Tags
barcelona de guayaquil, Escurinho, Luis Carlos Machado, primeiro jogo da final do brasileirão de 1978
Quem o via em suas passadas compridas criando jogadas, chutando ao gol e pulando mais alto que os beques adversários, logo imaginava como seria uma dupla com o “Bigorna” Claudiomiro.
Quando foi integrado ao grupo de profissionais do Internacional, Escurinho marcou 8 gols nas 8 oportunidades que recebeu do técnico Daltro Menezes, que na época já esquentava a cabeça com o famoso problema para o aproveitamento de Bráulio e Sérgio.
Em 1971, Escurinho estourou os meniscos e ficou vários meses parado. Em seguida, foi emprestado para times do interior gaúcho para recuperar a forma, retornando ao Beira Rio somente em 1972.
Luis Carlos Machado, o grande cabeceador Escurinho, nasceu em Porto Alegre no dia 18 de janeiro de 1950.
A ligação de Escurinho com o Internacional vem desde a infância, quando visitava o terreno onde foi construído o Estádio Beira-Rio na década de 60.
Aos 11 anos de idade começou sua trajetória nas categorias de base do próprio Colorado. Sua chegada ao grupo de profissionais aconteceu em 1970, depois de marcar 59 gols no campeonato gaúcho juvenil do ano anterior.
No entanto, Escurinho teve seu sucesso relativamente ofuscado pela quantidade e qualidade do grande elenco do Inter, que dominou os campeonatos regionais e boa parte dos campeonatos nacionais dos anos setenta.
Em 1974, foi titular absoluto da equipe que conquistou o hexacampeonato estadual e no ano seguinte não viajou para a Europa para uma série de amistosos por não ter renovado seu contrato, fato este, que gerou imensa polêmica entre os cartolas do Internacional.
Muito eficiente nas jogadas aéreas, seu continuidade foi prejudicada em razão de problemas de ordem contratual que causaram muito mal estar entre o jogador e o clube.
Quando finalmente acertou suas bases, enfrentou o retorno de Flávio Minuano, que viveu grande fase na temporada de 1975.
Na campanha do bicampeonato nacional, sempre que o técnico Rubens Minelli precisava de uma alternativa mais ofensiva, recorria ao Escurinho, que com sua camisa 14 e seus 1;84 de altura, entrava e levava perigo no jogo aéreo, sua especialidade desde os tempos do juvenil.
Escurinho participou de um lance inesquecível em 1976, diante do Atlético Mineiro no Beira-Rio, tabelando de cabeça com Falcão até o complemento deste para o fundo das redes do goleiro argentino Ortiz.
Seus principais títulos com o uniforme do Inter foram sete campeonatos gaúchos em 1970/71/72/73/74/75/76, e os dois campeonatos brasileiros em 1975 e 76.
Em 1978 Escurinho foi negociado com o Palmeiras, e lá viveu um momento diferente em sua carreira. Foi no primeiro jogo da final do brasileirão daquele ano, contra o Guarani de Campinas (SP).
O jogo caminhava para um empate sem abertura de contagem, quando aos 30 minutos do segundo tempo o goleiro Leão ameaçou uma cotovelada no jovem atacante Careca.
Com Leão expulso e o pênalti marcado, Escurinho aceitou quebrar o galho como goleiro, já que o Palmeiras já tinha efetuado suas duas substituições.
Todavia, não conseguiu evitar o tento bugrino no pênalti bem cobrado por Zenon.
O time campineiro venceu pelo placar mínimo, resultado que se repetiu no segundo jogo no estádio Brinco de Ouro, dessa vez com um gol do jovem centroavante Careca, que deu ao Guarani seu primeiro e único título brasileiro.
Seria o terceiro título brasileiro de Escurinho. Mesmo assim, o vice-campeonato de 1978 não deve ser considerado um resultado totalmente imprevisível, levando em conta que o surpreendente Guarani desclassificou equipes de ponta do futebol brasileiro, como Internacional e Vasco da Gama, sempre jogando como visitante.
Em sua passagem pelo Palmeiras, de 1978 até 1979, Escurinho esteve em campo em 53 partidas, obtendo 25 vitórias, 17 empates, 11 derrotas e 15 gols marcados.
Após sua saída do Parque Antártica, o atacante passou rapidamente pelo Coritiba em 1980, pelo Barcelona de Guayaquil (Equador) em 1980/81, quando foi campeão nacional, Vitória-BA (1981), Francana-SP (1982), Bragantino-SP (1983), CSA-AL (1984), Caxias-RS (1985), La Serena do Chile (1986) e Avenida de Santa Cruz-RS (1986), onde encerrou sua carreira.
Escurinho faleceu em 27 de setembro de 2011 no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, vítima de uma parada cardíaca.
O jogador conviveu durante muito tempo com complicações decorrentes de diabetes, inclusive sofrendo amputação de parte de sua perna direita.
Segundo registros do site do Milton Neves, ele morava na cidade de Guaíba, no Rio Grande do Sul, onde tentou carreira política sem obter sucesso em sua candidatura como vereador de Porto Alegre.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Divino Fonseca), revista Manchete Esportiva, site do Milton Neves (por Gustavo Grohmann), Gazeta Esportiva, vamovamointer.com (por André Baibich), acervo Helênicos, campeoesdofutebol.com.br, albumefigurinhas.no.comunidades.net, acervo do fotógrafo Domício Pinheiro, internacional.com.br.