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Filho de Francisco Marinho de Oliveira e de dona Leonor Albino Nascimento, Jair Marinho de Oliveira nasceu no município de Santo Antônio de Pádua (RJ), em 17 de julho de 1936.

Ainda menino, Jair Marinho mudou para Niterói (RJ). Mais tarde, jogando como lateral e zagueiro, o rapazola foi ganhando fama no futebol amador da região.

Bem recomendado ao Fluminense em 1954, o gordinho Jair Marinho passou bem pelo juvenil e pelos Aspirantes, até ser aproveitado no elenco principal em 1956, o que representou a assinatura de seu primeiro contrato profissional com 1.200 cruzeiros mensais.

Com Píndaro absoluto na lateral-direita, seu futebol foi aproveitado inicialmente pela meia-cancha. A primeira alegria foi o título do Torneio Rio-São Paulo de 1957, competição que o time das Laranjeiras conquistou de forma invicta!

Efetivado como titular na lateral-direita pelo técnico Zezé Moreira em 1958, Jair Marinho era um “mordedor contumaz” dos tornozelos adversários.

Fla-Flu no Maracanã. Jair Marinho acompanha o esforço do goleiro Castilho, enquanto o atacante Henrique espera pelo rebote! Crédito: revista do Esporte.

Investida do Flamengo pela alto! Partindo da esquerda; Castilho, Dida e Jair Marinho. Crédito: revista Manchete Esportiva número 180 – 2 de maio de 1959.

E o reconhecimento como um marcador obstinado não passava despercebido! Em 1962, o meio-campista Lorico do Vasco da Gama declarou que Jair Marinho era um tanto desleal nas divididas.

Talvez por esse motivo, o curioso apelido de “Jacaré” ganhou força entre seus companheiros.

Em entrevista concedida para a revista do Esporte em 1 de dezembro de 1962, Jair Marinho rebateu a declaração do jogador do Vasco ao afirmar que nunca machucou nenhum companheiro de profissão!

Campeão carioca de 1959 e novamente campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1960, Jair Marinho recebeu suas primeiras oportunidades na Seleção Brasileira em 1961.

Vivendo um grande momento, Jair Marinho foi convocado para a Copa do Mundo de 1962, como suplente de Djalma Santos, embora não tenha participado de nenhum compromisso na campanha do bicampeonato canarinho no Chile.

Um abraço pela vitória! Jair Marinho e o atacante Maurinho. Crédito: revista Manchete Esportiva número 66 – 11 de junho de 1960.

Jogando pelo escrete, Jair Marinho conquistou também a Taça Oswaldo Cruz e a Taça Bernardo O’Higgins. Ao todo foram 5 partidas; com 4 vitórias, 1 derrota e nenhum gol marcado. Os números fazem parte do Livro “Seleção Brasileira 90 anos”, dos autores Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.

Tudo corria bem até 1963, quando Jair Marinho sofreu uma fratura na perna e ficou afastado dos gramados por um tempo considerável.

Com o crescimento do jovem Carlos Alberto Torres, Jair Marinho continuou nas Laranjeiras até o início da temporada de 1964, momento em que apareceu uma boa proposta da Associação Portuguesa de Desportos (SP).

Então, com muito dinheiro na conta bancária e motivado para essa nova etapa de sua carreira, Jair Marinho tomou o rumo da capital paulista! Para ficar mais perto do clube, o jogador alugou um apartamento na Avenida Guilherme.

Pelo Fluminense foram 284 partidas disputadas; com 176 vitórias, 55 empates, 53 derrotas e 2 gols marcados.

Jair Marinho ao lado da noiva Ligia Caldas Coutinho. Crédito: revista do Esporte número 63 – 21 de maio de 1960.

Em entrevista na revista do Esporte, Jair Marinho rebateu a declaração de Lorico, ao afirmar que nunca machucou nenhum companheiro de profissão! Foto de Waldemir Paiva. Crédito: revista do Esporte número 195 – 1 de dezembro de 1962.

Nas fileiras da Portuguesa de Desportos, Jair Marinho permaneceu por uma única temporada. Acusado de faltar aos treinamentos para resolver problemas particulares em Niterói (RJ), Jair Marinho foi afastado do elenco.

Depois de algumas “quedas de braço” com os dirigentes da Portuguesa, seus direitos foram negociados com o Sport Club Corinthians Paulista em agosto de 1965.

