Tags

, , ,

O ponta esquerda Osmar ficou conhecido no mundo da bola com um apelido curtinho e fácil de decorar. 

Principalmente para os torcedores da Ferroviária de Araraquara, Palmeiras e Santa Cruz, Pio foi um marcante ponteiro esquerdo que conquistou muitos títulos e amigos no futebol.

Filho de Miguel Volpe Neto e Judith Martins Volpe, Osmar Alberto Volpe nasceu na cidade de Araraquara (SP), em 15 de novembro de 1945.

Antes de chegar ao profissionalismo, Pio jogou pela Associação Desportiva Araraquara – (ADA) e o Santana Futebol Clube, também da cidade de Araraquara.

Em 1964 foi encaminhado para os times de base da Associação Ferroviária de Esportes. No mesmo ano recebeu suas primeiras oportunidades no time principal.

Formação da Ferroviária de Araraquara. Em Pé: Joãozinho, Fogueira, Rossi, Brandão, Adão e Machado. Agachados: Passarinho, Leocádio, Teia, Bazzani e Pio. Crédito: ferroviariaemcampo.blogspot.com.br.

Crédito: ferroviariaemcampo.blogspot.com.br.

Nesse meio tempo, Pio foi servir o Exército em Brasília, no B.G.P – Batalhão da Guarda Presidencial. No retorno para Araraquara, o jovem ponteiro esquerdo da Ferroviária viveu uma fase de altos e baixos.

Pio participou da campanha que levou o time para o segundo escalão do futebol paulista em 1965. No ano seguinte, o quadro avinhado voltou ao seu devido lugar na Divisão Especial.

Na partida decisiva contra o XV de Novembro de Piracicaba, em uma quarta feira de muita chuva na cidade de São Paulo, Pio jogou como lateral esquerdo para cobrir o companheiro Fogueira, contundido logo no início da segunda etapa.

21 de dezembro de 1966 – Campeonato paulista – Ferroviária 1×0 XV de Novembro de Piracicaba – Estádio Municipal do Pacaembu – Árbitro: Armando Marques – Gol: Dorival (contra) aos 10’ do segundo tempo. 

Ferroviária: Machado; Beluomine, Brandão, Rossi e Fogueira; Bebeto e Bazzani; Passarinho, Maritaca, Téia e Pio. Técnico: Agenor Gomes (Manga). XV de Piracicaba: Claudinei; Nelson, Kiki, Proti e Dorival; Chiquinho e Lopes; Nicanor, Mazinho, Rodrigues e Piau. Técnico: Gaspar.

Flamengo e Palmeiras no Maracanã. Pio (camisa 11) ao lado de Servílio (direita). Crédito: revista do Esporte número 515 – Janeiro de 1969.

Liminha e Pio em mais um duelo entre Flamengo e Palmeiras no Maracanã. Crédito: revista Placar – 23 de outubro de 1970.

Além dessa importante conquista, Pio foi bicampeão do Interior em 1967 e 1968. *A Ferroviária foi tricampeã do Interior nas edições de 1967, 1968 e 1969, ano em que Pio já era jogador do Palmeiras.

Grande cobrador de faltas, Pio também apoiava o setor de meia-cancha com grande facilidade. Com tantas qualidades, os dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras acertaram os detalhes de sua contratação em março de 1969.

Na época, o alviverde contava com Serginho na ponta esquerda, já que Rinaldo tinha deixado o clube quando foi negociado em definitivo com o Coritiba Foot Ball Club.

Logo em sua primeira temporada no Palmeiras, Pio foi campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1969. Depois do vice-campeonato paulista de 1971, Pio viveu seu melhor período em 1972.

Considerada até hoje como a “Temporada Perfeita”, o Palmeiras ganhou tudo que disputou em 1972: Campeão paulista (invicto), campeão brasileiro, campeão do Torneio de Mar Del Plata, campeão do Torneio Governador Laudo Natel, além da posse da Taça dos Invictos.

