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Antônio Francisco Bueno Prado, Associação Atlética Matarazzo, Catanduva (SP), Clube Atlético Bragantino (SP), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada
Colaborou Pedro Luiz Boscato.
Ao longo de sua rica trajetória, o meia-atacante Prado realizou o sonho de vestir o manto canarinho e defender dois gigantes da capital paulista!
Filho de Sebastião Bueno do Prado e Letícia Ferraldo do Prado, Antônio Francisco Bueno do Prado nasceu no município de Catanduva (SP), em 13 de maio de 1940.
Prado começou no futebol varzeano. Na infância jogou pelo Santa Marina, uma agremiação que também representava a Sociedade Esportiva Palmeiras nos campeonatos da categoria infantil.
Na mocidade jogou por uma equipe chamada “Can-Can”, antes de chegar bem recomendado na Associação Atlética Matarazzo, clube mantido pelas Indústrias Matarazzo e que sempre manteve boas formações no cenário amador.
Conforme participação especial do colaborador Pedro Luiz Boscato, a Associação Atlética Matarazzo mandava seus compromissos na Vila Maria Zélia, que na época abrigava dois campos de futebol.
A Matarazzo usava o campo do S.T.I.F.T. (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem), reconhecidamente um dos melhores gramados da cidade de São Paulo.
Com treinos realizados no meio da semana, os jogadores eram em sua grande maioria funcionários do Grupo Matarazzo, devidamente dispensados do trabalho para treinar.
Enquanto o S.T.I.F.T. só contava com o campo de futebol, o Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia era dono de uma estrutura mais completa.
Além do campo de futebol, o Clube Atlético e Recreativo Maria Zélia oferecia quadras de Bocha e Malha, Salão de Baile, Salão de Festas, Quadra para Basquete, Vôlei e Futebol de Salão, além de um Parque Infantil e amplo Estacionamento.
Foi a terceira praça esportiva da cidade de São Paulo que contou com refletores para partidas noturnas. Lamentavelmente, o crescimento do mercado imobiliário e a falta de políticas públicas para o lazer tornaram raros os campos de várzea.
Deixando o Atlética Matarazzo, o promissor Prado tentou em vão ser aprovado no Nacional Atlético Clube da capital e depois no Esporte Clube Taubaté (SP), sendo recusado em ambos por seu porte físico franzino.
Mas o baixinho Prado nunca desistiu. No início de 1960 foi encaminhado ao Clube Atlético Bragantino (SP), onde também assinou seu primeiro compromisso como profissional.
No Bragantino, Prado era aproveitado como meia-direita, embora tenha também atuado como centroavante em algumas oportunidades.
Conforme publicado pela revista Tricolor em fevereiro de 1962, Prado chegou por empréstimo ao São Paulo Futebol Clube em 1961, mediante o valor de 300 mil cruzeiros e com o passe fixado em 7 milhões de cruzeiros.
No início da negociação, os dirigentes do Bragantino queriam 10 milhões de cruzeiros e não aceitavam emprestar o jogador. Depois de muita conversa, o São Paulo finalmente conseguiu firmar o acordo.
Durante o período do empréstimo, Prado foi muito bem e acabou contratado em definitivo pelos cartolas do tricolor paulista.
No Morumbi, o jovem de Catanduva formou boas linhas ofensivas ao lado de Baiano, Bazaninho, Benê, Cido, Faustino e tantos outros bons valores daquele período.
Com o rápido sucesso, seu nome esteve bem cotado para defender o Brasil na Copa do Mundo de 1962. No entanto, Prado não foi relacionado no grupo que embarcou para o Chile.
Em reportagem publicada na revista do Esporte, Prado lamentou o corte na Seleção Brasileira: “Ainda sou muito jovem e acredito que em 1966 poderei novamente brigar por uma posição”.
Em 1965, Prado fez parte do combinado paulista que representou o escrete diante da Hungria no Pacaembu. O amistoso terminou com vitória do quadro canarinhos pela contagem de 5×3.
Apesar da proveitosa passagem pelo São Paulo, Prado não conseguiu o tão esperado título paulista!
Os números apontam 242 partidas disputadas; com 129 vitórias, 57 empates, 56 derrotas e 122 gols marcados, o 12º maior artilheiro da história do clube. Os registros foram publicados pelo Almanaque do São Paulo, do autor Alexandre da Costa.
Sua principal conquista pelo São Paulo foi o Troféu Cidade de Florença, na invicta excursão aos gramados da Europa em junho de 1964.
Em 1967 o Corinthians topou investir 220 mil cruzeiros para contar com Prado e Osvaldo Cunha, na mesma transação que também levou o zagueiro alvinegro Eduardo Albuquerque para o Morumbi.
No Parque São Jorge, Prado não ficou por pouco tempo. Foram apenas 14 jogos e 2 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte.
Posteriormente defendeu ainda o Bangu Atlético Clube (RJ) e a Associação Atlética Portuguesa Santista (SP). Em seguida dedicou seu tempo ao comércio lotérico no bairro de Perdizes, Zona Oeste da capital paulista.
Em 2001 Prado foi assaltado quando fechava seu estabelecimento e, mesmo após entregar o dinheiro, foi atingido por três tiros no abdômen.
Felizmente, depois de ficar internado na UTI em estado grave, Prado sobreviveu e quando voltou ao trabalho instalou vidros blindados para sua maior segurança.
Antônio Francisco Bueno do Prado faleceu na cidade de São Paulo (SP), em 31 de agosto de 2017.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista Futebol e Outros Esportes, revista Manchete, revista Manchete Esportiva, revista Tricolor, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, campeoesdofutebol.com.br, gazeta esportiva.net, saopaulofc.net, site do Milton Neves, Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte, Almanaque do São Paulo – Alexandre da Costa.