Tags

, , ,

Em fevereiro de 1977, o técnico Olegário Tolói de Oliveira, o lendário Dudu, vivia um perfeito dilema no Parque Antártica.

Ou ganhava um grande time ou perdia o pouco que ainda tinha nas mãos. Na época, o Palmeiras não economizou dinheiro para contratar o volante Ivo Wortmann e o zagueiro chileno Mário Sotto.

Além disso, o negócio com o zagueiro Beto Fuscão corria muito bem e sua chegada ao clube paulista era apenas uma questão de tempo.

E Arouca, na matéria especial para a revista Placar de 11 de fevereiro de 1977, procurou ser diplomático e discreto em suas declarações sobre os novos companheiros:

– Não sei, não sei… Dizem maravilhas desse tal de Mário Soto. É até bom que o Palmeiras contrate cracões assim para que nossa motivação seja ainda maior!

Arouca não dá espaço para o ponteiro Tuta da Ponte Preta. Foto de José Pinto. Crédito: revista Placar – 26 de novembro de 1976.

O Palmeiras, campeão paulista de 1976 no gramado do Morumbi. Em pé: Valdir, Leão, Arouca, Pires, Samuel e Ricardo. Agachados: Edu, Jorge Mendonça, Toninho, Ademir da Guia e Nei. Foto de Lemyr Martins. Crédito: revista Placar.

Humberto da Silva Frias, o zagueiro e lateral direito Arouca, nasceu na localidade portuguesa de Cótimos, em 29 de março de 1952.

Ainda criança, Humberto imigrou com sua família para a cidade de Santos (SP), onde mais tarde iniciou sua trajetória nos quadros amadores da Portuguesa Santista.

Como o treinador da Portuguesa Santista tinha um amigo na cidade natal de Arouca, o jovem Humberto foi chamado de “Arouca”, como uma homenagem aos patrícios.

Em 1972 foi aproveitado no elenco de profissionais da “Briosa”. No findar da temporada de 1973, os dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras manifestaram interesse por seu futebol.

Crédito: revista Placar.

Foto de Ronaldo Kotscho. Crédito: revista Placar – 11 de fevereiro de 1977.

Ofuscado no início pelos experientes Luís Pereira e Alfredo Mostarda, Arouca aguardou pacientemente por sua oportunidade.

Em 1974 o técnico Mário Jorge Lobo Zagallo convocou a dupla de zaga do Palmeiras para disputar o mundial de 1974, na Alemanha. Assim, Arouca ganhou espaço e foi aproveitado, inicialmente na lateral direita.

Integrante do elenco campeão paulista de 1974 e bicampeão do Troféu Ramón de Carranza nas edições de 1974 e 1975, o esforçado Arouca não poupou dedicação para provar seu valor.

Depois das saídas de Luís Pereira e Alfredo Mostarda, respectivamente, Arouca foi finalmente efetivado na zaga ao lado de Samuel.

Foto de Lemyr Martins. Crédito: revista Placar – 18 de março de 1977.

Crédito: revista Placar – 13 de maio de 1977.

Campeão paulista de 1976, Arouca é o quarto estrangeiro que mais jogou e o sexto que mais venceu vestindo a camisa do Palmeiras.

Abaixo, os registros da partida que decidiu o título paulista de 1976 em favor do Palmeiras:

18 de agosto de 1976 – Campeonato paulista – Palmeiras 1×0 XV de Novembro de Piracicaba – Estádio do Parque Antártica – Árbitro: Romualdo Arppi Filho – Gol: Jorge Mendonça aos 39′ do primeiro tempo.

Palmeiras: Leão; Valdir, Samuel, Arouca e Ricardo; Pires e Ademir da Guia; Edu, Jorge Mendonça, Toninho e Nei. Técnico Dudu. XV de Novembro de Piracicaba: Donah; Volmil, Fernando, Elói e Almeida; Muri e Vágner; Pitanga, Nardela (Capitão), Benê (Paulinho) e João Paulo. Técnico Dema.

Crédito: gazeta esportiva.net.

Crédito: albumefigurinhas.no.comunidades.net.

Pelo Palmeiras, Arouca realizou 137 partidas com 72 vitórias, 45 empates, 20 derrotas e apenas 1 gol marcado. Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Em 1977 seus direitos federativos foram negociados com os cartolas da Associação Portuguesa de Desportos. Jogando pela Lusa, Arouca permaneceu até 1980 e formou uma boa dupla de área ao lado de Pradera.

Em seguida passou pelo Comercial (MT), antes de retornar ao futebol paulista para jogar pela Associação Ferroviária de Esportes da cidade de Araraquara, até meados de 1984.

Atualmente, Arouca reside na cidade de Santos (SP), onde é proprietário de uma escolinha de Futebol chamada “Pé na Bola”.

O goleiro Abelha tenta afastar Arouca, que fez o suficiente para Tita perder a cabeça nessa voadora e ser expulso de campo junto com ele. A Ferroviária venceu o Grêmio por 3×1 no Olímpico, partida válida pelo campeonato brasileiro da temporada. Crédito: gremio1983.blogspot.com.br.

No “quebra pau” do Olímpico, a Ferroviária se deu bem. A malandragem de Arouca custou caro, mas também tirou o sempre perigoso Tita de campo. Crédito: gremio1983.blogspot.com.br.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por João Areosa, José Pinto, Lemyr Martins e Ronaldo Kotscho), Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal da Tarde, campeoesdofutebol.com.br, gazeta esportiva.net, gremio1983.blogspot.com.br, jogadoresdopalmeiras.blogspot.com.br, palmeiras.com.br, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, albumefigurinhas.no.comunidades.net.