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Alejandro Galan, Campeonato Brasileiro de Seleções de 1952, Copa Carlos Dittborn Pinto de 1962, Jim Lopes

Alejandro Galan, mais conhecido no mundo da bola como Jim Lopes, nasceu no dia 6 de julho de 1912, no famoso bairro arborizado de Parque Patrícios, em Buenos Aires.
Um apaixonado pelo esporte, Alejandro começou a sua caminhada esportiva praticando o pugilismo, ainda que dedicasse uma boa parcela de seu tempo jogando futebol pelo Club Almagro.
No decorrer de 1929, atraído pela promessa de uma vida nova apoiada com bons contratos no Boxe, o jovem pugilista argentino desembarcou cheio de esperanças na cidade de São Paulo.
Contando com apenas dezessete anos, Alejandro não demorou para encontrar dificuldades contratuais, pois era menor de idade. Então, o amigo Celestino Cavezzazio, o mesmo que o trouxe para o Brasil, logo tratou de resolver o problema!
Uma de muitas versões para o aparecimento do nome “Jim Lopes” conta que Celestino Cavezzazio, em suas andanças pelo centro da cidade, não teve muito trabalho para conseguir alterar o registro de nascimento de seu pupilo.


Mas, o desenvolver da Revolução Constitucionalista de 1932 paralisou toda e qualquer atividade esportiva, até mesmo o pugilismo. Sem alternativa, Jim Lopes foi tragado pelo futebol graças ao relacionamento com Ramóm Platero.
Foi o próprio Ramóm Platero que em 1937 o encaminhou aos dirigentes do recém fundado Clube Atlético Estudantes Paulista, onde inicialmente assumiu como preparador físico para posteriormente ser efetivado como treinador.
Conforme publicado nas páginas da Revista do Esporte número 348, edição de 6 de novembro de 1965, no ano seguinte Jim Lopes recebeu um convite do Hespanha Football Club da cidade de Santos (o atual Jabaquara Atlético Clube).
Jim Lopes permaneceu exatamente um ano como técnico do Hespanha, até receber uma boa proposta do Clube Atlético Ypiranga (SP), que não estava nada bem no campeonato paulista de 1939.
Seu desempenho no Ypiranga foi razoável, apesar da incômoda “lanterninha” na tábua final de classificação. O resultado amargo tirou Jim Lopes do comando do time, embora tenha continuado na Comissão Técnica por um bom tempo!


Voltou ao comando do Clube Atlético Ypiranga somente em 1946, para no ano seguinte mudar de endereço e orientar o Clube Atlético Juventus por um curto período.
Fã do astro Éder Jofre, o ex-pugilista Jim Lopes acreditava no aproveitamento de alguns conceitos do boxe na prática do futebol, como por exemplo; o fator disciplinar, o esmero na preparação física e o respeito aos limites do corpo!
Contratado pela Associação Portuguesa de Desportos em 1947, Jim Lopes fez um trabalho consistente nas temporadas de 1948 e 1949. (Ao todo foram três passagens pela Portuguesa).
Em 1950 saiu da Portuguesa e firmou um rentável compromisso na Sociedade Esportiva Palmeiras. Dirigiu o esquadrão alviverde em 41 partidas e conquistou a Taça Cidade de São Paulo de 1950.
Novamente na Portuguesa de Desportos no biênio 1952/1953, Jim Lopes viveu um momento especial. Conquistou o Torneio Rio-São Paulo 1952 contando com uma das maiores formações da história do clube lusitano.


Nesse mesmo período levantou o “caneco” do acirrado Campeonato Brasileiro de Seleções de 1952, em uma equipe que contava com muitas estrelas; como Baltazar, Bauer, Brandãozinho, Djalma Santos, Julinho Botelho e Pinga.
O próximo júbilo aconteceu na conquista do título paulista de 1953 pelo Tricolor do Morumbi, equipe que comandou em 111 compromissos em duas passagens. A primeira entre os anos de 1953 e 1954 e depois em 1965.
Trabalhou em seguida na Associação Atlética Ponte Preta (1955 até 1957), Club Atlético Independiente da Argentina (1958-1959), Club Atlético River Plate (1960), para na sequência voltar ao Brasil contratado pelo Corinthians.
Com um depoimento emocionante na revista do Esporte número 86, edição de 29 de outubro de 1960, Jim Lopes contou que deixou o corpo diretivo do River Plate por um motivo sentimental.
– “Na Argentina, tragicamente perdi meu filho que nasceu no Brasil. Minha esposa, desolada, pediu para voltarmos para São Paulo, onde fomos muito felizes. Então, oportunamente, aceitei o convite do Corinthians”.


Foram 26 partidas disputadas no comando do Corinthians; com 16 vitórias, 5 empates e 5 derrotas. Ao deixar o time do Parque São Jorge, Jim Lopes ofereceu seus préstimos em vários clubes:
– Rosario Central (1962-1963), Gimnasia y Esgrima La Plata (1964-1965), São Paulo (1965), Portuguesa de Desportos (terceira passagem em 1966), Los Andes (1967), Colón de Santa Fé (1968-1969), Newell’s Olds Boys (1970) e Sporting Clube Olhanense de Portugal (1973-1974).
Jim Lopes treinou também o selecionado da Argentina conquistando a Copa Carlos Dittborn Pinto de 1962 diante do Chile. Depois ficou com o vice-campeonato da Copa América de 1967.
Homem simples e dedicado, Jim Lopes sempre afirmou que o futebol não se ensina. – “É uma condição inata do homem. O que fazemos no papel de treinador é corrigir os defeitos e aprimorar qualidades”.
Seu último trabalho como treinador foi no Clube Atlético Juventus (SP) em 1976. Alejandro Galan, mais conhecido como Jim Lopes, faleceu na cidade de São Paulo (SP), em 20 de abril de 1979.


Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista do Esporte (por Luís Oliveira), revista Esporte Ilustrado (por Armando Nóbrega), revista Manchete Esportiva (por Álvaro Paes Leme), Jornal A Gazeta Esportiva, campeoesdofutebol.com.br, palmeiras.com.br, saopaulofc.net, Livro: A História do Campeonato Paulista – André Fontenelle e Valmir Storti – Publifolha, albumefigurinhas.no.comunidades.net.