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campeão paulista de 1941, Galícia Esporte Clube, São Félix (BA), Servílio de Jesus, Servílio o bailarino
O futebol moderno não permite vacilo com o couro nos pés. Tudo é muito rápido, competitivo e calculado.
Mas houve uma época onde existiam craques como Servílio de Jesus, capaz de transformar pesadas bolas de couro marrom em bexigas coloridas de emoção e alegria.
Seus toques clássicos e refinados o levaram mais longe do que pensava. Servílio defendeu o escrete nacional ao lado de grandes ídolos do período romântico de nosso futebol.
Servílio de Jesus nasceu em São Félix (BA), no dia 15 de fevereiro de 1915. *Algumas fontes publicam o seu nascimento em 15 de dezembro de 1915.

O “Bailarino” Servílio (esquerda), em partida contra o Ypiranga no Pacaembu. Crédito: Jornal A Gazeta Esportiva.

O Corinthians no campeonato paulista. Em pé: Jango, Agostinho, Cyro, Chico Preto, Dino e Brandão. Agachados: Lopes, Servílio, Teleco, Joane e Carlinhos. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 169 – 3 de julho de 1941.
Os primeiros piques atrás de uma bola aconteceram nas peladas da praia de Amaralina, em Salvador, antes de chegar aos quadros amadores do recém fundado Galícia Esporte Clube, em meados de 1933.
Meio campista rápido e habilidoso, Servílio logo foi transferido para o Esporte Clube Bahia, onde não permaneceu por muito tempo. De volta ao Galícia foi campeão estadual em 1937.
Servílio foi descoberto pelo Corinthians em uma excursão aos gramados da “Boa Terra” no princípio de 1938. Seu futebol despertou o interesse dos cartolas alvinegros e alguns meses depois a negociação foi concluída.
O Corinthians vivia um momento mágico após o título do campeonato paulista de 1937, especialmente pela vitória que encaminhou o “caneco”, diante do rival Palestra Itália, no Parque Antártica.

Crédito: museudosesportes.blogspot.com.
Sua adaptação no Parque São Jorge foi rápida. Em pouco tempo Servílio era o principal articulador das manobras de ataque ao lado de Teleco, grande estrela da equipe.
A classe e beleza de seu futebol fizeram com que os torcedores e a crônica esportiva consolidassem o respeitável apelido de “O Bailarino”.
Mesmo pela meia direita, Servílio chegava com facilidade para concluir ao gol. Tantas qualidades o levaram ao selecionado paulista e ao escrete nacional em várias oportunidades.
Artilheiro do campeonato paulista por três vezes seguidas: 1945 (17 gols) 1946 (19 gols) e 1947 (19 gols), Servílio conquistou o título estadual nas edições de 1938, 1939 e 1941.
Entre 1938 e 1949 foram 363 participações; com 241 vitórias, 51 empates, 71 derrotas e 201 gols marcados. Os números foram publicados pelo livro “Timão 100 anos”, do autor Celso Dario Unzelte.

Servílio com a camisa do selecionado paulista. Crédito: revista O Globo Sportivo.

Partindo da esquerda; Cláudio, Servílio e Pirillo na Seleção Brasileira. Crédito: museudosesportes.blogspot.com.
Servílio também escreveu história quando envergou em suas costas o primeiro número 9 da história do Corinthians.
Foi em um amistoso contra o River Plate da Argentina no Pacaembu, partida realizada em 22 de dezembro de 1946. Até aquela data, os números nas camisas de futebol ainda não existiam.
Depois, em 1948, os números nas camisas foi instituído como elemento obrigatório. Foi assim que os jogadores participaram da Copa de 1950, realizada no Brasil.
Depois do Corinthians, Servílio ainda jogou pelo Clube Atlético Ypiranga, onde encerrou sua carreira. Servílio, “O Bailarino” é pai de Servílio de Jesus Filho, que brilhou na Portuguesa, Palmeiras, Corinthians e Seleção Brasileira nos anos 60.
O “Bailarino” da Fazendinha faleceu no dia 10 de abril de 1984, na cidade de São Paulo. Seu nome faz parte do rol dos maiores artilheiros da história do Corinthians.

Bino e Servílio. Crédito: Jornal A Gazeta Esportiva de 1947.

Crédito: Jornal Mundo Esportivo número 87 – Quinta Feira, 22 de abril de 1948.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista do Corinthians, revista Esporte Ilustrado, revista O Globo Sportivo, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal Mundo Esportivo, campeoesdofutebol.com.br, gazetaesportiva.net, granadeiros.com, museudosesportes.blogspot.com, site do Milton Neves, Livro: Timão 100 anos – Celso Dario Unzelte – Editora Gutenberg.