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Associação Atlética Asas de Lagoa Santa (MG), campeonato carioca de 1957, General Severiano, Neivaldo Pinto de Carvalho
Filho de Francisco Sudário de Carvalho e de dona Brasilina Pinto Carvalho, Neivaldo Pinto de Carvalho (ou Neyvaldo, conforme algumas publicações) nasceu no dia 9 de novembro de 1933, em Belo Horizonte (MG).
Também conhecido pelos familiares como “Neneco”, o pequenino Neivaldo costumava marcar presença nas peladas do entorno da Av. Olegário Maciel, o que mais tarde resultou na fundação de um time chamado Clube Atlético Guarani.
Aos dezesseis anos de idade, com o sucesso no modesto Guarani, Neivaldo foi encaminhado ao juvenil do Cruzeiro Esporte Clube (MG), onde conquistou o título da categoria de 1950, sob o comando do técnico Colombo.
Permaneceu procurando seu espaço na ponta-direita do Cruzeiro até 1952, quando recebeu um convite de um oficial da Aeronáutica para jogar nas fileiras da Associação Atlética Asas de Lagoa Santa (MG).
Em 1953, Neivaldo confirmou sua grande fase ao ser lembrado para servir o selecionado mineiro de juvenis. No início da temporada seguinte continuou em ascensão, inclusive participando do esperado amistoso contra o Botafogo (RJ).
Impressionado com o futebol vistoso apresentado por Neivaldo, o técnico do Botafogo, Gentil Cardoso, não perdeu tempo. De volta do Rio, o nome do promissor ponteiro mineiro foi parar na mesa dos dirigentes do clube carioca.
Com o andamento dos entendimentos de praxe, Neivaldo firmou compromisso com o time da “Estrela Solitária” para receber o montante de 8 mil cruzeiros mensais. (Fonte: Revista do Esporte número 14 – 13 de junho de 1959).
Os primeiros tempos em General Severiano aconteceram normalmente dentro do previsto, até que um lance acidental quase colocou um ponto final na carreira do ponteiro mineiro.
De acordo com artigo publicado na Revista do Esporte número 14, edição de 13 de junho de 1959, Neivaldo sofreu uma forte pancada na nuca em uma partida realizada no interior de Minas Gerais, embora o referido artigo não entre em maiores detalhes sobre o jogo:
– “Pulei para cabecear um tiro de canto, quando recebi uma forte pancada na nuca. Fui internado em um hospital local com suspeita de comoção cerebral. Posteriormente fui removido para o Rio de Janeiro, onde fiquei dois meses internado”.
Recuperado do infortúnio, Neivaldo iniciou sua luta por um lugar no time titular. Ofuscado por Garrincha, o bom futebol de Neivaldo foi aproveitado em todas as posições da linha ofensiva do Botafogo.
Conforme divulgado pelo site “datafogo.blogspot.com” (pesquisa realizada por Pedro Varanda), Neivaldo disputou pelo Botafogo um total de 260 partidas com 45 gols marcados (considerando 10 partidas e 2 gols marcados em jogos pelo Torneio Início).
Entre 1954 e 1962, Neivaldo conquistou pelo Botafogo o bicampeonato carioca de Aspirantes (1958 e 1959); o campeonato carioca de 1957, 1961 e 1962; o bicampeonato do Torneio Início (1961 e 1962) e o Torneio Rio-São Paulo de 1962.
Depois de nove temporadas em General Severiano, Neivaldo recebeu com alegria o interesse dos dirigentes da Associação Portuguesa de Desportos, que para contar com o jogador mineiro precisaram investir um bom dinheiro.
A edição da Revista do Esporte número 199, de 29 de dezembro de 1962, revelou aos leitores os valores da negociação. Foram 3 milhões de Cruzeiros na conta do Botafogo, mais 1,5 milhão de luvas ao jogador por um contrato de dois anos com 50 mil cruzeiros mensais.
No mesmo espaço de tempo, Neivaldo e sua noiva Kleide selaram matrimônio no Rio de Janeiro em 18 de dezembro de 1962. Com malas prontas para São Paulo, o casal já tinha endereço certo na capital paulista.
Morando na Av. Brigadeiro Luís Antônio, Neivaldo foi bem recebido pelos novos companheiros. No cômputo geral foi uma boa passagem pela Portuguesa de Desportos, onde formou grandes linhas ofensivas no período entre 1963 e 1965.
Mas, apesar do ótimo ambiente no clube e das boas campanhas da Lusa no certame paulista de 1964 e 1965, Neivaldo não estava completamente satisfeito no cenário paulista.
Em depoimento publicado na Revista do Esporte número 276, edição de 20 de junho de 1964, o ponteiro deixou claro que estava cansado do ritmo frenético ditado por um calendário fatigante de jogos, treinos e viagens.
– “O futebol paulista paga melhor, mas cobra um alto preço. Quase não ficamos com os familiares e vivemos em constante deslocamento. Tenho muita vontade de voltar ao Rio de Janeiro”.
Sem disposição para renovar seu contrato na Portuguesa, Neivaldo deixou o clube no findar do primeiro semestre de 1965. Primeiro foi defender Bragantino (SP), para em seguida jogar pelo Olaria (RJ) até 1968, sua última equipe como profissional.
Abaixo, uma das participações de Neivaldo jogando pelo Olaria no campeonato carioca de 1968, certame em que o time da Rua Bariri não realizou uma boa campanha:
23 de março de 1968 – Campeonato carioca – Primeiro Turno – Olaria 0x1 América – Estádio do Maracanã (RJ) – Árbitro: Cláudio Magalhães – Gol: Mário Augusto para o América.
Olaria: Franz; Mura, Esteves, Altivo e Alfinete; Válter e Mafra; Joãozinho, Zadinha, Antunes e Neivaldo. Técnico: Castilho. América: Rosan; Zé Carlos (Sérgio), Alex, Veríssimo e Leon; Tadeu e Badeco; Tonel (Mário Augusto), Miguel, Almir e Gilson Porto.
De acordo com o site Terceiro Tempo (Seção Que Fim Levou) do jornalista Milton Neves, Neivaldo Pinto de Carvalho faleceu vitimado por um infarto no dia 13 de maio de 2006, em Saquarema (RJ).
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Célio Apolinário e José Maria de Aquino), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte (por Adílson Povil, Denis Menezes e Jurandir Costa), revista Manchete Esportiva, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, campeoesdofutebol.com.br, cruzeiro.com.br, datafogo.blogspot.com (por Cláudio Falcão e Pedro Varanda), portuguesa.com.br, Livro: A História do Campeonato Paulista – André Fontenelle e Valmir Storti – Publifolha, albumefigurinhas.no.comunidades.net.