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bairro de Cascadura, campeonato carioca de 1966, Ocimar dos Santos Dutra, Torneio Início de 1964
– “Craque tarimbado do esquadrão de Moça Bonita, o médio Ocimar continua correndo como um menino. Com seus trinta e seis anos de idade bem vividos, Ocimar é o principal trunfo do treinador Zizinho”.
Foi esse o prelúdio da matéria especial publicada pela revista Futebol e Outros Esportes, que no início da temporada de 1966 apontava o Bangu como um dos fortes candidatos para brigar pelo título carioca!
Também conhecido como “sanfoneiro”, por sua invejável capacidade de manter competitividade por todo o gramado, Ocimar dos Santos Dutra nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 10 de março de 1930.
Nascido e criado no bairro de Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o rapazola Ocimar nunca projetou o futebol como um meio de vida. Todavia, no findar de 1950, tudo mudou com um convite para treinar no Madureira.
Nas fileiras do Madureira, Ocimar passou pelo juvenil e depois pelo quadro de Aspirantes, para em seguida ser rapidamente aproveitado no elenco profissional.


Apresentando notáveis qualidades técnicas e dono de um fôlego admirável, o promissor Ocimar continuou na equipe da Rua Conselheiro Galvão até 1952, ano em que foi transferido para o Clube Atlético Monte Alegre do Paraná.
Campeão paranaense de 1955, Ocimar logo entrou nos planos dos dirigentes da Associação Portuguesa de Desportos (SP), que nos primeiros meses de 1957 confirmou o acerto com o médio carioca!
Na Lusa, o melhor momento de Ocimar aconteceu no vice-campeonato paulista de 1960. Abaixo, uma das importantes participações de Ocimar na vitória sobre o Santos, o campeão da competição:
28 de setembro de 1960 – Santos 3×4 Portuguesa de Desportos – Campeonato paulista – Segundo turno – Estádio da Vila Belmiro – Santos (SP) – Árbitro: Anacleto Pietrobom – Gols: Servílio (2) e Sílvio (2) para a Portuguesa de Desportos; Pavão, Pelé e Sormani marcaram para o Santos.
Santos: Irno; Feijó (Urubatão), Pavão e Dalmo; Fioti e Calvet; Sormani, Jair Rosa Pinto, Ney, Pelé e Tite. Técnico: Lula. Portuguesa de Desportos: Felix; Nelson, Ditão e Lever; Odorico e Vilela; Jair, Silvio, Servílio, Ocimar e Nilson. Técnico: Nena.


Ocimar permaneceu na Portuguesa de Desportos até mês de janeiro de 1963, quando aceitou uma boa proposta do Bangu Atlético Clube. O retorno ao cenário carioca fez bem, tanto ao jogador como ao planejamento do treinador Elba de Pádua Lima, o famoso “Tim”.
Casado com dona Ieda e pai de três filhos, o baixinho Ocimar sempre foi um homem preocupado com o futuro. Foi assim que entrou para o segmento das confecções com uma fábrica de blusões na Avenida Suburbana, no bairro de Cascadura.
Católico praticante, Ocimar nunca esqueceu de louvar Nossa Senhora e Santo Expedito, o que não impedia uma pequena superstição para entrar em campo sempre com o pé direito.
Ao longo de sua rica caminhada no mundo da bola, Ocimar sempre conservou o mesmo ritmo de correr o campo todo, embora o tabagismo, mesmo controlado, tenha prejudicado a sua resistência com o passar do tempo!
Com a camisa alvirrubra do Bangu, Ocimar conquistou o Torneio Início de 1964 e o campeonato carioca de 1966. Também foi vice-campeão nas edições de 1964, 1965 e 1967.

Na discutida final do campeonato carioca de 1966, diante do Flamengo, Ocimar foi o autor do primeiro gol do Bangu na vitória por 3×0. Contudo, o confronto ficou marcado pelo “quebra pau” generalizado que tomou conta do gramado do Maracanã!
A última participação pelo Bangu ocorreu no dia 8 de junho de 1968, no empate contra o Madureira por 0x0. O jogo também significou o encerramento de sua trajetória como jogador profissional.
Ao todo foram 219 partidas pelo time de Moça Bonita entre 1963 e 1968; com 123 vitórias, 45 empates, 51 derrotas e 15 gols marcados. Os registros foram divulgados pelo site “bangu.net”.
Como treinador o rendimento não foi o mesmo! Além do Bangu em 1968, 1969 e 1972, Ocimar também trabalhou no Comercial (MS), São Cristóvão (RJ), Portuguesa (RJ), Figueirense (SC) e Bragantino (SP).
Na década de 1980, Ocimar continuou ligado ao futebol, agora como professor da Escolinha de Futebol da Legião Brasileira de Assistência. Atualmente, o ex-jogador reside na cidade do Rio de Janeiro (RJ).


Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Albino Castro Filho, Ignácio Ferreira, Sérgio Martins e Teixeira Heizer), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista Futebol e Outros Esportes, revista Grandes Clubes Brasileiros, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, acervo.oglobo.globo.com, bangu.net, campeoesdofutebol.com.br, museudosesportes.blogspot.com.br, site do Milton Neves (por Ednílson Valia), albumefigurinhas.no.comunidades.net.