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No conceito da mãe, o tal do futebol não dava camisa para ninguém. Mas, o jovenzinho queria ser jogador, mesmo que para isso fosse preciso suportar algumas palmadas!

Entre os bancos escolares e suas escapadas para jogar peladas no bairro de Pau Miúdo, em Salvador, Copeu ajudava no orçamento doméstico trabalhando como aprendiz de Barbeiro.

Dono de um único calção puído, o rapazinho era figura conhecida onde existisse uma bola por perto. Assim cresceu Carlos Cidreira, mais conhecido como “Copeu”, nascido no dia 26 de setembro de 1943, em Salvador (BA).

Habilidoso e ligeiro, Copeu logo despertou o interesse dos representantes do Botafogo (BA). Aceitou o convite para treinar e agradou tanto, que meses depois assinava o seu primeiro contrato com dezessete anos de idade.

Como meia-direita, Copeu foi muito bem no Botafogo até o início de 1964, quando o cenário paulista acenou com novas oportunidades. Convidado para um período de experiência no Palmeiras, Copeu realizou apenas uma partida entre os titulares do alviverde. 

Em 1965, Copeu ganhou destaque como ponteiro-direito no São Bento de Sorocaba, naquela oportunidade orientado pelo técnico Wilson Francisco Alves. Crédito: gazetaesportiva.com.
Linha de ataque do São Bento de Sorocaba em 1965. Partindo da esquerda; Copeu, Almir, Raimundinho, Nei e Afonsinho. Crédito: revista do Esporte número 351 – 27 de novembro de 1965.

Essa única partida de Copeu pelo Palmeiras em 1964 aconteceu no empate em 0x0 contra o São Bento de Sorocaba, um amistoso realizado no domingo de 24 de maio de 1964, no antigo Estádio Humberto Reale.

Embora observando boas qualidades no futebol de Copeu, o técnico Sylvio Pirillo achou por bem liberar o jogador diante de uma proposta do mesmo São Bento. Afinal, o talentoso baiano não teria muitas oportunidades no tarimbado elenco do alviverde.

Assim, no mês de junho, Copeu foi apresentado no o Esporte Clube São Bento de Sorocaba (SP) para disputar o campeonato paulista de 1964, uma grande oportunidade para mostrar o seu valor.  

No ano seguinte, Copeu alcançou uma maior visibilidade ao ser efetivado como ponteiro-direito no quadro de Sorocaba, naquela oportunidade orientado pelo técnico Wilson Francisco Alves.

Também apelidado pelos companheiros como “Feitiço baiano” e “bode cego”, Copeu foi emprestado ao Santos em 1967. Abaixo, uma de suas participações pelo time da Vila Belmiro na disputa do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967:

Partindo da esquerda; Copeu, Servílio e o argentino Luís Artime. Crédito: revista Manchete número 865 – 16 de novembro de 1968.
O Palmeiras pronto para mais um  confronto no Estádio do Morumbi. Partindo da esquerda, em pé: Neves, Nélson, Dudu, Dé, Luís Pereira e Neuri. Agachados: Copeu, Jaime, César, Ademir da Guia e Pio. Crédito: revista Placar número 7 – 1 de maio de 1970.

15 de março de 1967 – Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Robertão) – Santos 5×1 Internacional (RS) – Estádio do Pacaembu (SP) – Árbitro: Agomar Martins – Gols: Copeu (2), Edu, Pelé e Toninho para o Santos; Davi para o Internacional (RS).

Santos: Gylmar; Carlos Alberto, Oberdan, Orlando (Haroldo) e Rildo; Mengálvio (Clodoaldo) e Lima (Buglê); Copeu, Toninho, Pelé e Edu. Internacional (RS): Gainete (Guaporé); Laurício, Scala, Luís Carlos e Jorge Andrade; Lambari e Elton; Carlitos, Jorginho, (Bráulio), Carlinhos e Davi (João Carlos).

Com o término do empréstimo ao Santos, Copeu voltou ao São Bento e disputou os dois turnos do campeonato paulista de 1968. No início do segundo semestre, seu passe foi adquirido pelo Palmeiras.

Copeu viveu seu melhor momento no Parque Antártica ao conquistar o título do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1969. O ponteiro permaneceu no alviverde até o início de 1971, ao firmar compromisso com o Sport Club do Recife (PE).

Jogando pelo Palmeiras, Copeu realizou 122 jogos; com 69 vitórias, 30 empates, 23 derrotas e 16 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Brilhando inicialmente no futebol de Salvador (BA), Copeu fez fama no cenário paulista defendendo o Palmeiras, Santos e o São Bento de Sorocaba. Crédito: revista do Esporte número 584 – 30 de outubro de 1970.
Conhecido pelos companheiros como “Feitiço Baiano”, Copeu fez parte de grandes linhas de ataque do Palmeiras. Crédito: revista do Esporte número 584 – 30 de outubro de 1970.

Voltando ao cenário paulista em 1972, Copeu novamente defendeu o São Bento de Sorocaba (SP). No mesmo ano também disputou o campeonato nacional pelo Clube do Remo (PA).

Na sequência, com o benefício do “passe livre” em mãos, Copeu acertou suas bases financeiras com o Esporte Clube Comercial de Campo Grande (MS), onde marcou época e conquistou o campeonato estadual de 1975.

Pelo Comercial de Campo Grande, Copeu jogou entre 1973 e 1979, ano em que deixou o futebol profissional. Algumas fontes apontam também passagens pelo Uberlândia Esporte Clube (MG) e pela Associação Atlética Portuguesa (Santos – SP).

De acordo com o site “Terceiro Tempo” (Seção Que Fim Levou) do jornalista Milton Neves, ao deixar os gramados Copeu trabalhou como treinador, inclusive na categoria juvenil do Esporte Clube Comercial.

Em agosto de 2007 recebeu o título de “Cidadão Campo-grandense”, uma indicação do vereador Athayde Nery. Em dezembro de 2023, Copeu sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), felizmente com boa recuperação. Atualmente o ex-atacante permanece morando em Campo Grande (MS).

O quadro do Esporte Clube Comercial de Campo Grande (MS) em 1973. O primeiro em pé é o goleiro Careca e o terceiro é o zagueiro Morais, que também fez sucesso no Cruzeiro (MG). Agachados, partindo da esquerda, vemos Copeu, o primeiro depois do massagista. O terceiro com a mão na bola é o ponteiro-direito “Búfalo Gil” (Gilberto Alves). Crédito: revista Manchete número 1116 – 8 de setembro de 1973.
Em 1979, Copeu encerrou sua caminhada pelos gramados no Esporte Clube Comercial  de Campo Grande (MS). Crédito: revista Placar número 467 – 6 de abril de 1979.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão e Sílvio de Andrade), revista do Esporte, revista Manchete, revista Grandes Clubes Brasileiros, Jornal A Gazeta Esportiva, acervosantosfc.com (por Gabriel Santana), campeoesdofutebol.com.br, gazetaesportiva.com, memoriasdoesporte.com.br, palmeiras.com.br, site do Milton Neves, verdazzo.com.br, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.