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David Benedito Magalhães, Esporte Clube Noroeste (SP), Saad de São Caetano (SP), XV de Novembro de Jaú (SP)

Jogador rápido e versátil, David não deve ser lembrado apenas como o cunhado do Rei Pelé. Jogou em vários clubes do futebol brasileiro sempre com passagens marcantes, especialmente no futebol paulista.
Ao longo de sua longa carreira, David foi utilizado em várias posições. Revelado originalmente como ponta de lança, ele brilhou também como centroavante, meio-campista, e ainda como ponteiro direito ou esquerdo.
Filho Lázara Martins Magalhães e Rubem Ferreira Magalhães, David Benedito Magalhães – ou ainda Davi, conforme encontrado em algumas publicações – nasceu na cidade de Campinas (SP) em 14 de junho de 1944.
De acordo com artigo da Revista do Esporte número 212, edição de 30 de março de 1963, o jovem David começou sua caminhada no futebol de várzea paulistano, quando defendia o Lapeaninho do bairro da Lapa.
Com apenas quinze anos de idade, em 1959, o rapazola foi encaminhado aos quadros amadores do XV de Novembro da cidade de Jaú (SP), onde pouco tempo depois foi aproveitado no time principal em 1960.


Depois de dois anos no XV de Jaú, David foi emprestado ao Esporte Clube Noroeste da cidade de Bauru (SP), lá permanecendo por dez meses até voltar para Jaú e ser contratado em 1962 pela Associação Ferroviária de Esportes da cidade de Araraquara (SP).
A transferência de David para Araraquara foi determinante no desenrolar de sua carreira, como também foi muito significativa para os dirigentes da Ferroviária, que lucraram alto com sua negociação para o Corinthians!
Abaixo, uma das muitas participações de David na Ferroviária. O compromisso foi diante do Guarani de Campinas e o conjunto de Araraquara venceu por 2×1 na Fonte Luminosa:
12 de setembro de 1962 – Campeonato paulista – Primeiro turno – Ferroviária 2×1 Guarani – Estádio Fonte Luminosa em Araraquara (SP) – Árbitro: Romualdo Arppi Filho – Gols: Parada e Peixinho para a Ferroviária; Vicente para o Guarani.
Ferroviária: Toninho; Geraldo, Antoninho e Zé Maria; Dudu e Rodrigues; David, Peixinho, Parada, Bazzani e Beni. Guarani: Dimas; Ferrari, Ditinho e Diogo; Ílton e Eraldo; Telê Santana, Vicente, Paulo Leão, Tião Macalé e Dorival.

Conforme publicado nas páginas da Revista do Esporte número 205, edição de 16 de fevereiro de 1963, David estava na mira do Santos, mas o Corinthians chegou primeiro e despachou 12 milhões de cruzeiros aos cofres da Ferroviária de Araraquara.
O contrato com o Corinthians foi estabelecido com 27 meses de duração, 40 mil cruzeiros de ordenado mensal e mais 500 mil cruzeiros de luvas. Paralelamente, o jogador recebeu uma premiação de 1 milhão de cruzeiros oferecido pela Ferroviária.
No time do Parque São Jorge, David jogou ao lado de grandes atacantes; como Bazzani (ex-companheiro na Ferroviária), Lima, Nei Oliveira, o ponta-direita Marcos e o goleador Silva.
Todavia, o Corinthians daquele período corria desesperadamente pelo título paulista, o que provocava uma ciranda quase interminável de jogadores que chegavam e saiam. Mas David até que ficou um bom tempo no Timão!
Pelo Corinthians, David disputou 54 partidas; com 20 vitórias, 13 empates, 21 derrotas e 9 gols marcados. Os números foram divulgados pelo Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte.


David deixou o elenco do Corinthians em 1965, ao ser emprestado ao Sport Club Internacional (RS). Em seguida defendeu o Cruzeiro (MG) entre 1967/1968 e o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense (RS) em 1969.
Nas fileiras do Grêmio, o pequeno David disputou ao todo 18 compromissos; com 9 vitórias, 5 empates e 4 derrotas. Os números foram veiculados pelo site “gremiopedia.com”.
Abaixo, uma das participações de David jogando pelo Grêmio. O Tricolor gaúcho venceu o Santos por 2×1 no Estádio Olímpico, em jogo válido pela Taça de Prata de 1969:
28 de setembro de 1969 – Taça de Prata – Grêmio 2×1 Santos – Estádio Olímpico – Árbitro: Aírton Vieira de Moraes – Gols: Pelé para o Santos; David e Júlio Amaral para o Grêmio.
Grêmio: Arlindo; Espinosa, Ari Ercílio, Áureo e Everaldo; Jadir e Júlio Amaral; Sérgio Lopes (Joãozinho), David, Alcindo e Volmir. Técnico: Sérgio Moacir. Santos: Gylmar; Lima, Ramos Delgado, Joel e Rildo; Djalma Dias e Nenê; Manuel Maria, Douglas, Pelé e Abel. Técnico: Antoninho.


Voltando ao cenário paulista, David jogou pelo Santos ao lado de Pelé, depois o Londrina (PR), Vitória (BA) e Portuguesa Santista (SP). (*) Algumas fontes mencionam uma passagem pelo São Bento de Sorocaba (SP) em 1975.
De acordo com o site Terceiro Tempo (Seção “Que Fim Levou”) do jornalista Milton Neves, David deixou oficialmente os gramados em 1976 jogando pelo Saad de São Caetano (SP). (*) Algumas fontes mencionam uma passagem pelo E.C Primavera de Indaiatuba (SP).
Em 1978 voltou ao mundo da bola no papel de treinador da Associação Atlética Portuguesa Santista, uma boa passagem que foi encerrada com mudanças no quadro diretivo do clube.
Posteriormente foi funcionário da COSIPA durante nove anos, em Cubatão. Os últimos registros apontam que David trabalhava em um escritório em Santos, onde administrava os imóveis de Pelé.
David é casado com Maria Lúcia Nascimento Magalhães, irmã do Rei Pelé, com quem teve três filhos. Em entrevista especial na Revista do Esporte número 212, David lembrou que os dois se conheceram em um Baile de Formatura.


Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Maurício Cardoso), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte (por Jurandir Costa e Tarlis Batista), revista Futebol e Outros Esportes, Jornal A Gazeta Esportiva, acervosantista.com.br, campeoesdofutebol.com.br, ferroviariaemcampo.blogspot.com (por Vicente Henrique Baroffaldi e Paulo Luís Micali), gremiopedia.com, site do Milton Neves (por Bruno Miani), Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, Livro: Timão 100 Anos – Celso Dario Unzelte – Editora Gutenberg, albumefigurinhas.no.comunidades.net.