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O ponteiro-esquerdo Jésum, que fez sucesso jogando pelo Bahia e pelo Grêmio, começou sua trajetória na segunda metade da década de 1960, em equipes amadoras de Nova Lima (MG).

Em 1969, incentivado por amigos, Jésum tentou a sorte nas fileiras do América Futebol Clube (MG), onde encantou o técnico Orlando Fantoni, mas lamentavelmente permaneceu por apenas 25 dias jogando no “Coelho”.

Alertado pelo experiente Jair Bala sobre o momento de instabilidade financeira do América, Jésum decidiu voltar para Nova Lima. Aprovado no Villa Nova Atlético Clube, seu talento foi utilizado inicialmente pela ponta-direita.

Os torcedores mais antigos do Villa Nova logo estabeleceram comparações entre Jésum e o talentoso Benedito Custódio Ferreira, mais conhecido como Escurinho, campeão mineiro de 1951 e que depois brilhou no Fluminense.

O forte quadro do Villa Nova em 1971. Em pé: Arésio, Zé Borges, Bráulio, Daniel, Cassetete e Mário Lourenço. Agachados: Jésum, Paulinho Cai-Cai, Eduardo Perrela, Piorra e Dias. Crédito: revista Placar.

O forte quadro do Villa Nova em 1971. Em pé: Arésio, Zé Borges, Bráulio, Daniel, Cassetete e Mário Lourenço. Agachados: Jésum, Paulinho Cai-Cai, Eduardo Perrela, Piorra e Dias. Crédito: revista Placar.

O São Paulo no Morumbi em 1973. Em pé: Gilberto, Pascoalim, Paranhos, Édson Cegonha, Roberto Dias e Forlan. Agachados: Jésum, Terto, Zé Carlos, Pedro Rocha e Piau. Crédito: revista Placar.

O São Paulo no Morumbi em 1973. Em pé: Gilberto, Pascoalim, Paranhos, Édson Cegonha, Roberto Dias e Forlan. Agachados: Jésum, Terto, Zé Carlos, Pedro Rocha e Piau. Crédito: revista Placar.

Jésum Gabriel, também conhecido pelos companheiros como “Pé de Pato”, nasceu em 25 de dezembro de 1953, na cidade de Nova Lima (MG).

Paralelamente ao futebol, Jésum sempre manteve o sonho de se tornar um renomado cirurgião plástico. Fã do “Rei” Roberto Carlos, nunca abriu mão de uma boa churrascada.

Depois de grandes apresentações no Villa Nova, participando inclusive do time que conquistou a série B do campeonato brasileiro em 1971, Jésum foi negociado, primeiramente por empréstimo, com o São Paulo Futebol Clube em 1972.

No Morumbi, Jésum não conseguiu se firmar como esperava. Morava longe do clube e diariamente dependia de duas conduções. Mesmo com o passe comprado em definitivo pelo São Paulo, sua condição praticamente “cativa” de suplente o desanimou.

Crédito: revista Placar – Série Grandes Perfis.

Crédito: revista Placar – Série Grandes Perfis.

Crédito: revista Placar – Série Grandes Perfis.

Crédito: revista Placar – Série Grandes Perfis.

Entre os anos de 1972 e 1975, Jésum disputou um total de 42 compromissos pelo São Paulo com 18 vitórias, 16 empates, 8 derrotas e 2 gols marcados.

Emprestado ao Cruzeiro Esporte Clube em 1975, Jésum também não foi muito feliz em sua primeira passagem pela “Toca da Raposa”.

Então, os dirigentes do São Paulo acertaram repassar Jésum, também por empréstimo, ao Esporte Clube Bahia em 1976.

No tricolor da “Boa Terra”, Jésum finalmente conseguiu mostrar o seu futebol. Que o diga o lateral direito do Vitória, Cláudio Deodato, que sofreu um bocado nos duelos com Jésum.

Foto de Antônio Andrade. Crédito: revista Placar – 27 de maio de 1977.

Jésum e Deodato: Duelos para ninguém botar defeito. Crédito: revista Placar.

Jésum e Deodato: Duelos para ninguém botar defeito. Crédito: revista Placar.

Sua habilidade era tanta que foi apelidado pelos torcedores como “Uri Jésum”, uma referência ao famoso paranormal dos programas de televisão Uri Geller, que realizava demonstrações de seus supostos poderes entortando metais.

Em depoimento publicado na revista Placar de 6 de outubro de 1978: Jésum reclamou da violência dos marcadores adversários:

– Vejam minhas pernas como estão, cheias de marcas. Estou com a mão quebrada e todo dolorido de apanhar. Os laterais já não procuram a bola e vem direto nas minhas canelas.

O Bahia então acertou os 20 mil cruzeiros referentes ao empréstimo e parcelou 6 prestações de 30 mil cruzeiros pelo passe de Jésum junto ao São Paulo.

Crédito: revista Placar - 11 de março de 1977.

Crédito: revista Placar – 11 de março de 1977.

Crédito: revista Placar – 11 de novembro de 1977.

Crédito: revista Placar – 11 de novembro de 1977.

Ganhador da “Bola de Prata” da revista Placar em 1978, Jésum foi campeão estadual pelo Bahia nas edições de 1976, 1977 e 1978.

Abaixo, os dados da partida final do estadual de 1978, o último título de Jésum pelo Bahia diante do valente Leônico:

17 de dezembro de 1978 – Campeonato baiano – Bahia 2×1 Leônico – Estádio da Fonte Nova – Renda: Cr$ 789.670,00 – Público pagante: 27.456 – Árbitro: Saul Mendes – Gols: Baiaco e Merica para o Bahia e Luisinho para o Leônico.

Bahia: Luis Antônio; Toninho, Zé Augusto, Sapatão e Batista; Baiaco e Fito (Valdo); Douglas (Merica), Washington Luis, Beijoca e Jésum. Leônico: Iberê; Bira (Wilson Portugal), Fernando Silva, Newton e Tinteiro; Nelson Cazumba e Paulo Roberto; Luis Ferreira, Luisinho, Evilásio (Jaldemir) e Chiquinho.

Crédito: albumefigurinhas.no.comunidades.net.

Crédito: albumefigurinhas.no.comunidades.net.

Crédito: revista Placar – 16 de março de 1979.

Crédito: revista Placar – 16 de março de 1979.

Pretendido pelo Flamengo e pelo Botafogo, seus direitos federativos foram considerados fora da realidade pelos clubes cariocas. Em 1979, os cartolas do Bahia acertaram a transferência de Jésum junto ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Campeão gaúcho de 1980, com a saída de Éder Aleixo para o Atlético Mineiro, tudo parecia propício para seu sucesso no “Olímpico”. Todavia, problemas de ordem familiar prejudicaram sua permanência no Grêmio.

Vendido ao Cruzeiro em 1981, Jésum ainda defendeu o Figueirense (SC) e o Vitória (BA). Algumas fontes registram ainda uma passagem de Jésum pelo Alagoinhas Atlético Clube.

Conforme publicado no site do Milton Neves, Jésum atualmente mora em Uberlândia (MG), onde tem uma escolinha de futebol.

Crédito: revista Placar -  27 de julho de 1979.

Crédito: revista Placar –  27 de julho de 1979.

Crédito: revista Placar - 15 de fevereiro de 1980.

Crédito: revista Placar – 15 de fevereiro de 1980.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Antônio Andrade Emanuel Mattos, Genevaldo Mattos, Divino Fonseca e Fernando Escariz), revista Manchete Esportiva, cacellain.com.br, campeoesdofutebol.com.br, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), albumefigurinhas.no.comunidades.net.