Lalá… garantia de uma boa prosa  

Tags

, , , ,

Muito querido em Santos, cidade que escolheu para viver depois que deixou o futebol, Lalá é sempre lembrado pela coletividade do alvinegro praiano. Alegre e comunicativo, o ex-goleiro é garantia de uma boa prosa!    

Conhecido no mundo da bola como “Lalá”, o descendente de italianos Carlos Pierin nasceu no dia 28 de agosto de 1934, na cidade de Lapa (PR). Iniciou sua caminhada esportiva em meados de 1949, no União Esporte Clube de sua cidade natal.

Na juventude, Lalá trabalhava junto com seus irmãos mais velhos, que entre tantas empreitadas estabeleceram uma empresa beneficiadora de café, no interior do Estado do Paraná. (Fonte: museudapessoa.org).

Inicialmente, o espigado Lalá tentou seguir como centroavante, mas acabou debaixo das balizas. Em 1955 foi transferido para o extinto Clube Atlético Ferroviário de Curitiba (PR), onde ganhou especial destaque.

Formado em Contabilidade em 1958, o futebol foi aos poucos conquistando uma maior importância em sua vida. Em franca ascensão, Lalá permaneceu nas fileiras do Ferroviário até 1959, quando foi indicado ao Santos Futebol Clube pelo ex-jogador José Ferreira.

Na Vila Belmiro, partindo da esquerda; Getúlio, Lalá, Pepe, Coutinho e Pagão. Crédito: revista do Esporte número 37 – 21 de novembro de 1959.
O União Esporte Clube de Lapa (PR), foi o primeiro time da Lalá em 1949. Inicialmente tentou seguir como centroavante, mas acabou debaixo das balizas. Depois passou para o Clube Atlético Ferroviário de Curitiba (PR), onde ganhou especial destaque. Crédito: revista do Esporte número 39 – 5 de dezembro de 1959.

Lalá chegou na Vila Belmiro bem otimista e pronto para brigar pela posição de titular com Laércio e Manga. Dono do próprio passe, o paranaense esperava fazer um bom “pé-de-meia” jogando no Santos. (Fonte: Revista do Esporte número 39 – 5 de dezembro de 1959).

O primeiro desafio aconteceu entre os meses de maio e julho de 1959, em uma longa excursão aos gramados da Europa. Em grande forma, Lalá aproveitou sua chance e foi muito bem na histórica vitória sobre o Barcelona por 5×1 (28 de junho de 1959, no Estádio Camp Nou).

De acordo com o site “acervosantosfc.com”, o time praiano disputou na Europa um total de 22 compromissos; com 13 vitórias; 5 empates e 4 derrotas. Com tantos jogos e pouco tempo para descansar, o saldo da excursão foi bem positivo.

Vice-campeão da Taça Brasil 1959, o guarda-metas paranaense esteve perto de ser negociado com o Esporte Clube Taubaté (SP). Entretanto, o apoio do companheiro Manga (Agenor Gomes) foi determinante para sua continuidade na Vila Belmiro.

Ao longo de sua permanência no elenco praiano, Carlos Pierin disputou um total de 58 partidas e participou de conquistas importantes, tanto no cenário doméstico como no cenário internacional.

Contador recém formado, o jovem goleiro paranaense espera vencer na Vila Belmiro! Crédito: revista do Esporte número 39 – 5 de dezembro de 1959.
Lalá e Manga, juventude e experiência na meta do Santos. Crédito: revista do Esporte número 67 – 18 de junho de 1960.

Lalá conquistou o Torneio Teresa Herrera 1959, Torneio de Valência 1959, campeonato paulista de 1960, bicampeonato do Torneio de Paris 1960 e 1961, Triangular da Costa Rica em 1961, Torneio Pentagonal de Guadalajara 1961, Torneio da Itália 1961 e o bicampeonato paulista de 1961.

