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O América do ilustre torcedor e comentarista José Trajano, finalmente exorcizou seus traumas em 1960. 

Fantasmas remanescentes de ingratas jornadas, quando deixou escapar o título para o Vasco da Gama em 1950 e para o Flamengo, nas edições de 1954 e 1955.

O tão falado campeonato carioca de 1960 contou com 12 participantes, que jogaram na habitual fórmula de turno e returno. 

Na última rodada do segundo turno, o quadro alvirrubro bateu o Fluminense de virada por 2×1 no Maracanã. Foi o primeiro campeão do estado da Guanabara, com 37 pontos ganhos.

O Fluminense, que só precisava do empate para levantar o “caneco”, sucumbiu ao bom futebol praticado pelo time do técnico Jorge Vieira, com uma das melhores formações da história do clube.

Crédito: revista do Esporte.

Amaro, em destaque, durante treino do América. Crédito: oglobo.globo.com.

Com um trabalho bem planejado, o jovem Jorge Vieira iniciou assim sua caminhada como um dos maiores estrategistas do futebol brasileiro.

Entre os guerreiros da inesquecível batalha contra o Fluminense, encontramos Amaro, um incansável e valente médio-volante, homem de total confiança da Comissão Técnica alvirrubra.

18 de dezembro de 1960 – Campeonato carioca segundo turno – América 2×1 Fluminense – Estádio do Maracanã – Árbitro: Wilson Lopes de Souza – Gols: Pinheiro aos 26’ do primeiro tempo; Nilo aos 49′ e Jorge aos 78′ do segundo tempo.

América: Ari; Jorge, Djalma Dias, Wilson Santos e Ivan; Amaro e João Carlos; Calazans, Antoninho (Fontoura), Quarentinha e Nilo. Técnico: Jorge Vieira. Fluminense: Castilho; Marinho, Pinheiro, Clóvis e Altair; Edmílson e Paulinho (Jair Francisco); Maurinho, Waldo, Telê Santana e Escurinho. Técnico: Zezé Moreira. 

Amaro ao lado de Garrincha. Crédito: oglobo.globo.com.

Amaro, em grande fase, sonhava com o bicampeonato carioca e com o bicampeonato mundial pela Seleção Brasileira no Chile. Crédito: revista do Esporte número 132 – 16 de setembro de 1961.

Amaro Viana Barbosa nasceu em Campos (RJ), no dia 11 de abril de 1937.

Depois de jogar nas categorias amadoras do Bonsucesso Futebol Clube, Amaro chegou ao América, clube onde assinou seu primeiro compromisso profissional, em meados de 1957.

Com o grande triunfo do América em 1960, Amaro foi lembrado para o escrete canarinho em 1961. Permaneceu ainda por algum tempo no futebol carioca, antes de ser negociado com a Juventus da Itália por uma quantia considerada milionária.

Conforme artigo publicado pelo Jornal O Globo, com o montante da venda do jogador para o clube italiano, o América investiu o capital na ampliação de seu patrimônio.

O então presidente Giulitte Coutinho comprou o terreno no Andaraí, onde foi erguido o Estádio Wolney Braune, que anos mais tarde foi transformado em um Shopping Center.

Crédito: revista do Esporte número 161 – 7 de abril de 1962.

Amaro e Julinho Botelho. Crédito: reprodução revista A Gazeta Esportiva Ilustrada.

Mas o carioca Amaro não se adaptou ao clima e muito menos ao futebol “força” jogado nos gramados italianos.

Retornou ao futebol brasileiro no findar de 1962, quando acertou suas bases contratuais para defender o Sport Club Corinthians Paulista.

Ao lado de Oreco, Eduardo, Ari Clemente, Valmir, Clóvis, Augusto; e dos goleiros Aldo e Heitor, Amaro formou boas linhas defensivas.

No entanto, apesar do grande esforço, Amaro não conseguiu o tão sonhado título paulista pelo Corinthians. O jogador permaneceu no Parque São Jorge até 1965, quando seu passe foi negociado com a Associação Portuguesa de Desportos.

A transação entre Corinthians e Portuguesa de Desportos envolveu também o lateral direito Augusto, já que o consagrado Jair Marinho interessava bastante ao alvinegro.

Crédito: revista do Corinthians número 132 – 13 de novembro de 1962.

Amaro confere o noticiário de sua chegada no Corinthians ao lado de Renê de Toledo. Crédito: revista do Corinthians número 132 – 13 de novembro de 1962.

No time do Parque São Jorge, Amaro disputou um total de 106 partidas com 52 vitórias, 25 empates, 29 derrotas e 6 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do Corinthians, do autor Celso Dario Unzelte.

Na Lusa, Amaro disputou apenas 29 compromissos e marcou 2 gols. No findar da temporada de 1967, o médio-volante voltou ao Rio de Janeiro para novamente jogar pelo Bonsucesso, onde também deixou os gramados em 1969.

Em seguida iniciou sua trajetória como treinador no mesmo América, clube que o consagrou para o palco do futebol.

Amaro Viana Barbosa faleceu no dia 21 de setembro de 2010, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Crédito: revista do Esporte número 230 – 3 de agosto de 1963.

Crédito: revista do Esporte número 238 – Setembro de 1963.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Corinthians, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado, revista Manchete, revista Manchete Esportiva, revista O Cruzeiro, Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, Jornal O Globo, cacellain.com.br, campeoesdofutebol.com.br, globoesporte.globo.com, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), oglobo.globo.com, Almanaque do Corinthians – Celso Dario Unzelte.