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Descansando em seu apartamento no bairro do Leblon, o cantor e compositor Lúcio Alves* ficou emocionado com a revelação da revista Placar.

A reportagem assinada pela repórter Maria Helena Araújo foi publicada na edição de 17 de fevereiro de 1984:

– “Não sabia que o atacante do Flamengo foi batizado com o nome de Lúcio em minha homenagem”. É muito bom saber disso. Admiro seu futebol desde os tempos da Ponte Preta.

(*) Lúcio Ciribelli Alves – Cataguases (MG) 28 de janeiro de 1927 – Rio de Janeiro (RJ) 3 de agosto de 1993. Considerado um dos precursores do gênero musical “Bossa Nova”, alguns de seus maiores sucessos foram “Sábado em Copacabana” e “Valsa de uma Cidade”.

Mas para grande parte dos torcedores da Ponte Preta, a comovente história envolvendo o cantor Lúcio Alves não tinha muita importância. O que importava mesmo era contar com o futebol do “Lúcio Bala”, ou ainda “Lúcio Biônico”.

O cantor Lúcio Alves: “Gostaria de ver o Lúcio jogando no meu Vasco”. Crédito: revista Placar – 17 de fevereiro de 1984.

Lúcio feliz no Rio de Janeiro ao lado da família. Foto de Ignácio Ferreira. Crédito: revista Placar – 17 de fevereiro de 1984.

Lúcio Alves Pompeu de Campos nasceu na cidade de Várzea Grande (MT), em 2 outubro de 1955.

Na juventude era conhecido pelo apelido de “Japonês”, época em que jogava como meio-campista no time do Independente de Várzea Grande. Habilidoso, seu futebol foi notado por representantes do Clube Esportivo Dom Bosco de Cuiabá (MT).

Aprovado nos quadros amadores do Dom Bosco, Lúcio não voltou mais ao Independente.

Aproveitado também como ponteiro-direito, Lúcio ganhou fama e chegou rapidamente ao time principal. Em sua primeira participação como titular, Lúcio marcou os 2 gols da vitória sobre o Mixto por 2×0.

Contudo, de forma um tanto precipitada, o técnico Damasceno concordou com seu empréstimo para o Palmeiras local. Ganhando pouco, Lúcio precisou trabalhar como motorista de táxi.

Crédito: revista Placar.

Crédito: revista Placar – 11 de março de 1977.

De volta ao Dom Bosco, o promissor ponteiro-direito foi logo aproveitado pelo técnico Ocimar dos Santos Dutra (campeão carioca de 1966 como jogador do Bangu).

Ocimar gostou tanto do futebol de Lúcio que até conseguiu um aumento salarial de 500 para 1.200 cruzeiros mensais!

Com 1;69 de altura e 65 quilos, Lúcio era tão ligeiro que provocou o interesse quase simultâneo do Operário de Campo Grande, do Guarani e da Ponte Preta.

Em setembro de 1975, por apenas 20.000 cruzeiros, Lúcio acertou suas bases financeiras com a Associação Atlética Ponte Preta.

Aborrecido pela saída de Lúcio, o técnico Ocimar ainda tentou segurar o jogador no Dom Bosco, embora soubesse que a experiência no cenário paulista seria um diferencial e tanto na carreira de seu pupilo.

Foto de Manoel Motta. Crédito: revista Placar – 11 de março de 1977.

Foto de José Pinto. Crédito: revista Placar – 11 de março de 1977.

O sucesso dos dirigentes da Ponte Preta na contratação de Lúcio foi facilitada por uma inesperada desistência do Guarani, que naquela oportunidade optou por avançar nas negociações com o também ponteiro-direito Flecha do América (RJ).

No Moisés Lucarelli, Lúcio viveu sua fase mais produtiva e virou o novo xodó dos torcedores da “Macaca”.

Graças aos lançamentos precisos de Dicá, Lúcio foi transformado em uma arma letal das manobras de ataque do quadro campineiro.

Com a chegada do técnico Zé Duarte ao comando da Ponte Preta, Lúcio fez parte da melhor formação da história do clube.

Vice-campeão paulista nas edições de 1977 e 1979, Lúcio permaneceu em Campinas até 1980, quando seu passe foi negociado com a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Foto de Manoel Motta. Crédito: revista Placar – 11 de março de 1977.

Foto de José Pinto. Crédito: revista Placar – 9 de dezembro de 1977.

Pelo alviverde, Lúcio disputou 43 partidas. Foram 14 vitórias, 14 empates, 15 derrotas e 3 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Em seguida retornou para Campinas e finalmente firmou compromisso com o Guarani, equipe onde permaneceu até 1983.

Depois defendeu o Clube de Regatas do Flamengo entre 1983 e 1984, até ser transferido para o América (RJ).

Com a camisa do time da Gávea foram 34 jogos com 20 vitórias, 7 empates, 7 derrotas e 1 gol marcado. Os registros fazem parte do Almanaque do Flamengo, dos autores Clóvis Martins e Roberto Assaf.

Lúcio jogou ainda pelo ASA (AL), Mixto (MT), Operário (MT), Coritiba (PR) e Comercial (SP). Algumas fontes registram ainda uma passagem pelo Bandeirante de Birigui (SP).

Lúcio e Jorge Mendonça no Guarani. Foto de Iugo Koyama. Crédito: revista Placar – 12 de fevereiro de 1982.

Foto de Rodolpho Machado. Crédito: revista Placar – 17 de fevereiro de 1984.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Fábio Rocco Sormani, Ignácio Ferreira, Iugo Koyama, José Pinto, Manoel Motta, Maria Helena Araújo, Maurício Cardoso, Nelson Urt e Rodolpho Machado), revista Manchete Esportiva, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal O Globo, agenciaoglobo.com.br, campeoesdofutebol.com.br, coritiba.com.br, flamengo.com.br, gazeta esportiva.net, palmeiras.com.br, pontepreta.com.br, site do Milton Neves (por Ednílson Valia), Almanaque do Flamengo – Clóvis Martins e Roberto Assaf, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, albumefigurinhas.no.comunidades.net.