Jair Marinho foi recebido no Parque São Jorge com muito prestígio. No entanto, o lateral-direito carioca já apresentava enormes dificuldades para controlar seu peso!

Ainda assim, sua passagem pelo Corinthians foi muito boa. Em 16 de novembro de 1965, Jair Marinho participou do amistoso entre Arsenal e Seleção Brasileira, que foi representada pelo Corinthians. O quadro inglês venceu por 2×0.

Seu único título no Parque São Jorge foi o Torneio Rio-São Paulo de 1966, uma conquista dividida entre Botafogo, Corinthians, Santos e Vasco da Gama.

Dedicação e regularidade com a camisa do Fluminense! Crédito: revista A Gazeta Esportiva Ilustrada.

Jair Marinho e Nilton Santos, orgulho em servir o escrete! Crédito: revista A Gazeta Esportiva Ilustrada número 206.

Mesmo feliz em São Paulo, uma fatalidade sinalizou o fim de sua passagem pelo Corinthians. Conforme reportagem publicada na revista do Esporte número 446, de 30 de agosto de 1967, Jair Marinho sofreu um terrível acidente na Rodovia Fernão Dias, próximo da cidade de Atibaia (SP).

Dirigindo em alta velocidade, o jogador perdeu completamente o controle de seu automóvel Impala e capotou várias vezes antes de cair em uma ribanceira.

O resultado foi trágico! Célia Ramos da Silva teve morte instantânea; enquanto Zenaida Maria da Silva foi removida juntamente com Jair Marinho e seu sobrinho para o Pronto Socorro da Santa Casa local.

Ao saber da notícia, o presidente Wadih Helu providenciou a pronta transferência dos feridos para o Hospital São José do Brás, na capital paulista.

Castigado por inúmeras suturas na cabeça e na região do pescoço, Jair Marinho não apresentou nenhuma fratura, apesar de muitos dentes perdidos!

Marcador obstinado! Jair Marinho chegou com méritos ao escrete canarinho. Crédito: revista do Esporte número 246 – Novembro de 1963.

Sem ambiente no clube! Acusado de faltar aos treinamentos para resolver problemas particulares em Niterói, Jair Marinho foi afastado do elenco da Portuguesa. Crédito: revista do Esporte número 318 – 10 de abril de 1965.

Recuperado do acidente, Jair Marinho não estava em paz! Vivia preocupado com os negócios no Rio de Janeiro. Dono de vários imóveis alugados em Niterói, o jogador não tinha ninguém para administrar seu patrimônio.

Percebendo o problema, o treinador Zezé Moreira conversou com os diretores do alvinegro paulista para facilitar o empréstimo do jogador ao Club de Regatas Vasco da Gama (RJ) em 1967.

Pelo Corinthians, Jair Marinho disputou 96 partidas entre 1965 e 1967. Foram 59 vitórias, 19 empates, 18 derrotas e apenas 1 gol marcado. Os números foram publicados pelo Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte.

Todavia, a permanência em São Januário foi curta! Jair Marinho só voltou ao Rio de Janeiro em 1970 para jogar no Campo Grande Atlético Clube (RJ), sua última equipe. (*) Algumas fontes apontam também uma rápida passagem pelo futebol peruano em 1968, no Club Alianza Lima.

No dia 20 de  fevereiro de 2020, o ex-jogador foi internado em estado grave no Hospital de Clínicas Alameda, em Niterói (RJ), após sofrer um Acidente Vascular Cerebral. Jair Marinho de Oliveira faleceu no dia 7 de março de 2020.

No perfil de Jair Marinho, os leitores conheceram um pouco da vida privada do jogador. Católico praticante, seu prazer era curtir a praia e o cinema. Homem sem vícios, a facilidade de ganhar peso era uma preocupação constante! Crédito: revista do Esporte número 324 – 22 de maio de 1965.

Tragédia na estrada! O automóvel Impala de Jair Marinho ficou totalmente destruído na Rodovia Fernão Dias. Crédito: revista do Esporte número 446 – 30 de agosto de 1967.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Corinthians, revista do Esporte (por Waldemir Paiva), revista do Fluminense, revista Esporte Ilustrado, revista Manchete, revista Manchete Esportiva, revista O Cruzeiro, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, campeoesdofutebol.com.br, fluminense.com.br, site do Milton Neves, vasco.com.br, Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, Livro: Seleção Brasileira 90 anos – Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, albumefigurinhas.no.comunidades.net.