Conforme publicado na Revista do Esporte número 139, de 4 de novembro de 1961, Lalá não progrediu nas negociações de renovação contratual com os dirigentes do Santos, o que representou o aparecimento de outras oportunidades.

Sendo assim, Lalá partiu confiante para uma nova etapa no exterior. Defendeu primeiramente o Atlas Fútbol Club (México) entre 1962/1963, onde conquistou o título de campeão da Copa México em 1962.

Posteriormente passou pelo Atlante Fútbol Club (México) entre 1963/1964, Club Zacatepec (México) entre 1964/1965 e por último o La Salle Fútbol Club (Venezuela) em 1965.

O goleiro regressou ao Brasil no findar de 1965 para uma rápida passagem pelo mesmo Santos. Não assinou contrato, mas foi utilizado em alguns amistosos. Depois defendeu o Paulista Futebol Clube de Jundiaí (SP) e Associação Portuguesa de Desportos (SP), sua última equipe.

O goleiro Lalá esteve perto de ser negociado com o Esporte Clube Taubaté (SP). Entretanto, o apoio do companheiro Manga (Agenor Gomes) foi determinante para sua continuidade na Vila Belmiro. Crédito: revista do Esporte número 67 – 18 de junho de 1960.
Dono do próprio passe desde que deixou o Paraná, Lalá pretende fazer um bom “pé-de-meia” jogando no Santos. Crédito: revista do Esporte número 67 – 18 de junho de 1960.

Abaixo, uma das participações de Lalá defendendo o Paulista de Jundiaí. O amistoso contra o Corinthians terminou empatado em 1×1, jogo realizado no Estádio Alfredo Schürig. (Fonte: Almanaque do Corinthians –  Celso Dario Unzelte):

27 de setembro de 1967 – Amistoso – Corinthians 1×1 Paulista de Jundiaí – Estádio Alfredo Schürig – São Paulo (SP) – Árbitro: Valdemar Antônio de Oliveira – Gols: Benê para o Corinthians; e Mazolinha para o Paulista de Jundiaí.

Corinthians: Diogo; Pedro Rodrigues, Mendes, Luís Carlos e Jorge Corrêa; Badeco e Luís Américo (Tião); Marcos, Benê, Prado (Nunes) e Lima. Paulista de Jundiaí: Lalá; Deleu, Jurandir, Valdir e Cisca; Tião Macalé e Nilo; Zico (Mazolinha), Raimundinho, Manuelzinho (Zé Luís) e Djalma.

Quando deixou os gramados no findar de 1968, Lalá prosseguiu com os estudos e formou-se em Educação Física. Em seguida trabalhou como preparador na Portuguesa Santista e depois como treinador de goleiros no Santos.

Vida que segue, Lalá encontrou prosperidade em várias iniciativas comerciais; como Lava-Rápido, Lanchonete, Loja de Material Esportivo e até uma Academia. Também acumulou funções como Tesoureiro da Associação de Masters do Santos Futebol Clube.

Entre 1962 e 1965, Lalá jogou no futebol mexicano e venezuelano. Voltou ao Brasil no findar de 1965, para uma rápida passagem pelo mesmo Santos em alguns amistosos. Depois defendeu o Paulista de Jundiaí e Portuguesa de Desportos, sua última equipe. Crédito: revista do Esporte número 73 – 30 de julho de 1960.
Como o contrato com o Santos não foi renovado, Lalá partiu confiante para uma nova etapa no exterior. Crédito: revista do Esporte número 139 – 4 de novembro de 1961.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por João Carlos Rodriguez, Marcelo Rezende e Sérgio Martins), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte, Jornal A Gazeta Esportiva, acervosantosfc.com (por Gabriel Santana), campeoesdofutebol.com.br, museudapessoa.org, site do Milton Neves (por Raphael Cavaco, Gustavo Grohmann e Rogério Micheletti), santosfc.com.br (por Gabriel Pierin), Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte.