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Bicampeão paulista 1980 e 1981, campeão Mineiro de 1976, Getúlio Costa de Oliveira, lateral direito Getúlio
Sempre lembrado pelo astral positivo e cordialidade, Getúlio Costa de Oliveira, também conhecido pelos companheiros como “Carão”, nasceu em Belo Horizonte (MG) no dia 26 de fevereiro de 1954.
Revelado nas categorias amadoras do Clube Atlético Mineiro, seu futebol foi utilizado em várias posições até ser deslocado para o corredor direito defensivo.
Entre os estudos e os encantos do futebol, Getúlio era mais um jovem batalhador que sonhava com dias melhores.
Campeão mineiro juvenil, Getúlio mudou de vida logo após dar baixa no serviço militar. O técnico Telê Santana solicitou sua presença no Hotel Brasil Palace, onde o time principal estava hospedado para o compromisso diante do Flamengo no Mineirão.
Getúlio demorou para cair na realidade. Então imaginou que era apenas para completar o elenco. Mas, para sua surpresa, Telê Santana o chamou num canto e avisou: “Fique pronto que você vai jogar“.
Assim, Getúlio fez sua primeira partida entre os profissionais no dia 29 de novembro de 1973, na vitória de virada por 2×1 sobre o Flamengo. Com grande desempenho, o jovem lateral praticamente carimbou o seu lugar como titular.
Em 1975 Getúlio deixou de ser apenas uma grande revelação. Suas atuações firmes pela lateral direita do Atlético o levaram ao combinado, praticamente mineiro, que representou o Brasil na Copa América.
Mesmo com uma boa campanha, o quadro canarinho ficou pelo caminho e o surpreendente Peru ficou com o título.
Se 1975 foi um ano bom, 1976 foi melhor ainda. Campeão mineiro e um dos destaques do time na campanha do campeonato brasileiro, Getúlio foi convocado pelo técnico Brandão para vestir novamente a camisa da Seleção Brasileira.
Participou do elenco canarinho na conquista do Torneio Bicentenário dos Estados Unidos, quando disputou um lugar com “Orlando Lelé”.
Em 1977, o técnico Rubens Minelli o indicou ao São Paulo Futebol Clube. Em sua primeira temporada no Morumbi, Getúlio foi campeão brasileiro justamente contra o Atlético.
Com muita força e habilidade para bater na bola, Getúlio era uma grande preocupação dos goleiros nas cobranças de falta e nos chutes de longa distância.
Bicampeão paulista em 1980 e 1981, o lateral foi convocado por Telê Santana no período de preparação do escrete para o mundial da Espanha.
No entanto, sua facilidade para ganhar peso foi um adversário mais difícil do que a própria concorrência com os laterais Edvaldo e Leandro.
A cada convocação, sua ansiedade o fazia engordar mais um pouco, ao ponto de preocupar bastante os membros da Comissão Técnica.
Com o peso subitamente adquirido vieram também a perda de velocidade, diminuição da resistência e falta de mobilidade. No entanto, Getúlio ainda não imaginava o tamanho da dificuldade para voltar ao normal.
A comidinha caseira parecia multiplicada em seu organismo. Era uma briga interna e interminável. Na cabeça, uma advertência reveladora do irmão mais novo, o Toninho, meio campista do juvenil do Atlético Mineiro:
– Vê se toma jeito, isso não é corpo de um atleta profissional!
Sem que ninguém mandasse, o consciente Getúlio aproveitava a folga nos treinamentos do Morumbi e levantava de madrugada. Vestia um grosso agasalho de algodão e fazia suas corridinhas pelo parque do Ibirapuera.
Mas, apesar do esforço, Getúlio não embarcou para os gramados da Espanha. Waldir Peres, Oscar, Renato e Serginho foram os representantes do São Paulo na Copa do Mundo de 1982.
Pela Seleção Brasileira, Getúlio esteve em campo em 21 partidas, com 19 vitórias, 1 empate, 1 derrota e 1 gol marcado. Os números fazem parte do Livro Seleção Brasileira 90 anos, dos autores Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.
Vice campeão paulista nas edições de 1982 e 1983, Getúlio amargou ainda uma fratura na tíbia, o que o afastou dos gramados por quatro meses.
O lateral direito continuou no São Paulo até 1984, quando seu passe foi negociado com o Fluminense Football Club (RJ).
Ao todo, foram 322 partidas disputadas com 173 vitórias, 81 empates, 68 derrotas e 34 gols marcados. Os dados foram publicados pelo Almanaque do São Paulo, do autor Alexandre da Costa.
Na suplência de Aldo, Getúlio participou do elenco do Fluminense que conquistou o campeonato carioca e o campeonato brasileiro de 1984.
Em razão de alguns desentendimentos com o técnico Carlos Alberto Torres, Getúlio permaneceu no time das Laranjeiras até 1985.
Em seguida passou pelo futebol dos Estados Unidos, onde encerrou a carreira em 1988, pelo Hollywood Kickers. De volta ao Brasil Getúlio trabalhou nas categorias de base do Atlético Mineiro.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão, Célio Apolinário, lugo Koyama, JB Scalco, João Carlos Rodriguez, Marco Aurélio Borba, Ronaldo Kotscho e Sérgio A. Carvalho), revista Manchete Esportiva, revista Tricolor, Jornal A Gazeta Esportiva, campeoesdofutebol.com.br, ftt-futeboldetodosostempos.com (por Maurício Sabará), gazetaesportiva.net, mg.superesportes.com.br, saopaulofc.net, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti e Raphael Cavaco), Almanaque do São Paulo – Alexandre da Costa, Livro: Seleção Brasileira 90 anos – Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, albumefigurinhas.no.comunidades.net.