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Adailton Ladeira nasceu no dia 23 de agosto de 1941, na cidade de São Paulo (SP). Criado no ambiente do “mundo da bola”, o pai, Olívio Ladeira, bem como os tios, Osvaldo Ladeira e Quelé (Arézio), também foram jogadores de futebol.

Meia-atacante de origem, o jovenzinho Ladeira iniciou sua caminhada esportiva aos quatorze anos de idade, nas categorias amadoras do Botafogo Futebol Clube da cidade de Ribeirão Preto (SP).

Em seguida perambulou por vários clubes, onde ganhou tarimba suficiente para posteriormente ser aproveitado em agremiações de maior visibilidade no palco paulista.

Passou pelo futebol de Jaboticabal, mesmo período em que tentou seguir em frente nas categorias amadoras da Sociedade Esportiva Palmeiras (SP). Depois jogou na Associação Atlética Internacional, da cidade de Limeira (SP).

Mas foi defendendo o Esporte Clube XV de Novembro da cidade de Piracicaba (SP), que o nome de Ladeira entrou definitivamente na mira dos grandes clubes da capital, especialmente o São Paulo Futebol Clube.

Ladeira e Valter, grandes valores do XV de Piracicaba. Crédito: revista do Esporte número 248 – 7 de dezembro de 1963.
O pai, Olívio Ladeira, bem como seus tios, Osvaldo Ladeira e Quelé (Arézio), também foram jogadores de futebol. Crédito: revista do Esporte número 407.

Conforme reportagem da Revista do Esporte número 407, os diretores do XV de Piracicaba receberam inicialmente uma proposta do Bangu (RJ), mas acabaram liberando o promissor Ladeira ao São Paulo por empréstimo, pelo prazo de três meses.

Foi uma passagem bem enxuta pelo Morumbi, com participação no Torneio Rio-São Paulo de 1965. De acordo com os registros publicados no Almanaque do São Paulo, do autor Alexandre da Costa, Ladeira realizou apenas três partidas com dois gols marcados.

Sem muitas oportunidades para ser efetivado como titular no São Paulo, Ladeira voltou ao interior paulista, quando seus direitos foram transferidos de forma definitiva pelo XV de Piracicaba ao América da cidade de São José do Rio Preto (SP).

No findar de 1966, os dirigentes do Bangu Atlético Clube (RJ) finalmente conseguiram êxito para contar com o talento de Ladeira, que chegou em Moça Bonita pronto para disputar o segundo turno do campeonato carioca.

Cerimônias de lado, Ladeira foi rapidamente utilizado na formação titular. Calmo e confiante, o treinador argentino Alfredo Gonzáles afirmava possuir em mãos o melhor elenco do Rio de Janeiro.

Uma linha de ataque inesquecível. Partindo da esquerda; Paulo Borges, Cabralzinho, Ladeira, Ocimar e Aladim. Crédito: revista do Esporte.
Ladeira sai de maca. Mais uma baixa na batalha campal entre Bangu e Flamengo em 1966. Crédito: revista Manchete número 767 – 31 de dezembro de 1966.

E no confronto decisivo realizado no dia 18 de dezembro de 1966, o Bangu venceu o Flamengo por 3×0 e ficou com o título carioca, um duelo que não terminou e ficou marcado pela confusão generalizada que tomou conta do gramado do Maracanã!

O árbitro Airton Vieira de Moraes precisou expulsar de campo cinco jogadores do Flamengo: Almir, Itamar, Paulo Henrique, Silva e Valdomiro: Pelo lado do Bangu foram expulsos quatro jogadores: Ari Clemente, Ladeira, Luís Alberto e Ubirajara.

Como consequência da agressão causada pelo descontrolado Almir Albuquerque, Ladeira deixou o gramado de maca e precisou ser internado em um Hospital no centro do Rio. Na manhã seguinte foi visitado pelo mesmo Almir, que arrependido pediu desculpas ao jogador do Bangu.

Recuperado, Ladeira entrou em 1967 com esperanças de ser atendido em suas exigências contratuais para continuar no Bangu. Afinal, o clube voltava ao rol dos campeões cariocas em grande estilo!

Sem acordo financeiro com o presidente Euzébio Gonçalves de Andrade e Silva, Ladeira deixou o time de Moça Bonita, uma decisão amparada pelo forte interesse dos dirigentes do Clube Náutico Capibaribe (PE).

No festivo vestiário do Bangu em 1966, Fidélis abraça Ladeira, que está enrolado na bandeira do clube! Crédito: revista do Esporte número 409.
Histórico Cartão-Postal do Bangu, campeão carioca de 1966. Partindo da esquerda, em pé; Mário Tito, Ubirajara, Luís Alberto, Ari Clemente, Fidélis e Jaime. Agachados: Massagista Pastinha, Paulo Borges, Cabralzinho, Ladeira, Ocimar e Aladim. Crédito: Ícaro Post Club Ltda.

Vivendo uma grande fase, Ladeira foi apresentado no Náutico Capibaribe comandado pelo técnico Duque. Foi vice-campeão da Taça Brasil de 1967 e conquistou o título pernambucano nas edições de 1967 e 1968.

De volta ao cenário paulista, Ladeira defendeu o Guarani Futebol Clube de Campinas no período entre 1969 e 1970, sua última equipe como jogador profissional. Mas, seu destino continuaria ligado ao quadro campineiro por um bom tempo!

Formado em Educação Física pela PUC de Campinas, Ladeira iniciou sua caminhada como treinador nas categorias de base do mesmo Guarani. Paralelamente foi ganhando experiência como auxiliar do lendário Zé Duarte. 

Dedicado e detalhista, Ladeira é até hoje reconhecido como um grande descobridor de talentos. Trabalhou em inúmeras equipes principalmente no futebol paulista, quase sempre com foco nas categorias amadoras:

– Capivariano (SP), Corinthians (SP), Desportivo Brasil (SP), Francana (SP), Guaratinguetá (SP), Independente (SP), Internacional de Limeira (SP), Lemense (SP), Mauaense (SP), Osan de Indaiatuba (SP), Palmeiras (SP), Palmeirinha de Porto Ferreira (SP), Paulista (SP), Pirassununguense (SP) Primavera (SP), Ponte Preta (SP), Rio Branco (SP), São Bernardo (SP), São Francisco (PA), União Barbarense (SP), União São João (SP) e XV de Jaú (SP).

Juventude é o segredo do sucesso no Guarani. Partindo da esquerda; o central Joãozinho, Zé Duarte, o goleiro João Marcos, Ladeira e Volnei. Foto de Manoel Motta. Crédito: revista Placar número 192 – 16 de novembro de 1973.
Olho clínico para descobrir talentos, Ladeira encontrou o atacante Volnei na cidade de Limeira (SP). Foto de Manoel Motta. Crédito: revista Placar número 192 – 16 de novembro de 1973.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Albino Castro Filho, Ignácio Ferreira, Lenivaldo Aragão, Manoel Motta, Michel Laurence e Teixeira Heizer), revista do Esporte, revista Futebol e Outros Esportes, revista Manchete, Ícaro Post Club Ltda, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, campeoesdofutebol.com.br, memoriasdoesporte.com.br, site do Milton Neves (por Ednílson Valia).