Tags
Gilberto José Ferrari, inauguração do Estádio Magalhães Pinto em 1965, lateral esquerdo Ferrari, Paulista Futebol Clube de Jundiaí
Jogador dedicado com sobrenome de marca famosa, o lateral-esquerdo Ferrari marcou época na inesquecível primeira Academia do Palmeiras, um verdadeiro esquadrão comandado por Dom Ernesto Filpo Nuñez.
Filho de Luís Ferrari e de Rosa Ferrari, Gilberto José Ferrari nasceu na cidade de Campinas (SP), no dia 9 de janeiro de 1937.
Depois de jogar por equipes amadoras da região de Campinas, o jovem Ferrari foi encaminhado em 1955 aos quadros amadores do Guarani Futebol Clube.
De acordo com reportagem publicada nas páginas da revista do Esporte, o seu primeiro compromisso como jogador profissional foi assinado no Guarani em 1958, com 3.600 cruzeiros mensais.
Residindo no bairro de São Bernardo, em Campinas, o promissor Ferrari alinhou ao lado do goleiro Dimas, Diogo, Ditinho e Eraldo, uma das linhas defensivas mais regulares do “Bugre” campineiro nos primeiros anos da década de 1960.
Apesar de ser um fumante assumido, o que representava mais de uma carteira de cigarros por dia, Ferrari sempre foi um jogador dotado de muita disposição!
Com 1,70 de altura e 68 quilos, Ferrari atuava inicialmente pelo corredor direito, como lateral ou ainda ponteiro. Com o passar do tempo foi deslocado para o lado esquerdo do gramado, onde se adaptou muito bem como lateral-esquerdo!
Abaixo, uma das participações do jovem Ferrari, ainda jogando na posição de lateral-direito durante o campeonato paulista de 1961:
2 de julho de 1961 – Campeonato paulista – Primeiro Turno – Corinthians 1×2 Guarani – Estádio Alfredo Schurig (Parque São Jorge) – Árbitro: Romualdo Arppi Filho – Gols: Paulinho para o Corinthians; Sídnei (contra) e Lopes para o Guarani.
Corinthians: Gylmar; Egídio, Eduardo e Ari Clemente; Sídnei e Valmir; Valdir, Paulinho, Higino (Joaquinzinho), Rafael e Gélson. Técnico: Alfredo Ramos. Guarani: Nicanor; Ferrari, Ditinho e Diogo; Ronald e Carlão; Dorival, Ílton, Paulo Leão (Lopes), Cido e Osvaldo. Técnico: Elba de Pádua Lima (Tim).
Em março de 1963, por 18,5 milhões de Cruzeiros, Ferrari e Paulo Leão foram negociados com a Sociedade Esportiva Palmeiras, que na oportunidade procurava um substituto depois da séria contusão de Geraldo Scotto.
Conforme divulgado na revista do Esporte de 6 de abril de 1963, Ferrari assinou contrato por dois anos e recebeu o montante de 1, 5 milhão de luvas. Além do bom ordenado de 60 mil cruzeiros mensais, os dirigentes do Palmeiras também ofereceram o aluguel de um apartamento.
O site “palmeiras.com.br” declara que Ferrari realizou sua primeira partida pelo quadro esmeraldino no dia 3 de abril de 1963, um empate pelo placar de 2×2 com o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
Enquanto Geraldo Scotto estava em processo de recuperação no departamento médico do clube, Ferrari foi aos poucos ganhando confiança no time!
Além de Ferrari e Geraldo Scotto, o alviverde também contou naquele período com Vicente Arenari Filho, lateral e zagueiro que mais tarde trabalhou como treinador no mesmo Palmeiras.
Vestindo a camisa do Palmeiras, Ferrari disputou ao todo 293 jogos; com 169 vitórias, 67 empates, 57 derrotas e 6 gols marcados. Os registros de sua trajetória no Parque Antártica foram publicados no site “palmeiras.com.br”.
Conquistou o Torneio Rio-São Paulo 1965, Torneio Roberto Gomes Pedrosa 1967, Taça Brasil também em 1967 e o campeonato paulista, nas edições de 1963 e 1966.
O lateral-esquerdo também participou da histórica partida amistosa realizada no dia 7 de setembro de 1965, quando o Palmeiras representou o Brasil e venceu o Uruguai por 3×0. O confronto fez parte da inauguração do Estádio do Mineirão.
Também conhecido por seus companheiros pelo curioso apelido de “Bruxa”, o valente Ferrari disputou ainda a Taça Libertadores da América de 1968. No ano seguinte voltou ao mesmo Guarani, onde permaneceu até 1970.
Em seguida atuou pelo Comercial Futebol Clube de Ribeirão Preto e finalmente pelo Paulista Futebol Clube da cidade de Jundiaí, seu último time como jogador profissional.
A saída de Ferrari do Palmeiras rendeu muito falatório no Parque Antártica, sem contar com várias reportagens nos jornais e revistas esportivas da época!
Dispensado do elenco alviverde junto com o atacante Servílio, Ferrari acusou Filpo Nuñez de atitudes de completa indiferença, antes mesmo dos diretores do Palmeiras comunicarem oficialmente o interesse do Cruzeiro de Belo Horizonte.
Ferrari não procurou saber maiores detalhes sobre o interesse do clube mineiro e deixou claro sua preferência em continuar jogando no cenário paulista.
Em reportagem especial publicada na revista do Esporte de número 516, Ferrari disse que os problemas com Dom Filpo começaram algum tempo depois da conquista da Taça Brasil de 1967.
Ao abandonar os gramados, Ferrari fixou moradia em Campinas e mais tarde se aposentou como funcionário público da prefeitura. Gilberto José Ferrari faleceu no dia 15 de julho de 2016.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Sérgio Martins), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista Futebol, revista Futebol e Outros Esportes, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete, revista Periquito 70, Jornal A Gazeta Esportiva, campeoesdofutebol.com.br, claudioaldecir@fasternet, gazetaesportiva.net, jogadoresdopalmeiras.blogspot.com.br, palmeiras.com.br, site do Milton Neves, albumefigurinhas.no.comunidades.net.
Pedro Luiz Boscato disse:
Ferrari, grande jogador, excelente lateral, teve momentos brilhantes, pode-se dizer, no Palmeiras. Lateral eficiente, firme na marcação, excelente também no desarme e na entrega de bola, sabia mesmo jogar, era, também, excelente apoiador, característica que preocupava e muito os adversários. Numa partida contra o Corinthians, pelo primeiro turno de 1964, Ney atuava como ponteiro direito. Ao chutar sem bola Djalma Dias, os dois sempre se estranhando em campo, Nei foi expulso. Inteligentemente, Roberto Belangero, técnico do Corinthians na ocasião, para evitar as descidas de Ferrari para o ataque, estas sempre representavam perigo, deslocou Lima, ponteiro canhoto, para a ponta direita, mais com o objetivo de não deixar Ferrari solto para poder atacar, isso levaria perigo e bem para a defensiva corinthiana e na lateral direita do Palmeiras, com Djalma Santos não jogando, seu substituto, Rubens Caetano, tinha característica mais defensiva, não representava perigo atacando. Ferrari foi um grande lateral, sempre, pode-se dizer, um dos principais do time do Palmeiras.
Vitorio Chiorato disse:
Conheci Ferrari quando jogou em Mogi Guaçu -SP no Cerâmica Clube.