Valmir… saudades da Taça dos Invictos  

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Para os fãs de Valmir de Freitas, algumas particularidades pessoais do jogador foram publicadas na famosa seção “Raio X de corpo inteiro”, uma página especial da saudosa Revista do Esporte. (Fonte: Edição número 135 – 7 de outubro de 1961):

– “Com 1;72 de altura, 66 quilos e chuteiras de número 40, Valmir adora ouvir os sucessos de Ângela Maria e Nélson Gonçalves. Devoto de Nossa Senhora Aparecida, o gaúcho não abre mão de um bom prato de macarronada e mantém os cabelos sempre bem penteados com óleo de lavanda”.

Natural de Porto Alegre, capital gaúcha, Valmir de Freitas nasceu no dia 1º de outubro de 1933. Despontou para o futebol no time da Fábrica Rossi, uma época em que tudo não passava de pura diversão!

Com a mudança da família para São Paulo, o jovem procurou inicialmente seu espaço no disputado futebol amador, onde fez enorme sucesso jogando como ponteiro-direito no Clube Atlético Tremembé (SP).

Apresentando um futebol vistoso nas fileiras do Tremembé, Valmir foi observado pelo dirigente alvinegro Jorge Gonçalves, que prontamente disparou um convite para treinar no Corinthians. (Fonte: Revista do Esporte número 150 – 20 de janeiro de 1962).

Em dez anos pelo Corinthians, Valmir de Freitas disputou um total de 315 compromissos (incluindo amistosos) e marcou 3 gols. Crédito: revista do Esporte número 13 – 6 de junho de 1959.
Nas cadeiras do Estádio do Pacaembu, Valmir lembrou que estava em grande fase no Corinthians em 1957, mas uma grave contusão atrapalhou o sonho de defender o escrete canarinho em 1958. Crédito: revista do Esporte número 13 – 6 de junho de 1959.

Aprovado nas seletivas como lateral-direito e depois como zagueiro, Valmir agradou muito nos primeiros treinos e assim firmou compromisso com o Corinthians no findar de 1954, com salário mensal de 10 mil Cruzeiros.

Grato pelo destino generoso, o gaúcho guardou para sempre uma camisa do Clube Atlético Tremembé. Casado com dona Armantina Farina de Freitas, Valmir fixou residência na Rua Alfa, no bairro do Sacomã.

Conforme divulgado no site “meutimao.com.br”, Valmir realizou sua primeira participação pelo Corinthians no domingo de 14 de novembro de 1954, em amistoso realizado no Estádio Municipal Sílvio Salles, em Catanduva (SP).

Orientado pelo técnico Oswaldo Brandão, o time do Parque São Jorge venceu pelo placar de 3×1 (Gols de Liminha para o Catanduva; Cláudio, Nardo e Nonô para o Corinthians). Valmir entrou no decorrer da partida no lugar de Idário.

Um reduto gaúcho no Parque São Jorge. Além de Valmir, com o passar do tempo, o elenco alvinegro contou com outros gaúchos de valor; com Cláudio Boose, Higino, Joaquinzinho e Oreco. (Fonte: Revista do Esporte número 69 – 2 de julho de 1960).

Jovens valores do Corinthians na temporada de 1960. Partindo da esquerda; Valmir, Jaime, Ari Clemente e Parobé. Também na foto, o massagista Florentino e Jacob Berenzon, grande torcedor e apoiador. Crédito: revista do Esporte número 54.
Valmir despontou para o futebol na capital gaúcha, no time da Fábrica Rossi. Com a mudança da família para São Paulo, o jovem zagueiro passou pelo Clube Atlético Tremembé e depois firmou compromisso com o Corinthians no findar de 1954. Foto de Nélson Santos. Crédito: revista do Esporte número 68 – 25 de junho de 1960.

Em dez anos jogando pelo Corinthians, em várias posições, Valmir de Freitas participou da série invicta de 35 partidas que resultou na conquista da Taça dos Invictos de 1957. Ao todo foram 315 compromissos disputados (* incluindo partidas amistosas) e 3 gols marcados.

