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Quando Germano foi negociado com o Milan, os torcedores do Flamengo mal poderiam imaginar que a fama chegaria tão rápido ao jovem ponteiro-esquerdo mineiro.

Mas esse sucesso arrebatador não foi apenas o resultado de suas boas apresentações nos gramados. Subitamente, a vida pessoal do jogador foi invadida por tabloides sensacionalistas, sempre prontos para oferecer algo “bombástico” ao público.

A euforia dos jornalistas era o resultado do namoro entre Germano e a Condessa Giovanna Augusta, uma bela jovem do círculo aristocrático que provocava suspiros em qualquer mocinho.

José Germano de Sales nasceu no município de Conselheiro Pena (MG), em 25 de março de 1942. Em 1958, quando contava com 16 anos de idade, Germano começou sua trajetória nos quadros amadores do Clube de Regatas do Flamengo.

Ligeiro e dono de dribles envolventes, o promissor Germano não demorou para ser aproveitado no time principal.

Gerson e Germano no gramado do Maracanã. Crédito: revista do Esporte número 103.

Crédito: revista do Esporte número 160 – Março de 1962.

Mesmo com pouco tempo de clube, Germano levou seu irmão mais novo ao Flamengo, o João Batista de Sales, que mais tarde ficou conhecido como “Fio Maravilha”.

O desengonçado “Fio Maravilha” logo caiu nas graças da torcida e também do cantor Jorge Ben Jor, que ofereceu ao folclórico atacante uma música que fez muito sucesso.

Em 1961, Germano fez parte do elenco Rubro-Negro que venceu o disputado Torneio Rio-São Paulo da temporada. Com boas atuações, seu nome foi lembrado no período de preparação da Seleção Brasileira para o mundial do Chile em 1962.

Disputou um lugar com Pepe e Zagallo, mas acabou dispensado. Ao todo, foram 11 compromissos com a camisa amarelinha.

Quando a proposta da Associazione Calcio Milan bateu em sua porta, Germano custou para acreditar!

Crédito: reprodução revista A Gazeta Esportiva Ilustrada.

Afinal, a transferência para o cenário italiano poderia representar sua tão esperada independência financeira; além de oferecer uma rica experiência em um dos centros mais importantes do futebol.

Pelo Flamengo, entre 1958 e 1962, Germano disputou 85 partidas com 48 vitórias, 19 empates, 18 derrotas e 16 gols marcados. Os registros foram publicados pelo Almanaque do Flamengo, dos autores Clóvis Martins e Roberto Assaf.

Germano chegou ao Milan em agosto de 1962. Suas primeiras apresentações causaram ótima impressão aos fanáticos torcedores de Milão. Contudo, o atacante foi caindo de produção, o que não passou em branco na percepção dos críticos.

Em novembro de 1962, Germano foi emprestado ao Genoa para disputar o campeonato italiano de 1963. Em seguida voltou ao Milan, onde permaneceu até os primeiros meses de 1965.

Sua saída do Milan não está somente relacionada ao fator produtividade. Na época, Germano cultivava um discutido romance com a Condessa Giovanna Augusta, filha do Conde Domenico, um próspero proprietário de uma fábrica de helicópteros.

Com a camisa do Milan, Germano aparece ao lado de Zequinha do Palmeiras. Crédito: revista do esporte número 181 – Agosto de 1962.

Dino Sani e Germano com a camisa do Milan no Pacaembu. Crédito: revista do Esporte número 181 – Agosto de 1962.

Rico e preconceituoso, o Conde Domenico estava indignado com o “namorico” da filha. O empresário temia que essa relação pudesse caminhar para algo mais sério, embora ainda não imaginasse o desenrolar dos acontecimentos.

Então, o Conde Domenico pressionou sua herdeira para desistir de Germano, mas ela resistia. Então, a nobre mocinha tomou coragem e fugiu do palácio para ir ao encontro de seu amado.

Como última tacada, o Conde Domenico usou de suas influências para pressionar os dirigentes do Milan. Dessa forma, Germano foi emprestado ao Palmeiras em 1965, sempre bem acompanhado pela Condessa Augusta!

Na curta passagem pelo Palmeiras, o atacante disputou 38 partidas. Foram com 21 vitórias, 9 empates, 8 derrotas e 6 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Germano participou do jogo em que o Palmeiras representou o Brasil diante do Uruguai, nas festividades de inauguração do Estádio do Mineirão em 1965.

Crédito: magliarossonera.it.

Crédito: revista do Esporte número 323 – 15 de maio de 1965.

Conforme publicado pelo site palmeiras.com.br, os “canarinhos-alviverdes” venceram pela contagem de 3×0. Abaixo os registros do histórico confronto:

7 de setembro de 1965 – Amistoso internacional – Brasil (Palmeiras) 3×0 Uruguai – Estádio do Mineirão – Árbitro: Eunápio de Queiroz – Gols: Rinaldo aos 27’ e Tupãzinho aos 35’ minutos do primeiro tempo; Germano aos 29’ do segundo tempo.

Brasil (Palmeiras): Valdir (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo (Dario). Uruguai: Taibo (Fogni); Cincunegui (Brito), Manicera e Caetano; Nuñes (Lorda) e Varela; Franco, Silva (Vingile), Salva, Dorksas e Espárrago (Morales).

Com o passe ainda preso ao Milan, Germano foi jogar pelo Standard Liège da Bélgica em 1966; uma fase muito difícil no relacionamento do casal Germano e Giovanna!

Constantemente pressionada pelos familiares, a condessa Giovanna mais uma vez cruzou o mundo. Decidida, a filha do orgulhoso Conde Domenico contraiu matrimônio com Germano em junho de 1967.

Crédito: revista do Esporte número 429 – 27 de maio de 1967.

Crédito: revista do Esporte número 429 – 27 de maio de 1967.

O enlace ganhou destaque na imprensa internacional, mesmo com o declarado contragosto da família da noiva. Germano e Giovanna tiveram uma filha, que se chama Giovana Clara Maria Germano, atualmente vivendo em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Em 1970, depois da separação, Germano voltou para Minas Gerais; enquanto que a Condessa Giovanna Augusta mudou para os Estados Unidos.

Germano faturou a Copa dos Campeões de 1963 pelo Milan e também foi campeão da Copa da Bélgica em 1967, pelo Standard Liège, equipe que defendeu até 1970.

Nos últimos anos de vida, Germano foi fazendeiro e vivia ao lado de sua segunda esposa, a senhora Bernardina Ferreira.

José Germano de Sales faleceu aos 55 anos de idade em Conselheiro Pena (MG). O ex-jogador sofreu um infarto fulminante em 1 de outubro de 1997.

Crédito: revista Jet número 13 – 6 de julho de 1967.

Crédito: revista Oggi número 48 – 30 de novembro de 1967.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Michel Laurence e Roberto José da Silva), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista Jet, revista Manchete, revista O Cruzeiro, revista Oggi, Jornal do Brasil, Jornal O Globo, campeoesdofutebol.com.br, flamengo.com.br, globoesporte.globo.com, magliarossonera.it, palmeiras.com.br, site do Milton Neves (por Raphael Cavaco), Almanaque do Flamengo – Clóvis Martins e Roberto Assaf, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, albumefigurinhas.no.comunidades.net.