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bicampeonato paulista de 1948 e 1949, Inauguração do Estádio do Maracanã, Norival Cabral Ponce de León, Torneio Início do Campeonato Carioca de 1947
Ponce de León é o talismã dos grandes triunfos do Tricolor. Foi assim que o meia-atacante carioca foi descrito na coluna “Craques Sampaulinos” da revista Tricolor número 4, artigo assinado pelo jornalista M. de Moura Cavalcanti.
Norival Cabral Ponce de León nasceu no dia 28 de agosto de 1927, no bairro de Bonsucesso, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Neto de franceses, o menino gordinho ficou conhecido pelos amiguinhos com o apelido de “Boia”.
Na aurora da mocidade, enquanto suas qualidades já eram percebidas no competitivo futebol varzeano da região, o esforçado Ponce de León trabalhou em inúmeras ocupações, principalmente no comércio.
Esguio e lépido, o bom futebol do rapazola de cabeleira em chamas despertou o interesse dos olheiros de plantão. Não tardou para que em 1943 Ponce de León fosse encaminhado aos quadros amadores do Bonsucesso Futebol Clube. (Revista O Globo Sportivo número 584 – Sexta-feira, 2 de dezembro de 1949).
Com uma rápida ascensão, no findar de 1944, o então ponteiro-esquerdo Ponce de León recebeu um convite para defender o Botafogo de Futebol e Regatas. Como não existia nenhum compromisso oficial firmado com o Bonsucesso, o sucesso parecia acenar em General Severiano!


Todavia, quando os dirigentes do Botafogo solicitaram o registro de Ponce de León nos movimentados escritórios da Federação Metropolitana de Futebol (FMF), os atentos representantes do Bonsucesso pleitearam uma indenização por “aliciamento”.
Não foram encontrados documentos que comprovem o êxito na reivindicação do Bonsucesso. O certo é que Ponce de León foi utilizado no plantel principal do Botafogo no início da temporada de 1946, fazendo suas primeiras apresentações na equipe titular em 1947.
Prestigiado pelo técnico Ondino Viera, Ponce de León conquistou seu primeiro título no Torneio Início do Campeonato Carioca de 1947. Abaixo, os registros da partida final diante do Olaria:
27 de julho de 1947 – Partida decisiva do Torneio Início do Campeonato Carioca de 1947 – Estádio de São Januário – Botafogo 4×1 Olaria – Árbitro: Mário Gonçalves Vianna – Gols: Reynaldo (2), Santo Cristo e Ponce de León para o Botafogo; Alcino para o Olaria.
Botafogo: Oswaldo Baliza; Gerson e Sarno; Adão, Nílton Senra e Juvenal; Santo Cristo, Octávio, Ponce de León, Geninho e Reynaldo. Olaria: Zezinho; Laércio e Amaury; Leleco, Spinelli e Ananias; Alcino, Limoeirinho, Roberto, Tim e Gérson.


Aproveitado inclusive na meia-cancha, Ponce de León disputou o campeonato carioca de 1947, em mais uma temporada que o título estadual ficou distante do time de General Severiano.
O longo jejum de títulos cariocas do Botafogo provocou algumas mudanças. O experiente atacante Sylvio Pirillo foi contratado e Zezé Moreira assumiu o comando técnico. Paralelamente, Ponce de León estava descontente com o salário e decidiu aceitar uma proposta do Tricolor paulista.
Jogando pelo São Paulo, Ponce de León ficou conhecido como “Diabo-Louro”. Conquistou o bicampeonato paulista de 1948 e 1949, uma fase brilhante de sua carreira formando uma linha ofensiva famosa ao lado de Friaça, Leônidas da Silva, Remo e Teixeirinha.
Também participou da inauguração do Estádio do Maracanã, no dia 17 de junho de 1950. Ponce de León fez um dos gols da seleção paulista de novos na vitória sobre o selecionado carioca pelo placar de 3×1.
De acordo com o Almanaque do São Paulo, do autor Alexandre da Costa, Ponce de León disputou ao todo 107 partidas pelo Tricolor. Foram 70 vitórias, 17 empates, 20 derrotas e 52 gols marcados.


O “Diabo-Louro” permaneceu no São Paulo até o final do mês de maio de 1951, quando foi transferido para o Palmeiras. A primeira partida aconteceu em 17 de junho de 1951, na boa vitória por 3×1 sobre o Clube Atlético Ypiranga pelo campeonato paulista. O registro aparece no site “palmeiras.com.br”.
Pelo Palmeiras, o meia-atacante foi campeão da primeira edição da Copa Rio em 1951, ao substituir Aquiles, que sofreu uma fratura na perna no primeiro jogo das semifinais da competição contra o Vasco da Gama, no Maracanã.
Conforme publicado no Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, Ponce de León defendeu o alviverde em 64 compromissos; com 34 vitórias, 12 empates, 18 derrotas e 27 gols marcados.
Encerrado o vínculo com o Palmeiras em 1953, Ponce de León jogou no C.A Ypiranga (entre 1953 e 1955), Noroeste de Bauru (1955 e 1956), Botafogo de Ribeirão Preto (1956 e 1957), Ferroviária de Araraquara (1957) e Comercial da capital paulista, onde encerrou sua caminhada em 1959.
Fora dos gramados era um bailarino de primeira linha. Elegantemente vestido, o craque sempre frequentou os melhores endereços da vida noturna. Ponce de León faleceu na cidade de São Paulo, em 5 de junho de 1965.


Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão e José Maria de Aquino), revista Esporte Ilustrado (por Alberto Ferreira, Leunam Leite e Luís Mendes), revista O Cruzeiro, revista O Globo Sportivo, revista Tricolor (por M. de Moura Cavalcanti), Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal Mundo Esportivo, Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube, botafogo.com.br, campeoesdofutebol.com.br, gazetaesportiva.com, mundobotafogo.blogspot.com (por José Ricardo Caldas e Almeida), palmeiras.com.br, spfcpedia.com.br (por Michael Serra e Giancarlo Zapelloni), site do Milton Neves (por Marcelo Rozenberg), Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, Almanaque do São Paulo – Alexandre da Costa, albumefigurinhas.no.comunidades.net.