Tags
Campeonato Sul-Americano de 1963, Ilton Celestino Vaccari, Ilton Porco, Torneio Início do campeonato carioca 1955
Filho de Augusto Celestino Vaccari e Maria de Oliveira Vaccari, Ilton Celestino Vaccari (também conhecido como “Ilton Porco”) nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 25 de outubro de 1934.
Trabalhando como atendente de balcão em uma confeitaria no bairro de Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, o esforçado Ilton Vaccari também era um dos destaques do time do bairro, época em que jogava como Zagueiro Central.
Até que um dia, nos primórdios de 1951, o amigo Tião Pereira o convenceu em acompanhá-lo para testes nas disputadas peneiras do Bangu Atlético Clube (RJ). Ilton relutou, mas acabou concordando.
Aprovado nas seletivas, Ilton Vaccari continuou no clube e foi bicampeão carioca da categoria juvenil nas edições de 1952 e 1953. Jogando como médio-volante, logo seu nome foi relacionado no quadro de Aspirantes.
Conhecido inicialmente como “seu macio”, pelo controle de bola impecável, Ilton Vaccari foi um verdadeiro polivalente. Ao longo de sua carreira ele jogou como lateral, zagueiro, médio-volante, meia-armador e atacante.
Mais tarde, pela notória facilidade em ganhar peso, os companheiros novamente o apelidaram como “Ilton Porco”, uma alcunha que o acompanhou durante e mesmo depois do futebol.
Feliz no Bangu, seu primeiro compromisso profissional foi assinado em 1954. Na temporada seguinte o primeiro título, com grande campanha na conquista do Torneio Início do campeonato carioca de 1955. Abaixo, os registros da partida final:
31 de julho de 1955 – Torneio Início do campeonato carioca de 1955 – Estádio do Maracanã – Rio de Janeiro (RJ) – Vasco da Gama 0x1 Bangu – Árbitro: Mário Vianna – Gol: Zizinho.
Vasco da Gama: Vitor Gonzalez; Paulinho e Bellini; Mirim, Orlando e Dario; Sabará, Iedo, Vavá, Pinga e Sílvio Parodi. Bangu: Jorge; Joel e Zózimo; Ilton Vaccari, Gavillan e Jorge Dias; Robertinho, Décio Esteves, Zizinho, Luís Carlos e Nívio.
Colhendo os louros pela conquista do Torneio Início de 1955, o promissor Ilton Vaccari foi assim descrito nas páginas da Revista Esporte Ilustrado número 923, edição de 15 de dezembro de 1955:
“Depois de aparecer como uma grande revelação na equipe de juvenis do Bangu, o eficiente player alcançou rápidos progressos no quadro de Aspirantes, o que representou seu aproveitamento no time principal”.
Ilton Vaccari permaneceu no Bangu até o findar da temporada de 1957, quando seus direitos federativos foram negociados com o America Football Club (RJ), uma transação muito proveitosa para todos os envolvidos.
Contudo, desde sua comemorada chegada no time da Rua Campos Sales, Ilton Vaccari parecia triste. Além de recorrentes contusões, seu futebol estava longe dos áureos tempos em que defendeu o Bangu.
Sem esconder de ninguém o seu desejo de voltar para os domínios de Moça Bonita, Ilton Vaccari confidenciou suas impressões e planos para o futuro em uma reportagem publicada na Revista do Esporte número 40, edição de 12 de dezembro de 1959:
Disciplinado financeiramente, Ilton Vaccari soube como investir o dinheiro ganho no futebol. Aos 25 anos de idade, seu patrimônio contava com duas casas e um terreno, ambos no bairro de Campo Grande. (Fonte: Revista do Esporte número 40 – 12 de dezembro de 1959).
– “Confesso que não estou feliz no América. Longe de ser um supersticioso, acredito que entrei com o pé esquerdo em Campos Sales. Fora o problema das constantes contusões, nunca me senti ambientado aqui, mesmo com o esforço dos companheiros”.
– “Agora sim estou contente. Fui informado pelo senhor Abelardo Azevedo (na época Diretor de Futebol do América) que os entendimentos para minha transferência para o Bangu já estão bem adiantados para o início de 1960”.
Entretanto, o destino de Ilton Vaccari estava bem longe do tão sonhado retorno para Moça Bonita. Negociado em 1960 com o Guarani Futebol Clube da cidade de Campinas (SP), o cenário paulista parecia propício para uma volta por cima!
No Guarani, entre 1960 e 1965, Ilton Vaccari disputou cinco temporadas bem produtivas até deixar os gramados, no início de 1966. Também foi convocado para servir o escrete no Campeonato Sul-Americano de 1963 na Bolívia (Copa América).
Outro grande momento jogando pelo Bugre aconteceu na memorável vitória sobre o poderoso Santos de Pelé por 5×1, jogo válido pelo segundo turno do campeonato paulista de 1964. Abaixo, os registros do histórico triunfo do quadro campineiro:
18 de novembro de 1964 – Campeonato paulista – Segundo turno – Guarani 5×1 Santos – Estádio Brinco de Ouro da Princesa – Campinas (SP) – Árbitro: Armando Marques – Gols: Carlinhos aos 5′, Ditinho (contra) aos 6′, Joãozinho aos 7′ e Babá aos 44′ do primeiro tempo; Américo Murolo aos 10′ e Nelsinho aos 40′ do segundo tempo.
Guarani: Sídnei; Osvaldo Cunha, Ditinho e Diogo; Ilton Vaccari e Eraldo; Joãozinho, Nelsinho, Babá, Américo Murolo e Carlinhos. Técnico: Armando Renganeschi. Santos: Gylmar; Ismael, Modesto e Geraldino; Zito e Lima; Peixinho, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula.
Colecionador de Flâmulas Esportivas e praticante assíduo do popular Jogo de Malha, o devoto de São Jorge Ilton Vaccari tem preferência pelo Creme de Barbear Williams e pelo Sabonete Lever.
Ir ao cinema, ouvir os boleros de Anísio Silva e ler histórias em quadrinhos são os seus passatempos preferidos. (Fonte: Coluna Raio X de Corpo Inteiro – Revista do Esporte número 110, edição de 15 de abril de 1961).
Ilton Celestino Vaccari faleceu no dia 24 de julho de 2019, em Maricá (RJ). O ex-jogador estava com 84 anos de idade e sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Anelise Infante e Aristélio Andrade), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte (por Denis Menezes), revista Esporte Ilustrado (por Leunam Leite e Vito Monis), revista Manchete Esportiva, revista O Cruzeiro, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, americario.com.br, bangu-ac.com.br, campeoesdofutebol.com.br, Livro: A História do Campeonato Paulista – André Fontenelle e Valmir Storti – Publifolha.