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Campeonato paulista de 1956, Club Gimnasia y Esgrima de Mendoza, Luís Carlos Bonelli, Mendoza - Argentina
Ao longo de sua rica história, o São Paulo Futebol Clube contou com inúmeros estrangeiros em suas fileiras, especialmente os argentinos e os reverenciados uruguaios, com quem o clube mantém uma forte identificação.
Em nossa página de hoje, “Tardes de Pacaembu” apresenta o goleiro argentino Luís Carlos Bonelli, nascido na província de Mendoza, em 25 de junho de 1928.
São parcos os registros do início de sua carreira. Algumas fontes apontam o seu aparecimento no Club Gimnasia y Esgrima de Mendoza. Posteriormente, Bonelli foi transferido para o Comercial Futebol Clube de Ribeirão Preto (SP).
Jogando pelo Comercial, Bonelli apresentou um rendimento satisfatório, embora seu nome tenha aparecido em uma suspeita de suborno justamente no clássico Come-Fogo, um 3×3 bastante disputado.
“A suspeita cresceu bastante imediatamente depois do discutido empate entre Botafogo e Comercial. Na semana seguinte, o sorridente Bonelli apareceu para treinar pilotando uma motocicleta do ano”. (Revista Placar número 482, página 22 – Edição de 20 de julho de 1979 – Matéria assinada por Sidnei Quartier).

Como não ganhava o suficiente para tanto e os salários do Comercial estavam atrasados, os dirigentes do time de Ribeirão Preto logo desconfiaram que algo estava errado.
Contratado pelo São Paulo Futebol Clube em meados do mês de fevereiro de 1956, Bonelli disputou muitos compromissos na temporada, inclusive o clássico decisivo do certame paulista diante do Santos.
(*) Empatados na liderança da “Série Azul” da tabela de classificação, Santos e São Paulo precisaram decidir o título em uma partida extra, um confronto bem movimentado e que foi vencido pelo quadro praiano pelo placar de 4×2.
E no referido duelo contra o Santos, Bonelli acabou envolvido em outro suposto suborno, conforme reportagem assinada por José Maria de Aquino na revista Placar número 603, página 55 – Edição de 4 de dezembro de 1981.
Na semana que antecedeu ao grande jogo, a cidade de Santos foi invadida por uma verdadeira onda de boatos de suborno, os quais diretamente direcionados aos jogadores santistas Hélvio, Manga e Ivan.


O goleiro Manga entrou em campo para enfrentar o São Paulo, mas Hélvio e Ivan foram barrados pela Comissão Técnica do Santos, que preferiu não arriscar em comprometer os referidos jogadores em caso de uma derrota.
Com uma espetacular virada santista, o título de 1956 ficou na Vila Belmiro. Por outro lado, o goleiro Bonelli foi acusado de ser o verdadeiro “gaveteiro”, fato determinante para o seu desligamento do São Paulo. Abaixo os registros do clássico que decidiu o campeonato:
3 de janeiro de 1957 – Campeonato paulista – Santos 4×2 São Paulo – Jogo Extra – Estádio Pacaembu (SP) – Árbitro: Erwin Hieger – Gols: Feijó, Del Vecchio (2) e Tite para o Santos; Zezinho (2) para o São Paulo.
Santos: Manga; Wilson e Feijó; Ramiro, Formiga e Zito; Tite, Jair Rosa Pinto, Pagão, Del Vecchio e Pepe. Técnico: Lula. São Paulo: Bonelli; Clélio e Mauro; Sarará, Vitor e Alfredo; Maurinho, Zezinho, Gino, Dino e Canhoteiro. Técnico: Vicente Feola.
Conforme publicado no site “saopaulofc.net”, o goleiro Bonelli defendeu o tricolor paulista em 52 compromissos no período compreendido entre 25 de março de 1956 e 3 de janeiro de 1957. Foram 33 vitórias, 9 empates e 10 derrotas.


Contratado pelo Esporte Clube Taubaté (SP) para disputar o campeonato paulista de 1957, Bonelli entrou em declínio, não conseguindo se firmar como titular absoluto.
Abaixo, uma das participações do goleiro Bonelli defendendo o Taubaté. Foi o segundo compromisso do “Burro da Central” no campeonato paulista de 1957:
16 de junho de 1957 – Campeonato paulista – Fase de Classificação – Taubaté 2×2 Corinthians – Campo do Bosque – Taubaté (SP) – Árbitro: Valter Galera – Gols: Tek e Mário para o Taubaté; Zague e Olavo para o Corinthians.
Taubaté – Bonelli, Rubens, Porunga, Orlando Maia e Ivan; Celso, Alcino e Augusto; Mário, Tek e Evaldo. Corinthians: Gylmar, Olavo, Oreco, Idário e Walmir; Roberto Belangero, Beni e Luizinho; Paulo, Zague e Boquita.
Depois da modesta passagem pelo Taubaté, não foram encontrados registros devidamente confirmados sobre a continuidade da carreira profissional de Luís Carlos Bonelli.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por José Maria de Aquino e Sidnei Quartier), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada (por Carlos de Morais), revista Esporte Ilustrado (por Alberto Ferreira, Leunam Leite e Luís Mendes), Jornal A Gazeta Esportiva, Jornal Mundo Esportivo, campeoesdofutebol.com.br, saopaulofc.net, site do Milton Neves (por Rogério Micheletti), Livro: A História do Campeonato Paulista – André Fontenelle e Valmir Storti – Publifolha, albumefigurinhas.no.comunidades.net.