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Campeão Carioca de 1977, Campeão Libertadores da América 1983, Geraldo de Matos Filho, goleiro Mazaropi
O Maracanã foi o palco de sua consagração!
Poucos acreditavam que Zico deixaria escapar o título da Taça Guanabara 1976 na derradeira cobrança das penalidades. Mas Mazaropi defendeu!
Depois, nas cobranças alternadas, foi Geraldo, o mineiro de Barão de Cocais, quando Mazaropi pegou de novo e o Vasco foi campeão!
Mazaropi, com os punhos erguidos diante da massa de torcedores incrédulos do Flamengo, em nada lembrava o tímido caipira que chegou ao Vasco em 1970.
Geraldo Pereira de Matos Filho, o goleiro “Mazaropi”, nasceu no município de Além Paraíba (MG), em 27 de janeiro de 1953.
Filho de ferroviário, o garoto Geraldo estudava no SENAI para um dia, quem sabe, seguir os passos do pai.
Como quase todos em casa, Geraldo era torcedor do Flamengo. Seu ídolo era o goleiro Marco Aurélio, que defendeu o time da Gávea nos anos 60.
E de tanto pensar em futebol, o jovem despertava assustado de um sonho em que os torcedores no Maracanã gritavam seu nome… Geraldinho, Geraldinho, Geraldinho”.
Em 1966 jogava como zagueiro no Palmeirinha local até virar goleiro de verdade no São José, uma equipe que participava da Liga Desportiva de Além Paraíba.
Em dezembro de 1969, durante uma festa no clube Comercial, seu tio Darci o apresentou ao técnico do juvenil do Vasco da Gama, Célio de Souza, que na época procurava por um goleiro.
Depois de uma breve conversa, Geraldo foi convidado para se apresentar em São Januário no dia 6 de janeiro de 1970. Tirou férias do SENAI e rumou confiante para o Rio de Janeiro.
Com uma mala nas mãos e uma camisa xadrez, tão logo chegou ao Vasco foi apelidado de “Mazaropi”, uma referência ao consagrado ator e cineasta Amácio Mazzaropi, sempre lembrado pela figura do “Jeca Tatu”, personagem famoso de vários filmes.
Registrado inicialmente como amador, o recém batizado Mazaropi ganhava miúdos 150 cruzeiros para ajudar nas despesas.
Nunca se firmou como titular no juvenil. Para piorar, alguns colegas diziam que com aquele apelido dificilmente sua carreira daria certo!
Custou para se firmar como titular e quando isso aconteceu apareceu um tal de Brasília. Mazzaropi ficou na reserva até junho de 1972, quando resolveu aceitar um convite do Botafogo.
Liberado para mudar de clube, o pai aconselhou Mazaropi para ficar no Vasco.
Em agosto de 1973 já treinava no elenco principal e no mês de fevereiro de 1974 assinou seu primeiro contrato.
Novamente na condição de reserva do argentino Andrada, Mazaropi foi lançado pelo técnico Mário Travaglini e fez parte do grupo campeão brasileiro de 1974.
Só ganhou lugar no time depois da saída de Andrada para o Vitória (BA) em 1975.
Melhorou de vida e trouxe os parentes para morar perto de São Januário. Depois da consagração na Taça Guanabara de 1976, Mazaropi sofreu com o falecimento da mãe.
Mas o Maracanã apareceu de novo em sua vida. Em 1977, na penúltima partida do turno, Mazaropi iniciou uma série de 20 partidas sem levar gol, uma marca que só foi superada no ano seguinte.
A final do campeonato carioca de 1977 foi um jogo duro, cheio de faltas e que terminou sem abertura de contagem no tempo normal e na prorrogação.
O segundo turno foi decidido nos pênaltis, tal como aconteceu em 1976, na final da Taça Guanabara. As três primeiras cobranças de cada equipe foram convertidas. Na quarta cobrança para o Flamengo, Mazaropi defendeu o pênalti cobrado por Tita.
Zico ainda converteu o último da série, mas Roberto Dinamite fez o quinto e fechou em 5×4 para confirmar o título carioca de 1977, além da conquista da Taça Guanabara no mesmo ano.
A invencibilidade sem tomar gols foi superada na segunda rodada do campeonato carioca de 1978. No total, o goleiro do Vasco ficou exatos 1.816 minutos sem tomar gols, sendo considerado até hoje o dono da maior série da história do futebol mundial.
Lembrado na Seleção Brasileira, Mazaropi não permaneceu no grupo que disputou o mundial da Argentina em 1978. Mais tarde, em 1979, Emerson Leão foi contratado e Mazaropi foi emprestado para o Coritiba Foot Ball Club.
Um ano no Coritiba foi o suficiente para comprovar sua fama de vencedor. Mazaropi foi determinante na conquista do título paranaense de 1979.
Logo em seguida retornou ao Vasco para ser campeão carioca de 1982. Em 1983 foi emprestado ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
Campeão da Taça Libertadores e do Mundial Interclubes pelo Grêmio, Mazaropi ainda voltou novamente ao Vasco em 1984. Pouco depois acertou sua transferência para o Clube Náutico Capibaribe, onde também faturou o título pernambucano.
Continuando o “ping-pong”, Mazaropi jogou mais uma vez pelo Grêmio e conquistou os títulos estaduais de 1985 até 1990, além da Copa do Brasil em 1989. Seu último clube foi o Sport Club Guarany de Cruz Alta (RS).
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Aristélio Andrade, Hideki Takizawa, Ignácio Ferreira, Luís Augusto Chabassus, Raul Quadros, Roberto José da Silva e Rodolpho Machado), revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal O Globo, abril.com.br, blogs.odia.ig.com.br (por Márcia Vieira), campeoesdofutebol.com.br, clicrbs.com.br, gazetaesportiva.net, globoesporte.globo.com, netvasco.com.br, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), vasco.com.br, albumefigurinhas.no.comunidades.net.