E por falar em 1957, Valmir estava em grande fase naquele ano, mas uma grave contusão atrapalhou o sonho de defender o “escrete canarinho” no mundial de 1958, na Suécia.

Mas, nem tudo foram flores. Anos mais tarde, Valmir sofreu um bocado no time que ficou conhecido como “Faz Me Rir”, título de uma música de grande sucesso da cantora Edith Veiga.

Segundo registros publicados na obra do autor Celso Dario Unzelte “Timão 100 Anos”, Editora Gutenberg, nas primeiras 11 rodadas do campeonato paulista de 1961, o combalido quadro alvinegro colecionou 7 derrotas, 2 empates e apenas 2 vitórias.

O corpo diretivo até que tentou dar um jeito na situação trocando o treinador e alguns jogadores no andamento do campeonato. Porém, pouco resolveu e o Corinthians ficou entre os últimos colocados ao final do primeiro turno.

Reduto gaúcho no Parque São Jorge. Além de Valmir (foto), com o passar do tempo o elenco alvinegro contou com Cláudio Boose, Higino, Joaquinzinho e Oreco. Crédito: revista do Esporte número 69 – 2 de julho de 1960.
O Corinthians que não começou bem nas primeiras rodadas do “Paulistão” de 1961. Partindo da esquerda, em pé: Membro da comissão técnica, Valmir, Egídio, Gylmar, Olavo, Sídney e Ari Clemente. Agachados: Valdir, Paulinho, Higino, Rafael e Neves. Crédito: revista do Esporte número 123 – 15 de julho de 1961.

Valmir permaneceu firme no elenco alvinegro até o findar de 1963. Como o contrato não foi renovado, seu próximo destino foi firmado na Associação Atlética Portuguesa da cidade de Santos (SP), uma passagem muito rápida.

Ainda em 1964, Valmir disputou pela Ponte Preta o campeonato paulista da Segunda Divisão (Atual Série A2). O quadro campineiro foi bem na competição, mas perdeu o confronto decisivo diante da Portuguesa Santista no Estádio Moisés Lucarelli. Abaixo, os registros da partida: 

7 de março de 1965 – Campeonato paulista de 1964 – Divisão de Acesso – Torneio dos Finalistas – Ponte Preta 0x1 Portuguesa Santista – Estádio Moisés Lucarelli – Árbitro: Albino Zanferrari – Gol: Samarone aos 6’ do primeiro tempo.

Ponte Preta: Aníbal (Fernandes); Valmir, Antoninho, Sebastião e Jurandir; Ivã e Urubatão; Jair, Da Silva, Almeida e Ari. Portuguesa Santista: Cláudio; Alberto, Adelson, Osmar e Zé Carlos; Norberto e Pereirinha; Lio, Samarone, Valdir Teixeira e Babá.

De acordo com o site Terceiro Tempo (Seção Que Fim Levou) do jornalista Milton Neves, depois do futebol Valmir foi gerente na Pizzaria Camelo, na Rua Pamplona. Ele residia no bairro do Planalto Paulista. Valmir de Freitas faleceu na cidade de São Paulo em 24 de novembro de 2014.

Morando em São Paulo, o jovem Valmir fazia enorme sucesso nas fileiras do Clube Atlético Tremembé, uma performance que representou um convite para mostrar suas qualidades no Corinthians. Crédito: revista do Esporte número 150 – 20 de janeiro de 1962.
Em grande parte da temporada de 1961, Valmir atuou como zagueiro-central e foi muito elogiado, mesmo fazendo questão de afirmar que sua preferência era jogar como quarto-zagueiro! Crédito: revista do Esporte número 173 – 30 de junho de 1962.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por José Pinto e Sandro Moreyra), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Corinthians, revista do Esporte, Jornal A Gazeta Esportiva, campeoesdofutebol.com.br, meutimao.com.br, portuguesasantista.com.br, site do Milton Neves (por Diogo Miloni), Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, Livro: Timão 100 Anos – Celso Dario Unzelte – Editora Gutenberg.