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Martín Carlos Alarcon nasceu na província de Formosa, na Argentina, em 25 de dezembro de 1928. Sua trajetória esportiva foi iniciada em 1945, na modesta equipe do Club Sportivo Pátria.

Anos mais tarde, seu futebol refinado foi notado pelo treinador paraguaio Fleitas Solich, que na época firmava compromisso com o Club Libertad do Paraguai.

Foi Fleitas Solich que ofereceu uma oportunidade ao jovem e promissor Alarcon, que assim iniciou sua caminhada profissional. Pouco depois, Alarcon voltou ao cenário argentino para defender o Club Atlético River Plate, mas não foi muito bem!

Novamente no futebol paraguaio, agora pelo Club Sportivo Luquenõ, o pequeno Alarcon continuou firme, até aparecer outro convite do mesmo Club Libertad, momento em que disputou os compromissos da segunda edição da Copa Rio, em 1952.

Na Copa Rio de 1952, Alarcon mostrou ao público do que era capaz, embora a sofrível campanha do quadro paraguaio não tenha proporcionado seu avanço na competição.

No choque entre América e Fluminense, Alarcon tenta romper o bloqueio atento de Duque. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 845 – 16 de junho de 1954.

Tão logo chegou ao cenário carioca, o argentino de futebol vistoso encantou imprensa e torcedores. Foto de Alberto Ferreira. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 852 – 5 de agosto de 1954.

Baixinho, habilidoso e muito rápido, Alarcon desembarcou confiante no Rio de janeiro em 1954 para defender o América.

Tão logo chegou ao cenário carioca, o argentino de futebol aplicado e vistoso encantou imprensa e torcedores. Seu toque de bola requintado logo representou uma grande “dor de cabeça” para os adversários, especialmente para o técnico do Flamengo, o “feiticeiro” Fleitas Solich.

Enquanto jogou pelo América, entre os anos de 1954 e 1959, Alarcon formou linhas ofensivas de muita qualidade ao lado de jogadores como Canário, Ferreira, João Carlos, Leônidas da Selva, Paraguaio e Romeiro.

E por falar em incomodar o Flamengo, o América vendeu caro ao time da Gávea os títulos cariocas de 1954 e 1955. Preocupado com Canário pela direita, Fleitas Solich logo percebeu que não poderia esquecer de Alarcon livre pela esquerda.

Se 1954 foi bom para Alarcon, a temporada de 1955 prometia mais. O América realizou uma campanha espetacular e nas finais do campeonato carioca deu de cara com o Flamengo em três partidas decisivas, que só aconteceram em 1956.

Partindo da esquerda; Paraguaio, Alarcon, Leônidas, João Carlos e Denone. Foto de Alberto Ferreira. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 862 – 14 de outubro de 1954.

O América de Alarcon vendeu caro ao Flamengo os títulos cariocas de 1954 e 1955. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 901 – 14 de julho de 1955.

No primeiro confronto, o Flamengo venceu por 1×0 com um gol de Evaristo de Macedo. Na partida seguinte, Alarcon e seus companheiros esmagaram o Rubro-Negro com uma impiedosa goleada de 5×1:

1 de abril de 1956 – Campeonato carioca – América 5×1 Flamengo – Estádio do Maracanã – Árbitro: Mário Vianna – Gols: Ferreira, Alarcon, Canário, Leônidas e Romeiro para o América; Joel para o Flamengo.

América: Pompéia, Rubens e Édson; Ivan, Osvaldinho e Hélio; Canário, Romeiro, Leônidas, Alarcon e Ferreira. Flamengo: Chamorro, Tomires e Pavão; Jadir, Dequinha e Jordan; Joel, Duca, Paulinho, Evaristo e Zagallo.

Na terceira e derradeira partida, todos esperavam pela consagração definitiva de Alarcon e seus companheiros. Contudo, Dida foi o nome do jogo na vitória do Flamengo pela contagem de 4×1.

O jogo também é lembrado pela entrada dura do zagueiro Tomires em Alarcon, o que provocou um clima de grande revolta nos torcedores do América, que das arquibancadas gritavam que o beque do Flamengo era um “cangaceiro”.

Evaristo de Macedo e Alarcon, craques de jornadas decisivas entre América e Flamengo. Foto de Alberto Ferreira. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 940 – 12 de abril de 1956.

Alarcon brilhou nas fileiras do América entre 1954 e 1959. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 950 – 21 de junho de 1956.

Quando o prélio ainda estava equilibrado, uma forte dividida entre Alarcon e Tomires tirou o argentino de campo aos 15 minutos do primeiro tempo. Mas o árbitro Mário Vianna sequer advertiu Tomires!

Totalmente cercado pelos jogadores do América, Mário Vianna alegou que estava muito longe do lance, ao mesmo tempo em que afirmava que seria precipitado tomar uma atitude rigorosa com o jogador do Flamengo.

No intervalo de jogo, os médicos do América desistiram da tal injeção milagrosa que poderia oferecer uma sobrevida ao atacante, já que o tornozelo de Alarcon mal cabia em uma bacia d’água.

Depois de um longo período de recuperação, Alarcon voltou aos gramados em busca do tempo perdido. Disputou boas temporadas pelo América entre 1956 e 1959, até decidir continuar sua caminhada em outras praças.

Conforme participação especial do colaborador Oliver Alexander, em janeiro de 1960 Alarcon foi para Bogotá jogar pelo Millonários, equipe onde conquistou o bicampeonato colombiano nas edições de 1961 e 1962.

Ferido e fora de combate, Alarcon é pura desolação no vestiário do Maracanã. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 950 – 21 de junho de 1956.

No empate por 1×1 entre América e Bangu pelo certame carioca, Alarcon desperdiça grande oportunidade para marcar diante do goleiro Ubirajara. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 974 – 6 de dezembro de 1956.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Achilles Chirol, Albino Castro Filho, Lenivaldo Aragão e Marcelo Rezende), revista Esporte Ilustrado (por Alberto Ferreira, Leunam Leite, Levy Kleiman e Sérgio Lopes), revista Manchete Esportiva, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, Jornal O Globo, acervo.oglobo.globo.com, campeoesdofutebol.com.br, flamengo.com.br, Oliver Alexander, albumefigurinhas.no.comunidades.net.