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No raiar de 1964, uma reportagem publicada na revista do Esporte número 255 revelou aos leitores um jogador calejado, uma realidade totalmente diferente do rapazola que chegou ao centro do Rio de Janeiro para prestar o Serviço Militar.

Vicente Arenari Filho nasceu no município de Natividade (RJ), em 23 de março de 1935. Sua trajetória foi iniciada nas fileiras amadoras do Americano Futebol Clube, o popular alvinegro de Campos dos Goytacazes (RJ).

Em 1954 o jovem Vicente foi encaminhado ao Clube de Regatas do Flamengo (RJ), onde foi destaque como lateral-direito e/ou quarto-zagueiro no juvenil e posteriormente nos Aspirantes.

Lutando por um lugar no time principal do Flamengo, o ano de 1956 apontou um novo desafio, algo bem longe dos encantos da “Cidade Maravilhosa”.

Conforme divulgado pela revista do Esporte número 226 – edição de 6 de julho de 1963, os dirigentes cariocas decidiram emprestar Vicente ao Esporte Clube Bahia, com o passe estipulado em 100 mil Cruzeiros.

Para ficar com o título da Taça Brasil de 1959, o Bahia não tomou conhecimento do Santos. No lance, o ponteiro Pepe tenta passar pela marcação de Vicente Arenari. Crédito: Livro “Heróis de 59” – Antônio Matos – Editora Solisluna.
O memorável triunfo na Taça Brasil de 1959. Em pé: Nadinho, Leone, Henrique, Flávio, Vicente Arenari e Beto. Agachados: Marito, Alencar, Leo, Bombeiro e Biriba. Crédito: revista Placar número 1076 – Outubro de 1992.

Pouco tempo depois, para surpresa do vice de futebol Fadel Fadel e do técnico Fleitas Solich, o Bahia mandou um representante ao Rio para exercer o direito de compra do passe de Vicente.

Evidentemente, o visível arrependimento de Fadel Fadel e do treinador Fleitas Solich não sensibilizou o emissário do tricolor baiano. Assim, Vicente Arenari assinou um compromisso definitivo em Salvador.

Jogando pelo Bahia, Vicente foi pentacampeão baiano nos anos de 1958, 1959, 1960, 1961 e 1962, sem esquecer da grande conquista da Taça Brasil de 1959 frente ao poderoso esquadrão do Santos.

O título da Taça Brasil de 1959 foi definido em três confrontos. O primeiro em 10 de dezembro de 1959, com uma surpreendente vitória do Bahia por 3×2 na Vila Belmiro.

O segundo duelo só aconteceu no dia 30 de dezembro de 1959, no Estádio da Fonte Nova, com o esquadrão santista vencendo pelo placar de 2×0.

“Eu gostava de jogar no Bahia, mas não pensei duas vezes em aceitar o convite do Palmeiras”. Crédito: revista do Esporte número 226 – 6 de julho de 1963.
O forte esquadrão do alviverde em 1963. Em fila, partindo da esquerda: Picasso, Servílio, Ademir da Guia, Julinho Botelho, Valdemar Carabina, Djalma Dias, Vicente Arenari, Vavá, Gildo, Djalma Santos e Zequinha. Crédito: revista Fatos e Fotos número 152 – 28 de dezembro de 1963.

No jogo desempate realizado em 29 de março de 1960, o tricolor da “Boa Terra” ficou com o título ao vencer o Santos por 3×1 no Maracanã. Os gols do Bahia foram marcados por Alencar, Leo e Vicente.

A boa fase no Bahia quase representou a volta de Vicente ao cenário carioca em 1960. Todavia, o técnico Paulo Amaral do Botafogo chegou um tanto atrasado em Salvador, dias depois de Vicente firmar um novo contrato com o Bahia.

O interesse pelos direitos do jogador continuou no mês de dezembro de 1962, com uma investida bem articulada dos representantes da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Vestindo a camisa alviverde, Vicente Arenari foi bem como quarto-zagueiro e principalmente como lateral-esquerdo. Sofreu com uma séria contusão durante disputa do Torneio Rio-São Paulo de 1963, mas voltou em forma para faturar o título paulista do mesmo ano.

Ao todo, Vicente Arenari disputou 48 jogos pelo Palmeiras; com 30 vitórias, 10 empates, 8 derrotas e um único gol marcado. Os números foram publicados pelo “Almanaque do Palmeiras”, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

O bom controle de bola e o bom entrosamento com o craque Djalma Dias. Crédito: revista do Esporte número 255 – Janeiro de 1964.
Um grande trabalho no Saad Esporte Clube da cidade de São Caetano do Sul (SP). Foto de Lemyr Martins. Crédito: revista Placar número 257 – 28 de fevereiro de 1975.

Vicente Arenari permaneceu firme no elenco do Palmeiras até o ano de 1965, quando foi transferido para o Nacional Atlético Clube da capital paulista, equipe que defendeu entre 1966 e 1967, em sua última temporada como jogador.

Como treinador, Vicente Arenari iniciou sua rica caminhada em 1968, no mesmo Nacional Atlético Clube (SP). Depois passou pela Ferroviária de Araraquara (SP) em 1974, para no ano seguinte assumir o Saad de São Caetano do Sul.

Também foi treinador do Uberlândia (MG), Comercial (MS), Chapecoense (SC), Figueirense (SC), Joinville (SC), Bandeirante de Birigui (SP), Botafogo (SP), Mogi Mirim (SP), Palmeiras (SP), Santo André (SP), XV de Piracicaba (SP), Americano (RJ), Goytacaz (RJ), Itaperuna (RJ), Caxias (RS), Esportivo de Bento Gonçalves (RS) e Juventude (RS).

De acordo com o site “palmeiras.com.br”, Vicente Arenari Filho faleceu no dia 14 de julho de 2013, no Hospital São José do Avaí, no município de Itaperuna (RJ).

O ex-jogador e treinador estava internado na UTI do Hospital São José do Avaí desde o dia 30 de abril, até ser acometido por um “AVC” (Acidente Vascular Cerebral).

Reportagem especial com os campeões da Taça Brasil de 1959. Foto de Antônio Andrade. Crédito: revista Placar número 460 – 16 de fevereiro de 1979.
De volta ao Palmeiras, Vicente Arenari recebeu o desafio de acabar com o jejum de títulos no campeonato paulista! Fotos de Nélson Coelho. Crédito: revista Placar número 817 – 20 de janeiro de 1986.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Antônio Andrade, Carlos Maranhão, Divino Fonseca, Fernando Escariz, João Carlos Rodriguez, Lemyr Martins, Nélson Coelho, Nélson Urt, Roberto Salim e Washington de Souza Filho), revista do Esporte, revista Fatos e Fotos, revista Grandes Clubes Brasileiros, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal O Globo, campeoesdofutebol.com.br, esporteclubebahia.com.br, gazetaesportiva.com, globoesporte.globo.com, palmeiras.com.br, site do Milton Neves (por Marcelo Rozenberg), Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, Livro: Heróis de 59 – Antônio Matos – Editora Solisluna, albumefigurinhas.no.comunidades.net.