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Era apenas uma questão de tempo para saber quem compraria os direitos do zagueiro José Oscar Bernardi, o mineiro de Monte Sião que voltou do mundial da Argentina muito valorizado.

O certo é que os dirigentes da “Macaca” pareciam esgotados! Foram inúmeras reuniões na tentativa de renovar o contrato de Oscar. Bastava agora esperar pelo preço considerado justo para dizer adeus ao jogador.

Por outro lado, uma corrente de otimismo tomava conta do ambiente no Estádio Moisés Lucarelli. Afinal, o futebol vistoso de Juninho pedia passagem. Contando com apenas dezenove anos, o jovem zagueiro era considerado uma das maiores revelações do cenário paulista!

Conhecido no mundo da bola como “Juninho”, Alcides Fonseca Júnior nasceu no município de Olímpia (SP), em 29 de agosto de 1958.

Nas categorias amadoras da Associação Atlética Ponte Preta desde fevereiro de 1974, Juninho recebeu suas primeiras oportunidades no time principal em 1976, graças ao olhar clínico do técnico Armando Renganeschi.

Até no chão! Juninho colou em Sócrates, mas o Corinthians também tinha Palhinha para atormentar! Foto de Ronaldo Kotscho. Crédito: revista Placar – 15 de fevereiro de 1980.

Dedicação e persistência! Juninho trabalhou muito pela vaga de titular na Ponte Preta. Foto de Lemyr Martins. Crédito: revista Placar – 27 de fevereiro de 1981.

No entanto, Armando Renganeschi não imaginava que estava criando um grande dilema. Conforme publicado pela revista Placar em 14 de abril de 1978, Juninho entrou no time por uma contusão de Oscar.

Disputou oito compromissos seguidos e seu desempenho foi acima do esperado. Quando Oscar estava pronto para voltar, Renganeschi entendeu que não era justo encostar o talentoso rapazola de Olímpia.

Então Juninho foi escalado como quarto-zagueiro e seu rendimento não foi o mesmo! Estava claro que não era possível esperar pelo entrosamento perfeito!

Dessa forma, Oscar e Polozzi permaneceram intocáveis na linha de zaga do time campineiro, enquanto Juninho trabalhava muito para no futuro fazer valer o que todo mundo já sabia: Um dia o Juninho vai substituir Oscar!

Com a saída de Oscar em 1979 para o todo badalado New York Cosmos, Juninho finalmente herdou a camisa três da “Macaca”. Para completar o quadro, Polozzi também foi negociado com o Palmeiras.

Alegria na concentração do escrete canarinho! Partindo da esquerda; o brincalhão Juninho, o astro Sócrates, o cantor Fagner e o goleiro Paulo Sérgio. Crédito: revista Placar.

Com a saída de Oscar, Juninho reinou absoluto na zaga da “Macaca”. Foto de Ronaldo Kotscho. Crédito: revista Placar – 27 de fevereiro de 1981.

Ao lado do companheiro Nenê, Juninho viveu uma grande fase e logo seu nome ganhou espaço na imprensa esportiva. Vice-campeão paulista de 1979 e 1981, o zagueiro campineiro foi lembrado para servir o escrete canarinho.

E no esquadrão comandado por Telê Santana, Juninho encontrou pela frente um desafio bastante conhecido: O mesmo Oscar Bernardi, eficiente como sempre!

Brincalhão, Juninho era garantia certa de muita alegria no ambiente da Seleção Brasileira! Foi suplente de Oscar no mundial da Espanha e também valorizou seu passe, que desde 1980 era pretendido pelo Corinthians.

Nas páginas da revista Placar em sua edição de 10 de junho de 1983, Juninho revelou aos leitores que no mês de maio recebeu em sua casa o dirigente do Corinthians, Adílson Monteiro Alves.

