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apelido de “Cronômetro”, campeonato Pan-Americano de 1956, campeonato paulista de 1960, Odorico Araújo Goulart
Confiante e esbanjando muita vontade, Odorico sempre impressionou pela regularidade e capacidade de antecipar jogadas no tempo certo, o que lhe rendeu o curioso apelido de “Cronômetro”.
Nascido em Porto Alegre (RS), no dia 2 de julho de 1930, Odorico Araújo Goulart marcou época defendendo o Sport Club Internacional (RS), a Associação Portuguesa de Desportos (SP) e o Esporte Clube São Bento de Sorocaba (SP).
Ao encerrar sua caminhada nos gramados em 1965, Odorico trabalhou como treinador, inclusive no São Bento de Sorocaba durante o “paulistão” de 1969. Seu falecimento ocorreu na capital gaúcha, em 22 de agosto de 2005.
Munido de boas qualidades técnicas, o rapazola Odorico despontou na várzea porto-alegrense, assim permanecendo até meados de 1947, quando foi aproveitado nos quadros de base Internacional.
Zagueiro de origem, Odorico também era utilizado como lateral-esquerdo e como centromédio. Em 1950 foi efetivado no elenco principal do “Colorado”, não demorando muito para encontrar um lugar como titular.


Conquistou o campeonato gaúcho pelo Inter nas edições de 1950, 1951, 1952, 1953 e 1955, um período de domínio absoluto, que só foi interrompido em 1954, com o memorável título do Grêmio Esportivo Renner.
Vivendo uma grande fase, Odorico também fez parte do escrete canarinho, que brilhantemente conquistou o Campeonato Pan-Americano de 1956, disputado no México.
Com uma equipe formada por um combinado de jogadores gaúchos, o time rendeu muito bem sob o comando exigente do técnico José Francisco Duarte Júnior, o famoso “Teté”.
Os pupilos do técnico “Teté” colecionaram quatro vitórias e um empate na campanha do Pan-Americano de 1956: Brasil 2×1 Chile; Brasil 1×0 Peru; Brasil 2×1 México; Brasil 7×1 Costa Rica e Brasil 2×2 Argentina.
Nome sempre lembrado também para servir o selecionado gaúcho, Odorico continuou firme nas fileiras do Internacional até 1957, quando foi negociado com os dirigentes da Portuguesa de Desportos.


Jogando pela Lusa, Odorico participou do elenco que chegou com méritos ao vice-campeonato paulista de 1960. Abaixo, uma grande vitória da Portuguesa de Odorico sobre o Santos.
(*) O Santos acabou beneficiado no andamento da competição e ficou com o “caneco”, principalmente graças ao tropeço da Portuguesa diante do Noroeste em Bauru por 5×2, em partida disputada no dia 11 de dezembro.
28 de setembro de 1960 – Campeonato paulista – Segundo Turno – Santos 3×4 Portuguesa de Desportos – Estádio da Vila Belmiro – Santos (SP) – Árbitro: Anacleto Pietrobom – Gols: Pavão, Pelé e Sormani para o Santos; Servílio (2) e Silvio (2) marcaram pela Portuguesa e Desportos.
Santos: Irno; Feijó (Urubatão), Pavão e Dalmo; Fioti e Calvet; Sormani, Jair Rosa Pinto, Ney, Pelé e Tite. Técnico: Lula. Portuguesa de Desportos: Felix; Nelson, Ditão e Lever; Odorico e Vilela; Jair, Silvio, Servílio, Ocimar e Nilson. Técnico: Nena.
Emprestado em 1961 ao Esporte Clube São Bento da cidade de Sorocaba (SP), Odorico entrou para os livros de história do clube ao conquistar o campeonato paulista da Primeira Divisão de 1962 (atual Série A2).


(*) Algumas fontes encontradas (sem comprovação suficiente) apontam o regresso de Odorico para completar o elenco da Portuguesa de Desportos nas temporadas de 1964 e 1965.
O comemorado acesso do São Bento só foi confirmado no mês de fevereiro de 1963, com três partidas muito equilibradas contra o América da cidade de São José do Rio Preto:
– 10/02/1963 – América 0x0 São Bento em Rio Preto; 17/02/1963 – São Bento 1×1 América em Sorocaba; 22/02/1963 – São Bento 2×1 América no Estádio do Pacaembu conforme os registros abaixo:
22 de fevereiro de 1963 – Campeonato Paulista da Primeira Divisão de 1962 – Terceira partida decisiva – São Bento 2×1 América – Estádio do Pacaembu – Árbitro: Anacleto Pietrobom – Gols: Nestor e Picolé para o São Bento; Dirceu para o América.
São Bento: Valter; Julião, Odorico e Salvador; Nestor e Paulinho; Raimundo, Cabral, Picolé, Bazaninho e Paraná. América: Reis; Murilo, Gutemberg e Ambrósio; Fogueira e Renatinho; Colada, Sapucaia, Valter, Cuca e Dirceu.


Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Albino Castro Filho, Dagomir Marquezi, Divino Fonseca, Emanoel Mattos e Mauro Pinheiro), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada (por José Bento Lenzi e Orlando Duarte), revista Esporte Ilustrado, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista O Cruzeiro – Encarte Ídolos do Futebol Brasileiro, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal Mundo Esportivo, Jornal Paraná Esportivo, acervosantosfc.com (por Gabriel Santana), campeoesdofutebol.com.br, historiadofutebol.com (por Julio Diogo), internacional.com.br, site do Milton Neves (por Eliana Santos), albumefigurinhas.no.comunidades.net.
Meu tio, não vi jogar, mas ouvi falar muito bem dele, ele parou de jogar no ano em que eu nasci.