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O nome Suingue faz lembrar do estilo musical intenso que conquistou gerações pelo mundo. Também faz lembrar dos “golaços” que o jovem craque da cidade de Rancharia marcava quando brilhou no Corinthians, Palmeiras e Fluminense.

Uma de suas principais características era o forte arremate de longa distância. Bom marcador e excelente na distribuição de bola, o médio-volante também era aproveitado como meia-armador ou ponteiro recuado!

Filho de José Antônio Pedro e de Palmeira Lopes Pedro, Álvaro Aparecido Pedro nasceu no município de Rancharia (SP), em 13 de março de 1946.

Suingue iniciou sua vida esportiva na região de Rancharia. Entre tantas equipes, o rapazola passou pela Associação Atlética Ranchariense, Associação Esportiva Santacruzense e pelo Vila Iguaçu Futebol Clube.

Conforme publicado nas páginas da revista Futebol e Outros Esportes, o apelido “Suingue” apareceu pela sua enorme facilidade de aplicar fintas de corpo, o que logo foi comparado ao ritmo do Swing.

Grande revelação do interior paulista, o promissor Suingue fez muito sucesso na Prudentina antes de ser contratado pelo Palmeiras. Crédito: revista do Esporte número 361 – 5 de fevereiro de 1966.

Forte na marcação e também na distribuição de bola, Suingue era eficiente como médio-volante ou como meia-armador! Crédito: reprodução revista A Gazeta Esportiva Ilustrada número 295 – Fevereiro de 1966.

Ainda muito jovem e trabalhando no ofício de confeiteiro, o dedicado Suingue foi encaminhado para as fileiras da Associação Prudentina de Esportes Atléticos, onde mais tarde assinou seu primeiro contrato profissional.

Nos Aspirantes da Prudentina, Suingue foi utilizado em diversas posições. Jogou como atacante, lateral-esquerdo e zagueiro, até encontrar seu espaço preferido como médio-volante.

Promovido ao quadro principal da Prudentina, Suingue não demorou muito para despertar o interesse dos dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras em 1966.

O moço de Rancharia ainda teve tempo de participar do elenco esmeraldino que conquistou o campeonato paulista de 1966. Também foi campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa e da Taça Brasil de 1967.

E tinha tanta estrela que sobreviveu ao acidente automobilístico acontecido em maio de 1966, uma fatalidade que acabou vitimando o lateral-direito Luis Carlos Cunha.

Suingue aparece ao lado do jovem goleiro Raul Marcel. Crédito: revista do Esporte número 376 – 21 de maio de 1966.

Muita dedicação para vingar com a camisa do Fluminense! Crédito: revista do Esporte número 491- Agosto de 1968.

Com cicatrizes espalhadas pelo corpo e pela alma com a perda do amigo, além do desgosto posterior causado pelo rebaixamento da Prudentina, Suingue voltou recuperado e continuou sua caminhada no Parque Antártica.

Como naqueles tempos o alviverde contava com a dupla Dudu e Ademir da Guia, Suingue começou sua rotina de “Curinga” na ponta-esquerda, na ponta-direita e até como atacante.

Nesse período, seu nome foi lembrado na Seleção Brasileira, o que sem dúvida aumentou sua visibilidade, mas não mudou em nada sua situação no Palmeiras!

Sem esperanças de conseguir um lugar ao sol, Suingue não pensou duas vezes quando seu nome foi colocado em uma negociação com o Fluminense (RJ) em 1968.

Suingue embarcou para o Rio de Janeiro ao lado do ponteiro-esquerdo Rinaldo, enquanto que o também ponta-esquerda Lula desembarcava em São Paulo para defender o Palmeiras.

Suingue dava um duro danado para suprir uma eventual ausência de Roberto Rivellino! Crédito: revista Placar – 6 de novembro de 1970.

Suingue sobrou em campo na grande vitória sobre o Santos de Pelé. Crédito: revista Placar – 6 de novembro de 1970.

Contudo, Suingue Não permaneceu muito tempo nas Laranjeiras. Foi então que apareceu o providencial interesse do Sport Club Corinthians Paulista em 1969.

No time do Parque São Jorge, Suingue viveu seus melhores e seus piores dias. Em algumas jornadas era idolatrado pela torcida, enquanto que em outras era quase apedrejado junto com o time.

No Corinthians disputou posição com Dirceu Alves, já que Rivellino era intocável. A estrela, tão presente no começo da carreira, não brilhava mais como antes e o banco de reservas o incomodava.

De acordo com o Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte, entre 1969 e 1973 Suingue disputou 137 partidas. Foram 53 vitórias, 50 empates, 34 derrotas e 22 gols marcados.

No findar de 1971, cansado de ser apenas uma boa opção no banco de reservas e com propostas interessantes de várias equipes, Suingue queria mesmo era ir embora do Corinthians!

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Bem diferente dos tempos de penúria, Suingue era só alegria ao lado de seu automóvel Puma no estacionamento do Parque São Jorge! Crédito: revista Placar número 45 – 22 de janeiro de 1971.

O Corinthians pronto para mais um compromisso no Estádio do Pacaembu. Partindo da esquerda, em pé: Mirandinha, Tião, Luís Carlos, Baldochi, Pedrinho e Ado. Agachados: Miranda, Caito, Suingue, Rivellino e Aladim. Crédito: revista Placar.

Em pouco tempo chegaram boas ofertas do Botafogo, Flamengo, América (RJ), Santos e Coritiba, além do interesse do Universitário de Lima representado pelo empresário Juan Figer, que ofereceu de pronto 100.000 dólares.

Sempre com medo do arrependimento, os diretores do Corinthians dificultavam qualquer transação envolvendo o nome do meio-campista. Em 1972 finalmente o bom senso prevaleceu e Suingue foi emprestado ao Vasco da Gama!

Depois do Vasco, Suingue voltou ainda ao Corinthians em 1973. Em seguida foi negociado com o Clube do Remo (PA). O médio-volante jogou também no Atlas do México, Desportiva (ES), Vitória (ES) e Caxias (ES), equipe onde encerrou sua trajetória.

Suingue continuou ligado ao futebol como árbitro no Espírito Santo. Abaixo, a cópia da mensagem enviada pelo filho de Suingue, Roberto Pedro, por ocasião do falecimento do pai em 15 de dezembro de 2013:

–  Olá Rogério. Hoje infelizmente não venho trazer boas notícias. Meu pai passou por uma cirurgia cardíaca na última quinta feira e infelizmente faleceu. Agradeço mais uma vez pela homenagem deixada em seu blog. Foi motivo de grande orgulho para ele. ‘16 de dezembro de 2013 – 10:21 – Roberto Pedro’.

Sempre temendo o arrependimento, os diretores do Corinthians dificultavam qualquer transação envolvendo o nome de Suingue. Foto de Nelson Alves. Crédito: revista Placar – 1 de outubro de 1971.

Suingue e Baldochi em treinamento no Parque São Jorge. Crédito: revista Grandes Clubes Brasileiros.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão, José Campos e Nelson Alves), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista Futebol e Outros Esportes, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista O Cruzeiro, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, acervo.oglobo.globo.com, campeoesdofutebol.com.br, corinthians.com.br, gazetaesportiva.net, site do Milton Neves, Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, albumefigurinhas.no.comunidades.net.