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Nascido na cidade de Vitória (ES), em 26 de maio de 1929, Agenor Gomes ficou  famoso no mundo do futebol com o apelido de “Manga”.

Sua caminhada esportiva foi iniciada no futebol amador de sua terra natal. Em razão da boa estatura, o rapazola jogava como centroavante em uma equipe chamada Caxias.

Conforme publicado na revista Esporte Ilustrado, o apenas esforçado Manga não primava por um futebol vistoso. Sua técnica limitada era compensada com muita voluntariedade, o que quase sempre resultava em solavancos violentos!

E foram tantas divididas temerárias, que uma grave contusão o deixou fora do time. Quando voltou, Manga amargou o banco de reservas, até aparecer uma solicitação emergencial do treinador para colaborar como goleiro.

Agradou tanto que assim continuou fazendo seus milagres debaixo das balizas, o suficiente para ser observado atentamente por um empresário chamado Bráulio Campos.

O Bonsucesso pronto para mais um compromisso do campeonato carioca. Em destaque Urubatão e o goleiro Manga, que juntos também brilharam com a camisa do Santos. Crédito: Anuário da revista Esporte Ilustrado 1952.

Manga não consegue evitar o gol do Flamengo marcado por Adãozinho. O amistoso foi realizado na Vila Belmiro e o quadro carioca venceu por 4×0.  Crédito: revista Esporte Ilustrado número 779 – 12 de março de 1953.

Assim, no findar de 1949, Bráulio Campos usou de sua credibilidade no cenário carioca para encaminhar o promissor Manga ao quadro de Aspirantes do Clube de Regatas do Flamengo (RJ).

Contudo, o jovem Manga enfrentou uma forte concorrência na Gávea, o que fez o técnico Gentil Cardoso considerar uma proposta de empréstimo do Bonsucesso Futebol Clube (RJ).

No Bonsucesso, Manga fez grandes apresentações e seu nome ganhou espaço rapidamente nos jornais e revistas Esportivas. No segundo semestre de 1951, seus direitos foram transferidos ao Santos Futebol Clube (SP).

De acordo com o site “santosfc.com.br”, sua primeira participação aconteceu no dia 30 de setembro de 1951 na Vila Belmiro, com derrota diante da Portuguesa de Desportos por 2×0 em jogo pelo campeonato paulista.

O lugar de titular foi uma consequência pelo triste afastamento do companheiro Leonídio por contusão. Arrojado, Manga não ficava restrito aos limites da área. Avançava como se fosse um líbero e assim surpreendia seus adversários.

Grande defesa praticada por Manga no Pacaembu. Com gols marcados por Vasconcelos, o Santos derrotou o São Paulo por 2×0 pelo Torneio Rio-São Paulo. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 888 – 14 de abril de 1955.

O goleiro Manga trabalhou bastante no clássico contra o Corinthians no Pacaembu. O duelo terminou empatado em 2×2 pelo campeonato paulista. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 908 – 1 de setembro de 1955.

Como um autêntico “guardião”, Manga não hesitava em oferecer o próprio corpo em perigosas disputas de bola. Por esse motivo, o goleiro era chamado por seus companheiros como “Espantalho Santista”.

Mesmo contando com grande prestígio, Manga foi emprestado ao Esporte Clube Bahia (BA) em 1954. Só retornou ao Santos em 1955 e prontamente recuperou sua condição de titular.

Pelo Santos, Manga participou da conquista do campeonato paulista nas edições de 1955, 1956 e 1958, o Torneio Início de 1952 e a Taça dos Invictos de 1956, além de importantes excursões internacionais.

Com o aparecimento dos goleiros Laércio e Lalá, a briga pela posição de titular foi aos poucos desgastando o veterano Manga, que disputou sua última partida oficial em dezembro de 1959.

Manga permaneceu no elenco da Vila Belmiro até o mês de maio de 1960. Com 401 partidas disputadas, Manga é o goleiro recordista de participações com a camisa do Santos!

Partindo da esquerda; Hélvio Piteira, Manga e Ivan. Foto de Newton Viana. Crédito: reprodução revista Esporte Ilustrado número 955 – 26 de julho de 1956.

Lanzoninho chega atrasado na disputa com o goleiro Manga. Em partida pelo campeonato paulista, no Pacaembu, o Santos venceu o São Paulo por 2×0. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 969 – 1 de novembro de 1956.

Alguns registros apontam ainda passagens de Manga pelo Sport Club do Recife (PE) e pelo Guarani Futebol Clube de Campinas (SP).

Como treinador, Manga conquistou o campeonato da Segunda Divisão do futebol paulista pela Portuguesa Santista em 1964. Também no cenário paulista passou pela Ferroviária de Araraquara, São Carlos e XV de Piracicaba.

Em 1967 foi contratado pelo Santo André e se tornou o primeiro técnico da história do clube. Manga trabalhou ainda no Rio Branco de Paranaguá (PR), Araçatuba (SP) e o Grêmio Maringá (PR).

Agenor Gomes faleceu na cidade de Santos (SP), no dia 25 de dezembro de 2003. Algumas fontes registram seu falecimento em 29 de fevereiro de 2004.

O ex-goleiro realizava sessões semanais de hemodiálise. Ficou internado na Santa Casa de Misericórdia de Santos por 40 dias, mas não resistiu!

No dia 11 de novembro de 1956, na Vila Belmiro, o atacante Zague fez sua primeira partida pelo Corinthians e marcou 2 gols na goleada de 4×0 sobre o Santos pelo certame paulista. Partindo da esquerda; Ivan, Hélvio, Zague, Ramiro e o goleiro Manga. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 971 – 15 de novembro de 1956.

Em partida contra o São Paulo no Pacaembu, Manga corta o cruzamento antes da chegada do atacante Gino Orlando. Crédito: museudapessoa.net.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado (por Levy Kleiman, Newton Viana e Luís Mendes), revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete Esportiva, revista O Cruzeiro, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal Mundo Esportivo, Jornal O Globo, acervosantosfc.com (por Gabriel Santana), campeoesdofutebol.com.br, museudapessoa.net, santosfc.com.br (por André Mendes), site do Milton Neves, Álbum de Ouro do Santos Futebol Clube, Livro: A História do Campeonato Paulista – André Fontenelle e Valmir Storti – Publifolha, albumefigurinhas.no.comunidades.net.