Fluminense e Palmeiras no Maracanã. No lance, Oliveira e o ponteiro esquerdo Pio. Crédito: revista Placar – 18 de dezembro de 1970.

O Palmeiras vice-campeão paulista de 1971. Em pé: Eurico, Leão, Luís Pereira, Minuca, Dé, Dudu e Ernani Matarazzo. Agachados: Edu, Leivinha, César, Ademir da Guia e Pio. Crédito: suplemento revista Stadion.

Tudo corria bem até o dia em que Pio decidiu comprar uma fábrica. Foi ao banco e empenhou suas economias com imensa alegria.

Sem tino para os negócios, Pio descobriu depois que a empresa estava atolada em dívidas. Para piorar, o dinheiro que recebia no Palmeiras era insuficiente diante do enorme e preocupante buraco financeiro.

Nervoso em campo e discutindo com os companheiros, Pio dava tudo para vencer e assim embolsar o “bicho” para ajudar no pagamento das dívidas da fábrica.

O resultado dessa roleta financeira foi uma grave contusão que o afastou dos gramados por um tempo considerável.

Enquanto ficou no Departamento Médico, um outro ex-afeano ganhou espaço. Pio perdeu a condição de titular para o também baixinho e brilhante Nei, o Elias Ferreira Sobrinho.

Crédito: revista Placar – 9 de julho de 1971.

Crédito: revista Placar – 9 de julho de 1971.

Como estava no auge da carreira, Pio recusou uma boa proposta do Botafogo de Ribeirão Preto, ao mesmo tempo em que batalhava pela conquista do “Passe Livre”.

Na mesma época, os dirigentes do Santa Cruz estavam em São Paulo para contratar o goleiro Raul Marcel. Durante o impasse nas negociações, o nome de Pio foi colocado na mesa.

Depois de pensar um pouco, o ponteiro esquerdo resolveu seguir para Recife, onde escreveu mais alguns capítulos de sua notável carreira.

Pelo Palmeiras, Pio disputou 188 partidas. Foram 101 vitórias, 58 empates, 29 derrotas e 29 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

E quis o destino que Pio fosse o algoz do Palmeiras no campeonato nacional de 1975. O Santa Cruz venceu o alviverde por 3×2 em pleno Parque Antártica, com Pio marcando o gol da virada pernambucana em uma espetacular cobrança de falta.

Crédito: albumefigurinhas.no.comunidades.net.

Foto de Narciso Lins. Crédito: revista Placar – 15 de outubro de 1976.

Na sequência da competição, o Santa Cruz foi eliminado pelo Cruzeiro, o que representou uma honrosa quarta colocação na competição.

Campeão pernambucano de 1976, Pio continuou no Arruda até o desentendimento com o técnico Evaristo de Macedo.

Mesmo como ídolo da torcida, Pio ficou sem ambiente para continuar no clube, o que o fez aceitar uma proposta do Colorado em 1978.

No ano seguinte, Pio voltou ao cenário paulista para jogar pelo São Carlense (SP). Encerrou a carreira em 1982 defendendo o Grêmio Esportivo Novorizontino (SP).

Diplomado em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de São Carlos, Pio foi Secretário Municipal de Esportes da cidade de Américo Brasiliense.

Em março de 1978, Pio foi contratado pelo Colorado para disputar o campeonato brasileiro. Crédito: historiadoparanaclube.blogspot.com.br.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão, Lenivaldo Aragão, Narciso Lins e Paulo Matiussi), revista do Esporte, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete, revista Stadion, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal da Tarde, cacellain.com.br, campeoesdofutebol.com.br, gazetaesportiva.net, ferroviariasa.com.br, ferroviariaemcampo.blogspot.com.br, historiadoparanaclube.blogspot.com.br, palmeiras.com.br, site do Milton Neves, Almanaque do Palmeiras – Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti, albumefigurinhas.no.comunidades.net.