Com tudo certo entre Juninho e o Corinthians, restava agora dobrar o presidente da Ponte Preta, Lauro Moraes, que não abria mão dos 120 milhões de cruzeiros, mais os 15% correspondentes aos direitos do jogador.

Oscar e Juninho em 1981, briga boa na Seleção Brasileira! Foto de Rodolpho Machado. Crédito: revista Placar – 27 de fevereiro de 1981.

Aposta perdida! A Ponte Preta de Juninho venceu o São Paulo por 2×1 no Morumbi, mas o zagueiro campineiro prometeu que Serginho passaria em branco. Foto de JB Scalco. Crédito: revista Placar – 4 de setembro de 1981.

Todavia, o montante final ficou estipulado em 110 milhões de cruzeiros. Assim, Juninho fez a tradicional sirene das “contratações” disparar no festivo Parque São Jorge.

Agora, o zagueiro estava mais perto de Sócrates, uma amizade cultivada ainda nos tempos do escrete. Feliz com a nova camisa, o título paulista de 1983 foi um prêmio merecido para quem sempre batalhou por um lugar ao sol.

Juninho permaneceu no Corinthians até 1986. De acordo com o Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte, o zagueiro disputou ao todo 152 compromissos pelo alvinegro do Parque São Jorge.

Na continuidade de sua carreira, Juninho passou também pelo Cruzeiro (MG), Athletico Paranaense (PR), Vasco da Gama (RJ), Juventus (SP), Nacional (SP), Olímpia (SP), São José (SP), XV Piracicaba (SP) e no futebol japonês.

Como treinador, Juninho Fonseca trabalhou em diversas equipes; entre elas o Sampaio Corrêa (MA), Treze (PB), Caxias (RS), Corinthians (SP), Botafogo (SP), Noroeste (SP) e Portuguesa de Desportos (SP).

No empate por 1×1 entre Corinthians e Marília, no Estádio do Canindé, o estreante Juninho foi muito bem! Foto de José Pinto. Crédito: revista Placar – 24 de junho de 1983.

“Podem até me chamar de Beque de Fazenda… O meu negócio é afastar o perigo da área”. Foto de Nico Esteves. Crédito: revista Placar – 25 de novembro de 1983.

Alguns registros apontam ainda passagens do técnico Juninho Fonseca também pelo Ivinhema (MS), Comercial (SP) e pelo Paraguaçuense (SP).

Conforme divulgado no site do Milton Neves por Rogério Micheletti, no ano de 2006 Juninho Fonseca assumiu o cargo de Secretário de Esportes na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP).

Voltou ao concorrido mundo da bola em 2008, para trabalhar como Gerente de Futebol na Associação Atlética Francana (SP). Uma permanência que não foi muito longa!

No mesmo ano, Juninho Fonseca deixou o cargo no popular alviverde de Franca para orientar os quadros amadores do São Bernardo Futebol Clube (SP).

Em entrevista para o Portal “Terceiro Tempo”, o sempre alegre e comunicativo Juninho Fonseca falou de sua ocupação como comentarista esportivo de Rádio na cidade de Ribeirão Preto (SP).

Travessuras no time da Rua Javari! Foto de Nélson Coelho. Crédito: revista Placar – 23 de março de 1987.

O Juventus de Juninho foi valente, mas o Corinthians de Éverton venceu por 2×1 no Pacaembu. Foto de Sérgio Berezovsky. Crédito: revista Placar – 13 de julho de 1987.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Amilton Vieira, Carlos Maranhão, JB Scalco, João Carlos Rodriguez, José Pinto, Lemyr Martins, Levi Mendes Júnior, Nélson Coelho, Nico Esteves, Rodolpho Machado, Ronaldo Kotscho, Sérgio Berezovsky e Sérgio Martins), revista Manchete Esportiva, Jornal A Gazeta Esportiva, campeoesdofutebol.com.br, gazetaesportiva.com, pontepreta.com.br, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, albumefigurinhas.no.comunidades.net.