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“Campeão do Gelo” em 1950, Campeão Mineiro 1950, Nívio Gabrich, Santa Luzia (MG), Vice-campeão carioca de 1951
Nascido no município de Santa Luzia (MG), em 7 de setembro de 1927, Nívio Gabrich apareceu para o futebol jogando como meia-esquerda em times amadores da região.
Algum tempo depois, o rapazola deixou Santa Luzia e foi jogar pelo Esperia de Belo Horizonte. Descoberto pelo Clube Atlético Mineiro no início de 1944, Nívio só chegou ao clube no final do segundo semestre.
Sua primeira participação aconteceu em 19 de novembro de 1944, na vitória sobre o União de Itabirito pela contagem de 3×1.
Aproveitado também como ponteiro-esquerdo, Nívio conquistou o campeonato mineiro nas edições de 1946, 1947, 1949 e 1950; sem esquecer do famoso título simbólico de “Campeão do Gelo” em 1950.
Pelo Atlético Mineiro foram 132 gols marcados em 222 jogos disputados, 6 deles na famosa excursão realizada ao continente europeu em 1950, além de grandes participações pelo selecionado mineiro.
O sucesso de Nívio no futebol mineiro foi determinante para o forte interesse do Bangu Atlético Clube (RJ). Para os dirigentes que tiraram Zizinho do Flamengo em 1950, trazer o ponteiro-esquerdo do Atlético Mineiro não parecia ser algo muito difícil.
Dessa forma, por 400.000 cruzeiros, Nívio foi apresentado aos torcedores do time de “Moça Bonita” nos primeiros dias do mês de fevereiro de 1951.
O investimento do Bangu logo mostrou resultados na conquista do Torneio Início do Rio-São Paulo de 1951.
Depois de boa campanha no Torneio Rio-São Paulo, o combinado “Bangu-São Paulo” embarcou confiante para compromissos na Europa. Com orientação do técnico Leônidas da Silva, o combinado disputou 13 jogos; com 9 vitórias, 2 empates e 2 derrotas.
Driblador e veloz, Nívio foi peça chave no bom desempenho no Torneio Municipal e nas partidas amistosas realizadas no mês de julho, no Uruguai.
Completando uma forte linha ofensiva ao lado de Joel, Moacir Bueno, Menezez e Zizinho, Nívio realizou uma grande temporada em 1951.
No entanto, nas partidas decisivas contra o Fluminense, Nívio pouco pode fazer e ainda acabou expulso no último minuto do segundo confronto.
O atacante percebeu então que vencer no cenário carioca era uma tarefa bem mais complicada do que ganhar o campeonato mineiro. Abaixo, os registros do jogo que decidiu o campeonato carioca de 1951:
20 de janeiro de 1952 – campeonato carioca de 1951 – Fluminense 2×0 Bangu – Estádio do Maracanã – Árbitro: Mário Vianna – Gols: Telê Santana (2) – Expulsão: Nívio.
Fluminense: Castilho, Píndaro e Pinheiro; Vítor, Édson e Lafaiete; Lino, Didi, Telê Santana, Orlando e Robson. Bangu: Osvaldo, Djalma e Salvador; Rui, Irani e Alaíne; Moacir Bueno, Zizinho, Joel, Décio Esteves e Nívio.
Após o vice-campeonato carioca de 1951, o desempenho do time despencou e só voltou aos melhores dias quando Elba de Pádua Lima assumiu o comando.
Vivendo uma grande fase, Nívio marcava muitos gols e também deixava os companheiros em boa situação para finalizar. O bom momento foi reconhecido com sua presença em várias oportunidades no selecionado carioca.
Em 1954 o Bangu voltou aos gramados da Europa e fez grandes apresentações. Como por exemplo no confronto realizado em 25 de abril, quando o time de “Moça Bonita” venceu o Bayern de Munique pela surpreendente contagem de 4×0.
Mesmo sem conquistar o certame estadual pelo Bangu, Nívio faturou muitos títulos com a camisa alvirrubra do Bangu.
Venceu o Torneio Início do campeonato carioca em 1955, o Triangular de Porto Alegre e o Quadrangular do Rio de Janeiro em 1957, mesmo ano em que perdeu espaço nos planos do técnico Gentil Cardoso.
Em 1958, totalmente descontente com sua condição no banco de reservas, Nívio ignorou os valores oferecidos pela diretoria e não renovou com o clube carioca.
Decidido, o atacante voltou para Santa Luzia para descansar e aguardar por alguma proposta no cenário mineiro. Pouco depois, uma oferta do Cruzeiro Esporte Clube o fez voltar ao futebol.
Pelo Cruzeiro, Nívio também fez sucesso e conquistou o campeonato mineiro de 1959. No início da temporada seguinte, o ponteiro de chute forte decidiu que era o momento de parar.
Nívio Gabrich faleceu na capital mineira em 16 de julho de 1981. *Alguns registros apontam seu falecimento em 19 ou 20 de julho do mesmo ano.
Em Bangu, seu nome continua lembrado como o terceiro maior artilheiro da história do clube, com 140 gols marcados.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Alexandre Simões, Arthur Ferreira, Bruno Bittencourt, José Eduardo Camargo e Sérgio A. Carvalho), revista do Esporte (por Wilson Angelo), revista Esporte Ilustrado, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete, revista Manchete Esportiva, revista Mineirão – Enciclopédia do Futebol Mineiro, revista O Cruzeiro, revista O Globo Sportivo, Jornal dos Sports, Jornal Estado de Minas, Jornal O Globo, albumdosesportes.blogspot.com.br, atletico.com.br, bangu.net, campeoesdofutebol.com.br, cruzeiro.com.br, museudosesportes.blogspot.com.br, site do Milton Neves (por José Eustáquio Rodrigues Alves e Rogério Micheletti), albumefigurinhas.no.comunidades.net.