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Apelidado como “Geninho”, Ephigênio de Freitas Bahiense nasceu em Belo Horizonte (MG) no dia 10 de setembro de 1918.  

Começou sua trajetória no findar da década de 1930, como meia-direita no antigo Palestra Itália, hoje Cruzeiro Esporte Clube (MG).

Antes de sua transferência em setembro de 1940 para o Botafogo de Futebol e Regatas (RJ), Geninho fez parte do elenco que conquistou o campeonato mineiro da temporada.

Sua primeira participação nas fileiras da “Estrela Solitária” ocorreu no dia 8 de setembro de 1940, no empate contra o Fluminense pelo placar de 2×2 em General Severiano.

Ephigênio também era conhecido como “Arquiteto”, um autêntico meia-armador que colocava a bola no chão e projetava jogadas de ataque.

Quando o Botafogo ainda não tinha a “Estrela Solitária” na camisa. Crédito: reprodução revista O Globo Sportivo.

Geninho, Heleno de Freitas e Gonzalez. Crédito: reprodução revista Esporte Ilustrado número 235.

Vinculado aos quadros da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Geninho era um homem afável e elegante, que gozava de grande prestígio junto aos companheiros de clube.

Em setembro de 1944, Geninho se alistou para servir na Força Expedicionária Brasileira na segunda guerra mundial.

Além de Geninho, outros atletas do Botafogo foram convocados: Walter (do elenco de profissionais), Dunga e Mato Grosso (atletas amadores).

Geninho e outros “pracinhas” retornaram ao Brasil em agosto de 1945. Sua volta ao time só aconteceu em outubro do mesmo ano, no empate em 2×2 contra o Vasco da Gama.

Brincalhão e sempre de bom humor, o espirituoso Geninho também era tratado como “Capita”, uma referência por sua influência e liderança positiva. O respeito com Geninho partia até de Heleno de Freitas, famoso por seu temperamento sempre explosivo.

Geninho, o soldado que acena no retorno dos “pracinhas” ao Brasil. Crédito: globoesporte.globo.com.

O Botafogo campeão carioca de 1948. Em pé: Juvenal, Gerson, Oswaldo Baliza, Nilton Santos, Ávila e Rubinho. Agachados: Paraguaio, Geninho, Pirillo, Octávio e Braguinha. Crédito: revista Placar – 50 times do Botafogo.

Malandro no melhor sentido da palavra, Geninho era o principal orientador do time. Jogava com um sorriso malicioso no rosto e percebia tudo o que se passava nas quatro linhas.

Campeão do Torneio Início de 1947, Geninho participou do elenco campeão carioca de 1948, conquista que não acontecia desde o distante ano de 1935.

A campanha foi iniciada com uma goleada sofrida por 4×0 diante do São Cristóvão:

11 de julho de 1948 – Campeonato carioca primeiro turno – Botafogo 0x4 São Cristóvão – Estádio de General Severiano – Árbitro: Alberto da Gama Malcher – Gols: Mical, Magalhães, Wilton e Souza.

Botafogo: Oswaldo Baliza, Gerson dos Santos e Sarno; Marinho, Nilton Santos e Juvenal; Paraguaio, Geninho, Zezinho, Octávio e Braguinha. São Cristóvão: Joel, Mundinho e Lino; Richard, Geraldo e Souza; Wilton, Paulino, Mical, Jarbas e Magalhães.

Geninho no gramado de General Severiano. Crédito: revista Esporte Ilustrado.

Geninho, Sylvio Pirillo e Octávio no gramado do Maracanã. Crédito: revista Esporte Ilustrado número 716 – 27 de dezembro de 1951.

Depois dessa inesperada derrota, o Botafogo se arrumou e chegou com méritos na última rodada para decidir o campeonato contra o forte Vasco da Gama; de Ademir, Barbosa, Chico, Danilo, Eli e Ipojucan.

Antes da derradeira partida, a imprensa não colocava muita fé nos rapazes do Botafogo. Mas, o time comandado por Zezé Moreira venceu o Vasco por 3×1 e ficou com o caneco.

Abaixo, os registros do confronto final diante do “Expresso da Vitória”, que trouxe o título carioca de volta para General Severiano:

12 de dezembro de 1948 – Campeonato carioca segundo turno – Botafogo 3×1 Vasco da Gama – Estádio General Severiano – Árbitro: Mário Vianna – Gols: Paraguaio, Braguinha e Octávio para o Botafogo e Ávila (contra) para o Vasco da Gama.

Botafogo: Oswaldo Baliza, Gerson dos Santos e Nilton Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Geninho, Pirillo, Octávio e Braguinha. Técnico: Zezé Moreira. Vasco da Gama: Barbosa, Augusto e Wilson; Eli, Danilo e Jorge; Friaça, Ademir Menezes, Dimas, Ipojucan e Chico. Técnico: Flávio Costa.

Dedicação ao Botafogo e exemplo aos companheiros. Crédito: revista O Cruzeiro – Encarte ídolos do futebol brasileiro.

Geninho começou sua trajetória de treinador em 1955, no mesmo Botafogo. Crédito: revista Grandes Clubes Brasileiros.

Foram 14 anos de pura dedicação ao Botafogo. Geninho participou de 422 partidas com 115 gols marcados entre 1940 e 1954.

Ao deixar os gramados, Geninho iniciou sua trajetória como treinador em 1955, no mesmo Botafogo. Além das categorias amadoras, Geninho também comandou o elenco principal, inclusive na conquista do Torneio Rio-São Paulo de 1964.

Seu grande momento como técnico aconteceu na disputa da Taça Brasil de 1959, quando levou o Esporte Clube Bahia ao título histórico diante do poderoso esquadrão do Santos.

Geninho também trabalhou no Cruzeiro (MG) e no Palmeiras (SP) na década de 1960.

Ephigênio de Freitas Bahiense faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 21 de junho de 1980, exatamente 1 ano e meio depois da matéria comemorativa da revista Placar pelos 20 anos da conquista do Bahia.

Diferente da costumeira tranquilidade dos tempos de jogador, Geninho era um treinador bastante agitado. Foto de Antônio Andrade. Crédito: revista Placar – 16 de fevereiro de 1979.

Reportagem especial com os campeões da Taça Brasil de 1959. O técnico Geninho aparece em destaque. Foto de Antônio Andrade. Crédito: revista Placar – 16 de fevereiro de 1979.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Antônio Andrade e Fernando Escariz), revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete Esportiva, revista O Cruzeiro, revista O Globo Sportivo, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal dos Sports, Jornal O Globo, botafogo.com.br, campeoesdofutebol.com.br, globoesporte.globo.com, museudosesportes.blogspot.com.br.