Nascido na cidade de Vitória (ES), em 26 de maio de 1929, Agenor Gomes ficou famoso no mundo do futebol com o apelido de “Manga”.
Sua caminhada esportiva foi iniciada no futebol amador de sua terra natal. Em razão da boa estatura, o rapazola jogava como centroavante em uma equipe chamada Caxias.
Conforme publicado na revista Esporte Ilustrado, o apenas esforçado Manga não primava por um futebol vistoso. Sua técnica limitada era compensada com muita voluntariedade, o que quase sempre resultava em solavancos violentos!
E foram tantas divididas temerárias, que uma grave contusão o deixou fora do time. Quando voltou, Manga amargou o banco de reservas, até aparecer uma solicitação emergencial do treinador para colaborar como goleiro.
Agradou tanto que assim continuou fazendo seus milagres debaixo das balizas, o suficiente para ser observado atentamente por um empresário chamado Bráulio Campos.
Assim, no findar de 1949, Bráulio Campos usou de sua credibilidade no cenário carioca para encaminhar o promissor Manga ao quadro de Aspirantes do Clube de Regatas do Flamengo (RJ).
Contudo, o jovem Manga enfrentou uma forte concorrência na Gávea, o que fez o técnico Gentil Cardoso considerar uma proposta de empréstimo do Bonsucesso Futebol Clube (RJ).
No Bonsucesso, Manga fez grandes apresentações e seu nome ganhou espaço rapidamente nos jornais e revistas Esportivas. No segundo semestre de 1951, seus direitos foram transferidos ao Santos Futebol Clube (SP).
De acordo com o site “santosfc.com.br”, sua primeira participação aconteceu no dia 30 de setembro de 1951 na Vila Belmiro, com derrota diante da Portuguesa de Desportos por 2×0 em jogo pelo campeonato paulista.
O lugar de titular foi uma consequência pelo triste afastamento do companheiro Leonídio por contusão. Arrojado, Manga não ficava restrito aos limites da área. Avançava como se fosse um líbero e assim surpreendia seus adversários.
Como um autêntico “guardião”, Manga não hesitava em oferecer o próprio corpo em perigosas disputas de bola. Por esse motivo, o goleiro era chamado por seus companheiros como “Espantalho Santista”.
Mesmo contando com grande prestígio, Manga foi emprestado ao Esporte Clube Bahia (BA) em 1954. Só retornou ao Santos em 1955 e prontamente recuperou sua condição de titular.
Pelo Santos, Manga participou da conquista do campeonato paulista nas edições de 1955, 1956 e 1958, o Torneio Início de 1952 e a Taça dos Invictos de 1956, além de importantes excursões internacionais.
Com o aparecimento dos goleiros Laércio e Lalá, a briga pela posição de titular foi aos poucos desgastando o veterano Manga, que disputou sua última partida oficial em dezembro de 1959.
Manga permaneceu no elenco da Vila Belmiro até o mês de maio de 1960. Com 401 partidas disputadas, Manga é o goleiro recordista de participações com a camisa do Santos!
Alguns registros apontam ainda passagens de Manga pelo Sport Club do Recife (PE) e pelo Guarani Futebol Clube de Campinas (SP).
Como treinador, Manga conquistou o campeonato da Segunda Divisão do futebol paulista pela Portuguesa Santista em 1964. Também no cenário paulista passou pela Ferroviária de Araraquara, São Carlos e XV de Piracicaba.
Em 1967 foi contratado pelo Santo André e se tornou o primeiro técnico da história do clube. Manga trabalhou ainda no Rio Branco de Paranaguá (PR), Araçatuba (SP) e o Grêmio Maringá (PR).
Agenor Gomes faleceu na cidade de Santos (SP), no dia 25 de dezembro de 2003. Algumas fontes registram seu falecimento em 29 de fevereiro de 2004.
O ex-goleiro realizava sessões semanais de hemodiálise. Ficou internado na Santa Casa de Misericórdia de Santos por 40 dias, mas não resistiu!
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado (por Levy Kleiman, Newton Viana e Luís Mendes), revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete Esportiva, revista O Cruzeiro, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal Mundo Esportivo, Jornal O Globo, acervosantosfc.com (por Gabriel Santana), campeoesdofutebol.com.br, museudapessoa.net, santosfc.com.br (por André Mendes), site do Milton Neves, Álbum de Ouro do Santos Futebol Clube, Livro: A História do Campeonato Paulista – André Fontenelle e Valmir Storti – Publifolha, albumefigurinhas.no.comunidades.net.
Pedro Luiz Boscato disse:
Manga, grande goleiro, titular do Santos por vários anos. Manga, Hélvio e Ivan, muitas vezes, esse trio, famoso trio, foi anunciado nas escalações do Santos, três nomes que fizeram e bem, parte da Gloriosa História do Glorioso Santos F.C. Campeão em 1955, quanto o título foi conquistado frente o Taubaté na Vila Belmiro, 1956 e 1958. Em 1956 ajudou a conquistar a Taça dos Invictos, esta estava em poder do São Paulo. Embora tivesse ficado pouco tempo na Vila Belmiro, logo após o Corinthians pegou, mas teve o nome do Santos nela marcado e a conquista dela também faz parte do Curriculum de Manga. Manga, sem dúvida, outro jogador lembrado e bem pelos santistas que o viram atuar.