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Barra do Piraí (RJ), campeonato brasileiro de seleções estaduais, Marco Antônio Garcia Alves, Taça Brasil de 1966
Jogar profissionalmente no time de coração é uma realização para poucos. É uma “montanha-russa” de emoções, um emaranhado de possibilidades, um choque de realidade! (Nelson Rodrigues).
Filho de Nélson Guimarães Alves e Maria Aparecida Alves, Marco Antônio Garcia Alves nasceu no dia 26 de dezembro de 1940, em Barra do Piraí (RJ). Devoto de São José e torcedor do América (RJ), Marco Antônio sempre alimentou o sonho de brilhar no mundo da bola.
Seu talento foi descoberto no findar de 1958, quando estudava em Valença (RJ). Foi um sócio do América chamado Walter, o principal responsável pelo encaminhamento do rapazinho aos quadros amadores do time da Rua Campos Salles.
Com planos em andamento para estudar Ciências Contábeis, Marco Antônio rapidamente entendeu que precisaria conciliar os estudos com o futebol, pois não demorou para encontrar lugar como centroavante entre os titulares do quadro juvenil do América.
Posteriormente, Marco Antônio foi utilizado no time de Aspirantes, para logo em seguida ser aproveitado no elenco principal pelo técnico Lourival Lorenzi durante o campeonato carioca de 1961.
Porém, o sonho de vencer na Rua Campos Salles virou pó em 1962, quando surgiu uma boa oportunidade de transferência para o América Futebol Clube (MG). Então começou o calvário do jovem atacante, acusado de medroso pelo presidente do clube carioca, o Sr. Wolney Braune.
Meses depois, um desabafo sincero e revelador de Marco Antônio foi publicado nas páginas da Revista do Esporte número 211, edição de 23 de março de 1963, um relato carregado de ressentimento:
– “O América (RJ) não foi justo comigo. Wolney Braune disse ao técnico do Yustrich (Dorival Knippel) que não perderia nada vendendo o meu passe. Mesmo assim, Yustrich acreditou em mim e o time mineiro depositou 400 mil Cruzeiros para contar com meu futebol”.
Essa nova empreitada no cenário de Minas Gerais fez muito bem ao atacante, especialmente pela conquista do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1962, um título decidido com duas vitórias dos mineiros frente aos cariocas em janeiro de 1963.
Valorizado pela grande conquista, no findar de 1963 Marco Antônio foi negociado com o Comercial Futebol Clube da cidade de Ribeirão Preto (SP). O valor da transação ficou na casa dos 11 milhões de Cruzeiros, sendo 2,7 milhões de luvas para o jogador com um salário mensal de 60 mil cruzeiros.
Envolto em muita expectativa, Marco Antônio foi apresentado no Comercial de Ribeirão Preto, na época comandado pelo técnico José Agnelli. O clima de euforia entre torcedores e imprensa local foi registrado na Revista A Gazeta Esportiva Ilustrada número 229.
Com grandes atuações em Ribeirão, Marco Antônio logo entrou na mira dos clubes de ponta do futebol paulista. O Tricolor foi mais rápido e investiu 40 milhões de Cruzeiros, com 10 milhões de luvas e 120 mil de salário por dois anos. (Fonte: Revista do Esporte número 290 – 26 de setembro de 1964).
Mas, um infortúnio atravessou sua rota no Morumbi. Durante um treino, uma dividida casual com Serafim provocou uma fratura na mandíbula de Marco Antônio, o que significou um bom tempo no Departamento Médico:
– “O Dias me fez um lançamento em profundidade e eu cheguei na bola acompanhado pela marcação de Serafim. Então dei um toque na bola para ganhar terreno, até ser atingido involuntariamente pelo cotovelo do mesmo Serafim”.
– “Fiquei com o queixo balançando e a dor foi terrível. Acordei no Hospital somente no dia seguinte. O laudo médico apontou uma recuperação de no mínimo três meses, o suficiente para acabar com meu sonho de ser lembrado para uma convocação no escrete”.
– “Eu tinha muita dificuldade para me alimentar e para falar, tudo em razão da aparelhagem colocada na minha boca. Durante muito tempo minha alimentação era apenas um prato de sopa”. (Fonte: Revista do Esporte número 328 – 19 de junho de 1965).
Pelo São Paulo, Marco Antônio disputou 46 compromissos; com 25 vitórias, 12 empates, 9 derrotas e 19 gols marcados. Os números foram divulgados pelo Almanaque do São Paulo, do autor Alexandre da Costa.
Segundo reportagem da Revista do Esporte número 349, Marco Antônio foi emprestado ao Cruzeiro Esporte Clube (MG) em 1965. Com 300 mil Cruzeiros de salário mensal, o vínculo inicial de quatro meses foi o bastante para voltar ao ambiente mineiro.
Campeão da Taça Brasil de 1966, Marco Antônio permaneceu no Cruzeiro até 1969. Depois defendeu o Uberlândia (MG) em 1970, Botafogo de Ribeirão Preto (SP) entre 1971 e 1972 e o Goiânia (GO) entre 1973 e 1975, sua última camisa como jogador profissional.
Marco Antônio continuou firme no mundo da bola como treinador das categorias amadoras do Cruzeiro. Trabalhou também como Corretor de Seguros e atualmente reside em Belo Horizonte (MG).
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Raul Quadros), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada (por Armando de Castro), revista do Esporte (por Adílson Povil, Otton Corrêa e Tarlis Batista), Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, campeoesdofutebol.com.br, cruzeiro.com.br, site do Milton Neves, Almanaque do São Paulo – Alexandre da Costa, albumefigurinhas.no.comunidades.net.