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Futebol cadenciado, clássico e elegante, o quarto-zagueiro carioca Aldemar foi um “cavalheiro” da grande área. Era um diferenciado na arte de antecipar jogadas; um dos marcadores mais eficientes e elegantes de sua geração! 

Aldemar dos Santos nasceu no bairro de Engenho de Dentro, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 7 de novembro de 1932.

Conforme matéria especial publicada nas páginas do periódico O Globo Sportivo, sua caminhada esportiva foi iniciada nas categorias amadoras do Manufatora Futebol Clube, o popular alvirrubro de Niterói (RJ).

Incentivado por amigos e simpatizantes, em 1948 o promissor Aldemar foi bem recomendado para testes no Club de Regatas Vasco da Gama e foi muito bem!

Depois de boas participações no selecionado carioca de amadores em 1949, seu futebol foi aproveitado nos Aspirantes do Vasco da Gama até meados de 1951. Com qualidades comparadas ao estilo de Danilo Alvim, Aldemar recebeu suas primeiras oportunidades no time principal. 

Aldemar foi um dos marcadores mais eficientes e elegantes sua geração! Crédito: revista O Globo Sportivo número 685.

No Vasco, Aldemar participou do elenco que conquistou o certame carioca de 1952. Em junho de 1954, seu direitos foram negociados com o Santa Cruz Futebol Clube (PE), embora alguns registros apontem tal transferência em 1952.

Seu primeiro título pelo Santa Cruz aconteceu em 1956, na conquista do Torneio Bahia-Pernambuco. No ano seguinte, Aldemar foi determinante na conquista do campeonato pernambucano diante do Sport Recife.

Além dessa façanha histórica, Aldemar também era lembrado com destaque no selecionado pernambucano na disputa do Campeonato Brasileiro de Seleções.

16 de março de 1958 – Turno final do campeonato pernambucano – Sport Recife 2×3 Santa Cruz – Estádio da Ilha do Retiro – Árbitro: Esteban Marino – Gols: Rudimar, Aldemar (pênalti) e Mituca para o Santa Cruz; Carlos Alberto e Zé Maria para o Sport Recife.

Sport Club do Recife: Manga, Bria e Osmar; Zé Maria, Mirim e Pinheirense; Roque, Traçaia, Liminha, Carlos Alberto e Géo. Técnico: Dante Bianchi. Santa Cruz: Aníbal, Diogo e Sídnei; Zequinha, Aldemar e Edinho; Lanzoninho, Rudimar, Faustino, Mituca e Jorginho. Técnico: Alfredo Gonzalez.

Aldemar é fotografado em São Januário. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 749 – 14 de agosto de 1952.

O time do Santa Cruz que faturou o caneco pernambucano de 1957. Em pé: Sidnei, Diogo, Aníbal, Aldemar, Edinho e Zequinha. Agachados: Lanzoninho, Rudmar, Mituca, Faustino e Jorginho. Crédito: revista Placar.

Em abril de 1959, Aldemar foi apresentado na Sociedade Esportiva Palmeiras, um período especial em sua trajetória ao lado de grandes valores; como Valdir Joaquim de Moraes, Djalma Santos, Julinho Botelho e Zequinha.

Sua participação mais lembrada aconteceu na disputa do “Supercampeonato” paulista de 1959, diante do poderoso esquadrão do Santos.

Encarregado da difícil missão de marcar Pelé, Aldemar não deu espaços ao “Rei do Futebol” nos confrontos que decidiram o certame em favor do Palmeiras.

Os elogios de Pelé foram determinantes em seu posterior aproveitamento na Seleção Brasileira. Sua primeira partida aconteceu em 29 de maio de 1960, na boa vitória por 4×1 diante da Argentina pela Copa Roca.

Seu último compromisso na Seleção Brasileira aconteceu em 29 de junho do ano seguinte, com um triunfo por 3×2 sobre o Paraguai no Maracanã. Ao todo foram 4 participações com 3 vitórias e 1 derrota.

No início da temporada de 1959, Aldemar foi negociado com o Palmeiras. Crédito: revista do Esporte número 52 – 5 de março de 1960.

O esquadrão do Palmeiras campeão paulista de 1959. Em pé: Djalma Santos, Valdir Joaquim de Moraes, Carabina, Aldemar, Zequinha e Geraldo Scotto. Agachados: Julinho Botelho, Nardo, Américo Murolo, Chinesinho e Romeiro. Crédito: revista Manchete.

Também pela Seleção Brasileira, Aldemar foi lembrado no período de preparação para o mundial de 1962. No entanto, seu nome não foi relacionado no grupo de jogadores que embarcou para o Chile.

Sem saber ao certo os verdadeiros motivos de seu corte no escrete, Aldemar tomou conhecimento depois que o fato de ser considerado “introvertido” teria contribuído na decisão da comissão técnica.

Entristecido com tamanho absurdo, o jogador foi tragado pelo vício da bebida, o que o afetou consideravelmente na continuidade de sua carreira.

Ainda com a camisa do alviverde, Aldemar conquistou o título da Taça Brasil de 1960 e o campeonato paulista de 1963.

Pelo Palmeiras, Aldemar disputou 277 jogos; com 188 vitórias, 44 empates, 45 derrotas e 2 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Em primeiro plano, Aldemar (direita) aparece ao lado de Rildo (esquerda). Crédito revista do Esporte número 181 – Agosto de 1962.

Em treinamento do escrete canarinho, Aldemar aparece em destaque ao lado do massagista Mário Américo e de Mauro Ramos de Oliveira (direita). Crédito revista do Esporte número 181 – Agosto de 1962.

Aldemar também jogou pelo Guarani Futebol Clube (SP) e pelo América Futebol Clube (MG) em 1965. Encerrou a carreira profissional em 1966, sem conseguir repetir o mesmo rendimento em razão da dependência do álcool.

Ainda em 1966, Aldemar foi contratado pelo Santa Cruz para orientar o time. No entanto, não apareceu no clube em decorrência de uma Amnésia em franco desenvolvimento.

Ficou em Recife sozinho e sumido, até que um amigo o encontrou na rua e o levou para casa. Como providência foram feitos contatos telefônicos com os irmãos no Rio de Janeiro, que prontamente foram buscá-lo em Pernambuco.

Sem uma disciplina correta para tomar os medicamentos, seu estado de saúde foi piorando rapidamente!

Seu falecimento ocorreu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 21 de janeiro de 1977, um acontecimento envolto em divergências.

Elogios e reconhecimento até de Pelé! Crédito: revista do Esporte.

Aldemar faleceu jovem demais! Fotos de Rodolpho Machado. Crédito: revista Placar – 24 de outubro de 1980.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão, Lemyr Martins, Lenivaldo Aragão, Maurício Cardoso e Rodolpho Machado), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, revista do Palmeiras, revista Esporte Ilustrado (por José Santos, Leunam Leite, Luís Mendes e Vasco Rocha), revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete, revista Manchete Esportiva, revista O Globo Sportivo (por José Luíz Pinto), Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal Tribuna Esportiva, campeoesdofutebol.com.br, gazetaesportiva.net, palmeiras.com.br, vasco.com.br, site do Milton Neves, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.