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atacante Zezinho do Botafogo, Moysés Ferreira Alves, Rio Branco Atlético Clube (ES), Vitória (ES)
No raiar de 1948, Zezinho foi apresentado no Botafogo carregando um incômodo rótulo de “cabeça-quente”. Logo, algumas comparações o colocaram na mesma cesta do sempre temperamental Heleno de Freitas.
Tamanho paralelo foi estabelecido nas páginas do reconhecido tabloide semanal “O Globo Sportivo”, que chegou ao público em 30 de junho de 1951.
Mas, bem ao contrário do orgulhoso Heleno de Freitas, Zezinho não alimentava vaidades ou pretensões muito espalhafatosas. Assinou contrato com o Botafogo e aceitou a oferta de residir nos alojamentos de General Severiano.
Conhecido no mundo da bola com o apelido de “Zezinho”, Moysés Ferreira Alves nasceu em Vitória (ES) no dia 2 de junho de 1930.
Criado sob a batuta inflexível do pai, Zezinho descobriu no mundo do futebol uma forma oportuna de extravasar sua impetuosidade e vivacidade!

Dia de pagamento. O elegante Zezinho na Tesouraria do Botafogo. Crédito: revista O Globo Sportivo número 646 – 30 de junho de 1951.

Artilheiro nato, Zezinho precisou superar muitos obstáculos para finalmente brilhar como titular no Botafogo! Crédito: revista Esporte Ilustrado número 738 – 29 de maio de 1952.
Sempre acompanhado da vigilância severa do pai em relação aos estudos, o agitado Zezinho encontrou mais tarde um lugar nos quadros do Rio Branco Atlético Clube (ES), agremiação onde conquistou fama rapidamente!
Futebol vistoso, Zezinho não demorou para receber convites de representantes do Fluminense e do Vasco da Gama (RJ), o que foi prontamente negado pelo pai, que exigia ver o filho com um diploma na mão.
Essa realidade durou até o findar de 1947, quando uma nova investida carioca finalmente convenceu o velho “Alves”. Foi assim, com intermediação do famoso “Kanela” (Togo Renan Soares), que Zezinho foi bem recomendado ao Botafogo.
O começo no time da “Estrela Solitária” foi animador. Integrante do elenco que foi campeão carioca de 1948, Zezinho renovou o compromisso em 1949 para receber seis mil cruzeiros mensais.
Por outro lado, seu aproveitamento entre os titulares ainda era inconstante, uma situação que só mudou em 1952, quando o técnico Sylvio Pirillo decidiu oferecer maiores oportunidades para Zezinho mostra todo o seu valor.

Ao assumir como técnico do Botafogo em 1952, Sylvio Pirillo ofereceu a confiança necessária para Zezinho mostrar seu verdadeiro valor! Crédito: revista Esporte Ilustrado.

Marcado de perto por Osmar, Zezinho tenta finalizar contra a meta do América no Maracanã! Crédito: revista Esporte Ilustrado.
Zezinho continuou nas fileiras do Botafogo até o início da temporada de 1954, momento em que seus direitos federativos foram negociados com o Clube de Regatas do Flamengo (RJ).
Todavia, faltou identificação e maiores oportunidades para Zezinho vencer no time da Gávea. Com o interesse confirmado do São Paulo Futebol Clube, o atacante fez boas temporadas pelo tricolor paulista entre 1955 e 1956.
Sem acordo financeiro para renovar com o time do Morumbi, Zezinho acertou sua transferência para a Associação Portuguesa de Desportos, uma passagem considerada importante!
Em 1958 o destino o levou de “mala e cuia” para o Parque São Jorge. Foi uma permanência relativamente razoável com apenas 24 compromissos disputados.
Encerrado o vínculo com o Corinthians em 1959, Zezinho defendeu depois o América (SP) e o Santa Cruz (PE), até encerrar a carreira no Rio Branco (ES) em 1967. (*) Algumas fontes apontam ainda uma passagem pelo Santos em 1960.

Qualidade de sobra na linha de ataque do Botafogo. Partindo da esquerda: Paraguaio, Ariosto, Zezinho, Octávio e Braguinha. Crédito: revista O Globo Sportivo número 666.

Quando defendia o Flamengo, Zezinho aparece ao lado do ex-companheiro Dino no Maracanã. Foto de Alberto Ferreira. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 834 – 1 de abril de 1954.
Com a camisa do escrete canarinho, Zezinho disputou três partidas em 1956. Foram 2 vitórias e 1 empate. Os registros foram publicados no livro “Seleção Brasileira 1914-2006”, dos autores Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.
Abaixo, uma das participações de Zezinho pela Portuguesa de Desportos no Torneio Rio-São Paulo de 1957:
26 de abril de 1957 – Torneio Rio-São Paulo – Portuguesa de Desportos 5×2 Corinthians – Estádio do Pacaembu – Árbitro: João Etzel FIlho – Gols: Amaral, Beiço, Liminha, Orlando e Zezinho para a Portuguesa de Desportos; Cláudio e Rafael para o Corinthians.
Portuguesa de Desportos: Cabeção, Beiço e Hermínio; Mário Ferreira, Djalma Santos e Orlando; Amaral, Ipojucan, Liminha, Zezinho e Nelsinho. Corinthians: Gylmar, Homero e Olavo; Idário, Goiano e Roberto; Cláudio, Paulo (Luizinho Trochillo), Baltazar, Rafael e Zague.
Contando com apenas 50 anos de idade, Moysés Ferreira Alves faleceu na cidade de Vitória (ES), em 14 de agosto de 1980.

No tricolor paulista, Zezinho disputou uma boa temporada em 1956. Crédito: revista Tricolor número 49.

Linha de ataque do Corinthians em 1959. Partindo da esquerda; Roberto Bataglia, Zezinho, Zague, Rafael e Tite. Crédito: revista A Gazeta Esportiva Ilustrada número 127 – Janeiro de 1959.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado (por Alberto Ferreira, Leunam Leite, Levy Kleiman e Luís Mendes), revista O Globo Sportivo, revista O Cruzeiro, revista Tricolor, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal Mundo Esportivo, Jornal O Globo, acervo.oglobo.globo.com, botafogo.com.br, saopaulofc.net, campeoesdofutebol.com.br, Livro: Seleção Brasileira 1914-2006 – Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf – Mauad Editora.