista Grandes Clubes Brasileiros, Jornal Diário Popular, Jornal dos Sports, Jornal O Globo, Jornal Zero Hora, acervosantosfc.com, campeoesdofutebol.com.br, gazetaesportiva.net, site do Milton Neves (por Gustavo Grohmann), albumefigurinhas.no.comunidades.net.
O atacante Mazinho tentou a sorte em vários clubes do futebol brasileiro, entre eles o Santos, Gremio, Fluminense, Santa Cruz. Não obteve êxito, e acabou encerrando a sua carreira na Ferroviária de Araraquara em São Paulo. Lá, iniciou a carreira de técnico de futebol, profissão que exerce até hoje, aos setenta e um anos de vida.