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Bela Vista Futebol Clube de Sete Lagoas (MG), Genuíno de Souza Carvalho, Jequitibá (MG), Torneio Triangular Internacional de 1954
Conforme artigo publicado no caderno esportivo do Jornal A Noite, o promissor atacante Genuíno foi uma grata revelação do Madureira no segundo turno do campeonato carioca de 1951.
Jovem reservado e de pouca prosa, o mineirinho ganhou cartaz principalmente por sua excelente atuação contra o Botafogo, quando marcou os dois gols da expressiva vitória do tricolor suburbano por 2×1:
9 de dezembro de 1951 – Campeonato carioca – Segundo turno – Madureira 2×1 Botafogo – Estádio de Conselheiro Galvão – Árbitro: Carlos de Oliveira Monteiro – Gols: Genuíno (2) para o Madureira; Sylvio Pirillo para o Botafogo.
Madureira: Irezê, Agnelo e Weber; Bitum, Claudionor e Mário Faria; Pedro Bala, Vadinho, Genuíno, Silvinho e Osvaldinho. Botafogo: Oswaldo, Gerson dos Santos e Nilton Santos; Araty, Ruarinho e Richard; Jarbas, Geninho, Sylvio Pirillo, Octávio e Braguinha.
Genuíno de Souza Carvalho – ou também “Genoino”, conforme encontrado em algumas publicações da época – nasceu no município de Jequitibá (MG), no dia 31 de dezembro de 1928.
Conhecido pelos mais próximos como “Genu”, o rapazola cresceu alimentando a sua paixão por conduzir veículos automotores, ainda que o universo da bola ocupasse um espaço especial em sua humilde rotina de vida!
Centroavante do tipo trombador, Genuíno sempre gostou de jogar brigando por espaços na grande área. Era um nome respeitado nas peladas da região, mesmo que nunca imaginasse ganhar o sustento vivendo do futebol.
Trabalhando com o irmão em um caminhão de entregas, o esforçado Genuíno foi surpreendido com um convite para jogar no Bela Vista Futebol Clube da cidade de Sete Lagoas (MG).
Em pouco tempo, seu reconhecido talento de goleador despertou o respeito dos esportistas de Sete Lagoas. Acompanhado de forte entusiasmo, o desconfiado Genuíno finalmente embarcou com destino ao Rio de Janeiro para participar das seletivas do time da Rua Conselheiro Galvão.
Aprovado nos testes, Genuíno assinou o seu primeiro compromisso profissional, um valor surpreendente se comparado ao que recebia nos carretos de caminhão, ou da ajuda de custo que ganhava nas fileiras do Bela Vista!
Com a camisa do Madureira, a cotação dos gols marcados por Genuíno cresceu rapidamente, o suficiente para despertar o interesse dos representantes do Club de Regatas Vasco da Gama.
No findar de setembro de 1952, Genuíno foi emprestado ao Vasco da Gama pelo montante de 200 mil cruzeiros, uma quantia abaixo da estabelecida inicialmente pelo Madureira, que esperava receber 320 mil cruzeiros por uma negociação em definitivo.
Curiosamente, o espírito “peladeiro” de Genuíno não concordou com a repentina transferência para o plantel do “Cruzmaltino”. Afinal, ele não tinha custado nada ao Madureira e tampouco foi consultado para deixar o clube!
Todavia, antes que pudesse esquentar dentro dos alojamentos de São Januário, o incomodado Genuíno não suportou o duro regime de concentração. Decidido, o atacante pegou uma carona na boleia de um caminhão qualquer e foi visitar os amigos em Sete Lagoas.
Uma tarde, Genuíno reapareceu arrependido no Vasco da Gama, que até aquele momento ainda procurava respostas pelo desaparecimento do atacante mineiro. Foi perdoado pelo técnico Flávio Costa e continuou na luta por um lugar no time na campanha do título carioca de 1952.
Com o término do empréstimo em 1953, Genuíno voltou ao mesmo Madureira, até aparecer uma proposta salvadora do Clube de Regatas do Flamengo em 1954.
E lá se foi Genuíno para a sua tão esperada apresentação na Gávea. Avesso aos microfones e lentes fotográficas, o atacante chegou ao Rubro-Negro ciente do enorme desafio que o esperava!
Foi campeão do Torneio Triangular Internacional de 1954, embora preterido no elenco que conquistou o bicampeonato carioca no mesmo ano! Tratado como um “blefe”, o atacante mineiro ficou praticamente encostado no Flamengo.
A recuperação só ocorreu na temporada de 1956, quando seus direitos foram negociados em definitivo com o América (RJ), uma passagem especialmente equilibrada e produtiva que perdurou até 1957.
Genuíno jogou ainda pelo América (MG) e pelo Democrata de Sete Lagoas (MG). (*) Não foram encontrados registros complementares fora do mundo do futebol.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Armando Nogueira), revista Esporte Ilustrado (por Alberto Ferreira, Carlos Sampaio, Indaiassu Leite, José Romeu Viana, José Santos, Leunam Leite, Levy Kleiman, Luís Mendes, Roberto Mércio e Vito Muniz), revista O Cruzeiro, Jornal A Noite, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, acervo.oglobo.globo.com, campeoesdofutebol.com.br, flamengo.com.br, kikedabola.blogspot.com, vasco.com.br, albumefigurinhas.no.comunidades.net.