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bairro do Mandaqui, Hermínio Francisco de Oliveira Filho, Minuca do Palmeiras, Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967
Sem ter como justificar o afastamento de um jogador, alguns dirigentes e treinadores preferem adotar o silêncio como uma prática segura.
E Minuca passou exatamente por isso no Palmeiras. Perdeu espaço rapidamente e nem para o banco de reservas era lembrado.
Hermínio Francisco de Oliveira Filho, o zagueiro Minuca, nasceu em Recife (PE), no dia 18 de julho de 1944.
Começou a carreira jogando pelo Santa Cruz em 1962. Mas sua permanência no time do Arruda foi curta. Conforme publicado pela revista do Esporte, Minuca não entrou em acordo financeiro e deixou o clube.
Com o passe fixado em 5 milhões de cruzeiros antigos, um empresário chamado Barbosa o levou para o América do Rio de Janeiro. Fora de forma, Minuca não causou boa impressão no clube carioca.
Foi então que o cunhado Zequinha, jogador do Palmeiras, o levou para morar em São Paulo. Assim, Minuca poderia treinar no Parque Antártica para manter a forma enquanto esperava algum time para jogar.
Depois de dois treinos, Minuca foi surpreendido com uma proposta do Palmeiras. De acordo com o site palmeiras.com.br, Minuca fez sua primeira partida no amistoso realizado em 30 de maio de 1965, contra o Atlético Vila Alpina, com vitória esmeraldina por 5×2.
Minuca continuou absoluto até ser afastado por Rubens Minelli, que preferia compor o miolo de zaga com Nélson Coruja e Baldochi. Nem para o banco de reservas Minuca era relacionado.
O próprio Minelli justificou o afastamento de Minuca em reportagem para a revista Placar em novembro de 1975:
– Um técnico não deve admitir interferências. Caso contrário vou embora como fui do Palmeiras em 1971… Um dirigente queria que eu escalasse o Minuca de qualquer maneira. Então decidi largar tudo!
Quando Rubens Minelli deixou o clube e Mário Travaglini assumiu o comando, Minuca voltou ao time e foi titular no confronto que decidiu o campeonato paulista de 1971.
Abaixo, os dados do “Choque Rei” que decidiu o campeonato paulista e ficou marcado pelo erro do árbitro Armando Marques, ao anular um gol legítimo do atacante Leivinha:
Domingo 27 de junho de 1971 – Campeonato paulista – Palmeiras 0x1 São Paulo – Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi) – Árbitro: Armando Marques – Gol: Toninho Guerreiro aos 5′ do primeiro tempo – Expulsões: Fedato e Eurico aos 44′ do segundo tempo.
Palmeiras: Leão; Eurico, Luís Pereira, Minuca e Dé; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Pio (Fedato). Técnico: Mário Travaglini. São Paulo: Sérgio; Pablo Forlan, Jurandir, Arlindo e Gilberto Sorriso; Édson Cegonha e Gérson; Terto, Toninho Guerreiro, Pedro Rocha (Carlos Alberto) e Paraná. Técnico: Brandão.
Minuca deixou o Parque Antártica no findar de 1971.
De acordo com o site palmeiras.com.br, sua última partida aconteceu em 10 de outubro de 1971, na vitória por 2×0 diante do Sport Recife pelo campeonato brasileiro.
Minuca, que com seu bom humor alegrava o ambiente monótono das concentrações, fez parte de grandes conquistas na famosa Academia.
Foi campeão paulista de 1966, da Taça Brasil 1967, do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967 e 1969 e do Troféu Internacional Ramón de Carranza, também em 1969.
Pelo Palmeiras, Minuca esteve em campo em 194 oportunidades. Foram 109 vitórias, 42 empates, 43 derrotas e 1 gol marcado. Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.
Em seguida, Minuca foi defender o Marília Atlético Clube até 1975, quando encerrou sua carreira como jogador profissional e trabalhou como treinador na Associação Atlética Votuporanguense.
Continuou ligado ao futebol jogando no time de estrelas do Milionários. Minuca também trabalhou nas categorias amadoras do alviverde e foi o responsável pela revelação do ex-goleiro Velloso.
Bom humor, companheirismo e profissionalismo, foram os grandes legados deixados por Minuca, que faleceu em 23 de abril de 2010.
O ex-jogador foi vitimado por um infarto em sua casa, no bairro do Mandaqui, Zona Norte da capital paulista, onde morou por quase 50 anos.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Hedyl Valle Junior, Manoel Motta, Michel Laurence, Narciso James e Ricardo Chaves), revista do Esporte, revista Grandes Clubes Brasileiros, revista Manchete, revista Stadion, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal da Tarde, campeoesdofutebol.com.br, futebolinterior.com.br, gazeta esportiva.net, memorialesportivo.com.br, palmeiras.com.br, site do Milton Neves, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, albumefigurinhas.no.comunidades.net.