Tags
Caçapava do Sul (RS), campeonato paulista de 1979, Esporte Clube Gaúcho de Caçapava do Sul (RS), Luís Carlos Mello Lopes, Vila Nova Futebol Clube (GO)
O Corinthians contratou um homem que chora! Quando tomou conhecimento de sua iminente transferência para o futebol paulista, Caçapava chorou na casa do presidente do Internacional Marcelo Feijó.
Depois, o volante chorou no momento de sua despedida do Estádio Beira-Rio, principalmente quando ficou sabendo que Falcão e Valdomiro disseram que, se pudessem, comprariam seu passe para ele ficar no “Colorado”.
Mais calmo, na movimentada área de embarque do Aeroporto Salgado Filho, Caçapava lembrou que também chorou quando deixou Caçapava do Sul para jogar nas categorias de base do Internacional.
Nos anos que se passaram entre uma despedida e outra, o emotivo Caçapava venceu no Beira-Rio, ainda que a fama de destemido não fosse o suficiente para esconder o medo de enfrentar uma simples agulha de injeção. (Revista Placar número 480 – 6 de julho de 1979).
Mais conhecido no mundo do futebol como “Caçapava”, Luís Carlos Mello Lopes nasceu no dia 26 de dezembro de 1954, no município de Caçapava do Sul (RS).


Conforme divulgado no site “internacional.com.br”, sua trajetória começou no Esporte Clube Gaúcho de Caçapava do Sul. Encaminhado em 1970 ao Infanto-Juvenil do Sport Club Internacional (RS), Caçapava foi aproveitado com maior regularidade no elenco principal em 1974.
Vestindo a camisa do “Colorado”, Caçapava formou um meio de campo vencedor ao lado de Falcão e Carpegiani (depois Batista). Conquistou o bicampeonato brasileiro de 1975 e 1976, além dos títulos gaúchos nas edições de 1974, 1975, 1976 e 1978.
Abaixo, uma das participações do médio-volante Caçapava na grande campanha do bicampeonato brasileiro do Internacional na temporada de 1976:
26 de setembro de 1976 – Campeonato brasileiro – primeira fase – Santos 1×3 Internacional – Estádio do Morumbi (SP) – Árbitro: Airton Vieira de Morais – Gols: Tatá para o Santos; Dario e Escurinho (2) para o Internacional.
Santos: Wilson; Fernando, Neto, Bianchi e Almeida; Carlos Roberto e Zé Mário; Tatá, Toinzinho, Aílton Lira e Edu. Técnico: Zé Duarte. Internacional: Manga; Claudio, Figueroa, Marinho e Chico Fraga (Zé Maria); Caçapava e Batista; Valdomiro, Jair (Escurinho), Dario e Lula. Técnico: Rubens Minelli.


Lembrado pelo exigente técnico Oswaldo Brandão, Caçapava foi convocado em algumas oportunidades para defender o “escrete canarinho” entre os anos de 1976 e 1977.
No segundo semestre de 1979, Caçapava foi negociado com o Corinthians. Para contar com o jogador, o clube paulista pagou 4 milhões de cruzeiros, mais o passe de Cláudio Mineiro. (Revista Placar número 495 – 19 de outubro de 1979).
E no festivo Parque São Jorge, o presidente Vicente Matheus, que durante um bom tempo tentou contratar Batista ou Falcão, não escondia sua alegria ao afirmar que Caçapava seria uma espécie de símbolo no Timão!
Com sua considerável disposição física, o médio-volante gaúcho foi importante na estabilização do sistema de marcação do alvinegro, especialmente na campanha do título paulista de 1979.
Pelo Corinthians, entre os anos de 1979 e 1982, Caçapava disputou ao todo 149 partidas; com 65 vitórias, 52 empates, 32 derrotas e 5 gols. Os números foram publicados pelo Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte.


Caçapava permaneceu firme no elenco do Corinthians até meados do mês de setembro de 1982, quando um acordo por empréstimo o levou ao time do Parque Antártica.
Com o passe fixado pelo Corinthians em 40 milhões de cruzeiros, Caçapava foi apresentado no Palmeiras, onde reencontrou o treinador Rubens Minelli, o principal responsável por sua indicação aos dirigentes do alviverde.
Mesmo contando com total credibilidade por parte do técnico Rubens Minelli, o departamento médico do Palmeiras estava preocupado. Afinal, enquanto jogou pelo Corinthians, Caçapava sofreu com sua facilidade para ganhar peso.
O certo é que Caçapava não foi feliz com a camisa do Palmeiras. Contusões e problemas com o excesso de peso foram progressivamente minando a sua continuidade no Parque Antártica.
No Palmeiras, entre 1982 e 1983, Caçapava esteve em campo em apenas quatro compromissos; com 3 vitórias, 1 derrota e nenhum gol marcado. Os registros fazem parte do Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.


Depois da passagem pelo Palmeiras, Caçapava jogou pelo Vila Nova de Goiás em 1983, Ceará (CE), onde foi campeão cearense de 1984 e o Novo Hamburgo (RS) entre 1985 e 1986.
Suas últimas temporadas como jogador profissional aconteceram nas fileiras do Fortaleza Esporte Clube (CE), equipe que defendeu no período compreendido entre 1986 e 1987.
Como treinador, Caçapava não conquistou o mesmo prestígio dos tempos de jogador. Conforme reportagem publicada pela Revista Placar número 1107, de setembro de 1995, o ex-volante peregrinou comandando algumas equipes do Nordeste.
De acordo com o site Terceiro Tempo (Seção Que Fim Levou) do jornalista Milton Neves, Caçapava morou na cidade de Timon, no Maranhão, época em que ensinou os segredos do futebol para crianças carentes.
Vitimado por um infarto, Luís Carlos Mello Lopes faleceu no dia 27 de junho de 2016, em Caçapava do Sul (RS). O ex-jogador e também treinador Caçapava trabalhava no setor de Relacionamento Social do Sport Club Internacional.


Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Amauri Barnabé Segalla, Carlos Maranhão, Divino Fonseca, Emanoel Mattos, Fábio Rocco Sormani, JB Scalco, José Maria de Aquino, José Pinto, Manoel Motta, Pisco Del Gaiso e Ronaldo Kotscho), revista Manchete Esportiva, Jornal A Gazeta Esportiva, acervosantosfc.com (por Gabriel Santana), campeoesdofutebol.com.br, corinthians.com.br, gazetaesportiva.com, internacional.com.br, palmeiras.com.br, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, albumefigurinhas.no.comunidades.net.