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Atlético Clube Nacional, Joel Martins da Fonseca, São João de Meriti (RJ), Torneio Internacional de Nova Iorque em 1960
Com 1;80 de altura e 76 quilos, o corpulento Joel usa chuteiras número 42. Casado com Maria Alice, seu passatempo preferido é o cinema. Devoto de Nossa Senhora de Fátima, Joel costuma orar antes de entrar em campo. (Fonte: Revista do Esporte número 204, edição de 2 de fevereiro de 1963).
Filho de José Martins da Fonseca e de dona Isabel Maria Augusta, Joel Martins da Fonseca nasceu no município de São João de Meriti (RJ), em 14 de fevereiro de 1935.
Atualmente, o ex-jogador e treinador Joel reside no bairro de Botafogo, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro (RJ). O registro foi divulgado pelo site “historiafutebolbrasiliense.blogspot.com”.
Segundo reportagem especial da Revista do Esporte número 38, edição de 28 de novembro de 1959, antes de viver do futebol, Joel trabalhava em um depósito de tecidos. Dava um duro danado para receber 1.200 Cruzeiros por mês.
Paralelamente, o futebol ganhava maior espaço em sua vida. Joel jogava como centromédio no Atlético Clube Nacional, do bairro Ricardo de Albuquerque, equipe que disputava o tradicional campeonato do Departamento Autônomo.
No findar de 1956, durante uma partida entre o Atlético Nacional e o Campo Grande, Joel foi observado mais atentamente por Carlos Nascimento, na época integrante da Comissão técnica do Bangu Atlético Clube (RJ).
Empolgado com o potencial de Joel, Carlos Nascimento solicitou ao zagueiro Darci Santos que o convidasse para treinar nas fileiras do Bangu, já que Darci era conhecido e vizinho de Joel.
Dias depois, Joel compareceu em Moça Bonita e treinou muito bem sob supervisão do Coronel Luís Renato, que não perdeu tempo em prontamente aprovar o rapazinho para prosseguir no clube.
Publicado na coluna “Raio X de Corpo Inteiro” da Revista do Esporte número 204, edição de 2 de fevereiro de 1963, o primeiro salário de Joel no Bangu foi de 8 mil Cruzeiros mensais.
Utilizado como lateral-direito e eventualmente como zagueiro no quadro de Aspirantes, o esforço de Joel foi reconhecido no início de 1957, quando seu nome foi relacionado no elenco principal pelo técnico Newton Anet.
Elemento chave no esquema defensivo do técnico Gentil Cardoso, Joel era um tanto depreciado pela imprensa esportiva, que o considerava moroso e pesado. Todavia, o lateral-direito calou os críticos com seu bom desempenho na grande campanha do Bangu no campeonato carioca de 1959.
Campeão invicto do Torneio Internacional de Nova Iorque em 1960, Joel foi pretendido pelo São Paulo e depois pelo Palmeiras, mas permaneceu no Bangu em razão de discordâncias financeiras entre os “cartolas”.
O Tricolor paulista, representado pelo dirigente Manoel Raymundo Paes de Almeida, ofereceu o montante de 600 mil Cruzeiros de luvas e um salário mensal de 30 mil, o que Joel considerou como uma proposta muito baixa.
Aproveitando o embalo da infrutífera investida do São Paulo, o Palmeiras entrou na parada pelo passe de Joel. De pronto, o alviverde ofereceu 9 milhões de Cruzeiros, uma proposta que também não deu em nada, já que o Bangu não aceitava menos do que 10 milhões.
Afastada qualquer possibilidade de jogar no futebol paulista, Joel focou seus interesses de futuro na Seleção Brasileira. Em 6 de agosto de 1960, a edição número 74 da Revista do Esporte ofereceu aos leitores um momento de pura reflexão, um choque entre esperança e realidade.
– “Muita gente me pergunta se não fico triste em não ver meu nome incluído nas convocações para servir o escrete. Afinal, eu seria um tolo se quisesse me comparar com Djalma Santos ou De Sordi”.
Jogando pelo Bangu, Joel disputou em torno de 220 partidas e chegou em grande forma ao selecionado carioca. Sobre sua transferência para o time da Estrela Solitária, em janeiro de 1962, o lateral-direito revelou os detalhes na Revista do Esporte número 159:
– “Nunca pensei em jogar pelo Botafogo. Sinceramente recebi com surpresa o interesse pelo meu concurso. É uma oportunidade única de conviver com grandes estrelas e ficar mais próximo de ser lembrado no escrete”.
Pelos direitos de jogador, os dirigentes de Moça Bonita estipularam o valor de 10 milhões de Cruzeiros. Mas, diante do risco de um recuo do Botafogo, Joel aceitou abrir mão dos 15% que tinha direito na transação. Assim, o valor do negócio ficou em 8 milhões e meio de Cruzeiros.
Com 500 mil Cruzeiros de luvas e um salário mensal de 65 mil Cruzeiros, Joel estava muito feliz com seu novo compromisso assinado no “Glorioso”. Era praticamente o dobro do que recebia enquanto jogador do Bangu!
Pelo Botafogo, Joel disputou 240 partidas entre janeiro de 1962 e junho de 1968. Com apenas um gol marcado nesse período, os títulos conquistados foram uma marca muito positiva de sua rica caminhada em General Severiano:
– Campeão carioca em 1962 e 1967 e campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1962, 1964 e 1966, além de vários torneios nacionais e internacionais, sem esquecer da premiação do Prêmio Belfort Duarte em 1966. Os registros foram divulgados pelo site “datafogo.blogspot.com”.
Ao deixar os gramados, Joel continuou trabalhando no apaixonante mundo da bola. Inicialmente trabalhou como treinador nas categorias amadoras do mesmo Botafogo e no selecionado carioca.
Posteriormente, nas décadas de 1970, 1980 e 1990, também orientou o quadro principal do “Glorioso” em sete oportunidades. Além do Botafogo, Joel trabalhou em várias equipes, inclusive no exterior:
– Clube de Regatas Brasil – CRB (AL), Nacional (AM), Sociedade Esportiva do Gama (DF), Uberlândia (MG), Tupi (MG), Clube do Remo (PA), Paysandu (PA), América (RJ), Goytacaz (RJ) e o Al-Jabalain Club, da Arábia Saudita.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Aristélio Andrade, Hélio de Souza e Roberto José da Silva), revista do Esporte (por Denis Menezes, Jurandir Costa e Milton Salles), revista Manchete Esportiva, revista O Cruzeiro, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, bangu-ac.com.br, botafogo.com.br, campeoesdofutebol.com.br, datafogo.blogspot.com (por Cláudio Falcão, José Ricardo Caldas e Almeida e Pedro Varanda), historiafutebolbrasiliense.blogspot.com.