Por ocasião do 110º aniversário do clube, o site “guaranifc.com.br” preparou uma lista com os 15 maiores artilheiros da história do “Bugre Campineiro”, um trabalho de pesquisa minucioso elaborado por Celso Franco.
Presente nesse rol especial de grandes artilheiros, Paulo Leão ocupa o 14° lugar (com 79 gols), pouco atrás de Zenon e Benê (Benedito Leopoldo da Silva), ambos com 81 gols marcados.
Durante o tempo em que jogou pelo Guarani, Paulo Leão formou grandes linhas ofensivas ao lado de bons atacantes; como Benê, Cabrita, Cido, Dorival, Ilton Porco, Osvaldo, Roberto Bataglia e Tião Macalé.
Filho de Paulo Gomes Leão e de dona Ruth Ferreira Leão, Paulo Gracindo Leão nasceu na cidade Lins (SP), em 18 de novembro de 1938. Centroavante de origem, o rapazola encontrou suas primeiras oportunidades na cidade de Araçatuba (SP).
Sua caminhada esportiva começou em 1955, nas fileiras do Araçatuba Esporte Clube (atual Associação Esportiva Araçatuba), época em que ganhou destaque disputando o então Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Em 1956 foi transferido “de mala e cuia” para o Guarani Futebol Clube de Campinas (SP), onde inicialmente jogou no quadro juvenil para em seguida ser aproveitado nos Aspirantes até o findar de 1959.
Promovido ao time principal do Guarani em 1960, Paulo Leão apresentou um bom rendimento enquanto defendeu o “Bugre”. Seu nome também é lembrado por marcar 5 gols em um amistoso contra o Taubaté em Campinas:
23 de abril de 1961 – Amistoso – Guarani 5×1 Taubaté – Estádio Brinco de Ouro da Princesa – Campinas (SP) – Árbitro: Moacir Tomás – Gols: Wilson Bauru para o Taubaté aos 7’ do primeiro tempo; Paulo Leão aos 3’, 26’, 29’, 31’ e 40’ do segundo tempo.
Guarani: Dimas; Ferrari, Ditinho e Diogo; Valter e Eraldo; Cabrita, Ilton, Paulo Leão, Cido e Osvaldo. Técnico: Tim. Taubaté: Henrique; Wilson Cruz, Mexicano e Vaguinho; Augusto e Celso; Almir, Wilson Bauru, Sabará, Mário e Noca. Técnico: Joaquim Loureiro.
Sondado pelo Fluminense e pelo Vasco da Gama, o promissor Paulo Leão até que estava interessado em mostrar o seu talento no cenário carioca. Todavia, o Palmeiras apresentou uma proposta mais vantajosa, tanto para o jogador como para o Guarani de Campinas.
– “Quando era jogador do Guarani, Telê Santana indicou o meu nome aos dirigentes do Fluminense. Contudo, o clube carioca demorou para formalizar o interesse e eu fui parar no Palmeiras”.
Conforme divulgado pela Revista do Esporte número 218, edição de 11 de maio de 1963, o negócio de 18,5 milhões de Cruzeiros envolveu também o lateral-esquerdo Ferrari, sendo 12,5 milhões pelos direitos de Paulo Leão e 6 milhões por Ferrari.
No decorrer da entrevista, Paulo Leão revelou que ficou sabendo da transação com o Palmeiras pela Rádio Bandeirantes, justamente quando estava em Presidente Prudente para o jogo entre Prudentina e Guarani.
Recebendo 2 milhões de Cruzeiros de Luvas e um salário mensal acertado em 40 mil Cruzeiros mensais, o centroavante Paulo Leão firmou compromisso com o alviverde pelo período de dois anos.
No Parque Antártica, Paulo Leão brigou por um lugar na equipe, o que não era uma tarefa fácil em razão da grande fase vivida por Servílio de Jesus Filho, que na campanha do título paulista marcou 21 gols, um a menos que Pelé, o artilheiro da competição.
Pouco utilizado na condição de titular no Palmeiras, em 1964 Paulo Leão foi negociado com o America Football Club (RJ), uma passagem curta e marcada com o quinto lugar no campeonato carioca.
Pelo Palmeiras, o atacante esteve em campo em 25 partidas; com 16 vitórias, 7 empates, 2 derrotas e 8 gols marcados. Os registros estatísticos foram publicados pelo “Almanaque do Palmeiras”, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.
De volta ao cenário paulista, Paulo Leão jogou no Botafogo de Ribeirão Preto (1964 até 1968; depois em 1969), na Ponte Preta (1968) e finalmente na Francana (1969), sua última equipe como jogador profissional.
Como treinador comandou várias equipes: Moto Clube (MA), Uberaba (MG), Tuna Luso (PA), Grêmio Maringá (PR), Avaí (SC), Botafogo de Ribeirão Preto (SP), Guarani (SP) e Ponte Preta (SP). Depois do futebol, Paulo Leão trabalhou como Professor de Educação Física e Administrador de Imóveis.
Vítima de falência múltipla de órgãos, Paulo Gracindo Leão faleceu no dia 8 de abril de 2015, em Campinas (SP), aos 76 anos de idade. O ex-jogador e treinador estava internado na UTI do Hospital de Clínicas da Unicamp.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Isnard Cordeiro, Roberto José da Silva e Sérgio Martins), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte (por Denis Menezes e Jurandir Costa), revista Futebol e Outros Esportes, revista Manchete Esportiva, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, campeoesdofutebol.com.br, jogosdoguarani.com (por José Ricardo Lenzi Mariolani), guaranifc.com.br (por Celso Franco), palmeiras.com.br, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, albumefigurinhas.no.comunidades.net.