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bairro industrial de Vianelo em Jundiaí, Copa Intercontinental 1962 e 1963, Dalmo Gaspar, Paulista Futebol Clube
Categórico lateral-esquerdo do mágico time do Santos, Dalmo Gaspar nasceu no município de Jundiaí (SP), em 19 de outubro de 1932.
E foi na conhecida “Terra da Uva”, no bairro industrial de Vianelo, que o rapazola Dalmo Gaspar deu os primeiros piques nos campos de várzea defendendo uma agremiação conhecida como Vasquinho.
A fama chegou rapidamente e o promissor Dalmo Gaspar iniciou sua caminhada nos quadros amadores do São Paulo de Jundiaí, equipe onde conquistou o título juvenil da Liga Jundiaiense de Futebol.
No início da década de 1950, Dalmo foi encaminhado ao Paulista Futebol Clube de Jundiaí. Depois de boas temporadas como lateral-esquerdo do Paulista, o Guarani de Campinas manifestou o interesse de contar com sua determinação!
Pelo “Bugre” campineiro, o dedicado Dalmo Gaspar também foi aproveitado em alguns compromissos como zagueiro e cabeça de área.
Dalmo Gaspar permaneceu nas fileiras do Guarani de Campinas até o mês de outubro de 1957, quando firmou compromisso com o Santos Futebol Clube.
Sua primeira partida pelo Santos aconteceu no dia 26 de outubro, na vitória por 4×3 frente ao Palmeiras no Estádio do Pacaembu, um compromisso válido pelo campeonato paulista.
Campeão paulista de 1958 e campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1959, Dalmo Gaspar foi reconhecidamente um dos grandes cobradores de penalidades de seu tempo!
Nos treinamentos com os goleiros Gylmar e Laércio, Dalmo Gaspar adotou uma “paradinha” pouco antes de tocar da bola nas cobranças de pênalti, um recurso eficaz que usava desde os tempos do São Paulo de Jundiaí.
Pelé adorou a tal da “paradinha” e resolveu praticar a fórmula eficiente e segura de Dalmo Gaspar. Assim, o “Rei do futebol” transformou o recurso em uma jogada mundialmente conhecida, até ser proibida pelos mandatários da FIFA.
Além dos títulos importantes conquistados na década de 1950, Dalmo Gaspar foi aumentando consideravelmente sua coleção de conquistas pelos time praiano:
– Taça Brasil de 1961, 1962 e 1963, campeonato paulista de 1960, 1961, 1962 e 1964, Libertadores da América 1962 e 1963, Intercontinental de Clubes 1962 e 1963, além de vários torneios nacionais e internacionais.
A competição do Mundial de Clubes, que naquele período foi denominada como “Copa Intercontinental de Clubes”, foi decidida em três partidas emocionantes!
O primeiro confronto foi disputado no imponente Estádio San Siro no dia 16 de outubro de 1963, com o Milan vencendo o cansado Santos pelo placar de 4×2.
A segunda partida foi realizada no dia 14 de novembro de 1963 no Estádio do Maracanã, quando o Santos conseguiu uma grande virada (perdia por 2×0) e também venceu pelo mesmo placar de 4×2.
Apresentando números iguais nos dois jogos, os organizadores optaram por agendar um terceiro e decisivo encontro dois dias depois, no mesmo palco do Maracanã, já que o calendário dos clubes estava totalmente comprometido.
Com Calvet, Pelé e Zito ausentes da esperada decisão, Dalmo Gaspar marcou de pênalti o gol histórico na vitória por 1×0:
16 de novembro de 1963 – Santos 1×0 Milan (ITA) – Copa Intercontinental de Clubes – Partida Extra – Estádio do Maracanã – Árbitro: Juan Regis Brozzi (Argentina) – Expulsões: Maldini (M) e Ismael (S) – Gol: Dalmo Gaspar aos 31′ do primeiro tempo.
Santos: Gylmar; Ismael, Mauro, Haroldo e Dalmo Gaspar; Lima, Mengálvio e Dorval; Coutinho, Almir Albuquerque e Pepe. Técnico: Lula. Milan: Balzarini (Barluzzi); Benítez, Trebbi, Pelagalli e Maldini; Trapattoni, Lodetti e Fortunato; Mora, Altafini e Amarildo. Técnico: Giuseppe Viani.
Esse equilíbrio entre Santos e Milan oferece uma dimensão exata da importância do gol marcado por Dalmo Gaspar. O que deve ter passado em sua cabeça antes de bater o pênalti mais importante da história do clube?
Dalmo Gaspar também era um polivalente, um verdadeiro “multifuncional” com grande facilidade para jogar em outras posições. Nas finais da Taça Libertadores de 1963, seu futebol foi aproveitado como lateral-direito.
Pelo Santos foram 369 compromissos disputados e 4 gols marcados. Sua última participação com a camisa do “Peixe” aconteceu em 9 de agosto de 1964, na vitória por 2×1 frente ao Juventus na Rua Javari.
Assim, o experiente Dalmo Gaspar voltou novamente para Campinas e acertou suas bases para defender o mesmo Guarani. Jogou ainda pelo Paulista de Jundiaí, equipe onde encerrou a carreira como jogador profissional em 1967.
Contudo, Dalmo Gaspar continuou no mundo da bola como treinador. Orientou o Anapolina (GO), Catanduvense (SP), Santo André (SP) e o Taubaté (SP).
Trabalhou depois como comentarista esportivo e funcionário público até a sua aposentadoria. Dalmo Gaspar faleceu na cidade de Jundiaí em 2 de fevereiro de 2015. O ex-jogador sofria com o Mal de Alzheimer e estava internado.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Mário Sérgio Della Rina), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada (por Eduardo Enfeldt), revista Bola Alvinegra, revista do Esporte (por Jurandir Costa e Milton Salles), revista Futebol e Outros Esportes, revista Manchete, Jornal A Gazeta Esportiva, acervosantosfc.com (por Gabriel Santana), ASSOPHIS – Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos F.C, campeoesdofutebol.com.br, folha.uol.com.br, guaranifc.com.br, globoesporte.globo.com, novomilenio.inf.br, santosfc.com.br (por Guilherme Guarche e Odir Cunha), site do Milton Neves, albumefigurinhas.no.comunidades.net.
Pedro Luiz Boscato disse:
Dalmo Gaspar, um bom lateral, muito bom jogador, fez parte daquele esquadrão famoso do Santos que encantou o mundo com seu maravilhoso futebol.