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campeão paulista de 1931, Clube de Regatas Tietê, Luiz Mesquita de Oliveira, São Paulo da Floresta
Ele nunca foi um cabeceador que metesse medo. Mas sua habilidade e velocidade eram componentes perfeitos para seus arremates certeiros de perna direita.
Apesar de carioca, sua carreira foi erguida no futebol paulista e muito identificada com o São Paulo Futebol Clube.
Luiz Mesquita de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 29 de março de 1911. *Algumas fontes publicam a data de nascimento em 25 de junho de 1912.
Luizinho Mesquita apareceu para o futebol em meados de 1928, no time do Anglo Brasileiro. Logo em seguida foi encaminhado ao Club Atlético Paulistano.
Em janeiro de 1930, Luizinho chegou ao recém fundado São Paulo da Floresta, onde conquistou o campeonato paulista de 1931 (Associação Paulista de Sports Athleticos).
Nos anos seguintes, o Palestra Itália dominou o cenário conquistando os “canecos” de 1932, 1933 e 1934.
Esse domínio do Palestra Itália não ofuscou o futebol de Luizinho, que fez parte da Seleção Brasileira no mundial de 1934 na Itália.
Em 1935 existia uma disputa política no São Paulo da Floresta. Alguns diretores apoiavam uma fusão com o Clube de Regatas Tietê e o consequente encerramento do Departamento de Futebol.
Com dissidências no clube e o agravamento da crise, Luizinho foi jogar pelo Clube Atlético Estudante Paulista.
Mais tarde firmou compromisso com o Palestra Itália, apesar da insatisfação de alguns colegas, que achavam que ele deveria continuar sua carreira no recém fundado São Paulo Futebol Clube.
No certame paulista de 1936 (Liga Paulista de Futebol), Luizinho foi campeão pelo Palestra Itália. Em 1937 foi vice-campeão do Torneio Sul-Americano pela Seleção Brasileira, quando foi o artilheiro da equipe ao lado de Patesko, com 4 gols marcados.
Em 1938 Luizinho foi convocado para disputar sua segunda Copa do Mundo realizada na França.
Novamente campeão paulista pelo Palestra Itália em 1940 (Liga de Foot-Ball do Estado de São Paulo), Luizinho voltou ao São Paulo em 1941 para viver o período mais produtivo de sua carreira.
Conquistou títulos e esteve presente em várias oportunidades defendendo o selecionado paulista.
Conforme registros do Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, Luizinho realizou 163 jogos pelo Palestra Itália com 110 vitórias, 31 empates, 22 derrotas e 123 gols marcados.
Em 1941, o São Paulo chegou ao vice-campeonato. No ano seguinte, o tricolor reforçou suas fileiras na badalada contratação de Leônidas da Silva e depois com o lendário Sastre.
Esperto, Luizinho alertava os beques adversários sobre o perigo que Leônidas e Sastre representavam. Dessa forma, o próprio Luizinho jogava mais solto e sempre pronto para disparar em velocidade.
Nos primeiros anos da “Era Pacaembu”, o Palestra Itália e o Corinthians ainda mandavam no futebol paulista. O Palestra Itália foi campeão em 1940, o Corinthians levou o caneco em 1941 e o rebatizado Palmeiras foi campeão em 1942.
Em todos os cantos da cidade, os torcedores diziam que essas conquistas alternadas entre alvinegros e alviverdes dificilmente seria quebrada.
Uma rotina que ficou famosa pela metáfora da moeda, que depois de lançada para o alto, ao cair, oferecia apenas duas opções previamente conhecidas: Cara ou coroa, ou o mesmo que Corinthians e Palmeiras!
Mas Luizinho e seus companheiros quebraram essa regra e conquistaram o título paulista de 1943, quando a tal moeda finalmente “caiu em pé”.
Em 1944 Luizinho foi o artilheiro do campeonato paulista com 22 gols marcados, mesmo ano em que disputou sua última partida pela Seleção Brasileira, contra o Uruguai no Pacaembu.
Bicampeão paulista em 1945 e 1946, Luizinho deixou os gramados. Formado em Direito em 1940, Luizinho trabalhou posteriormente como juiz do TJD – Tribunal de Justiça Desportiva.
Ao todo, foram 135 jogos disputados pelo São Paulo com 88 vitórias, 25 empates, 22 derrotas e 96 gols marcados. Os números foram publicados pelo Almanaque do São Paulo, do autor Alexandre da Costa.
Luiz Mesquita de Oliveira faleceu no dia 27 de dezembro de 1983, na cidade de São Paulo (SP).
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada (por Elias Moreno e José Bento), revista Esporte Ilustrado, revista Grandes Clubes Brasileiros, Jornal A Gazeta Esportiva, campeoesdofutebol.com.br, estadao.com.br, esporte.uol.com.br, gazeta esportiva.net, museudosesportes.blogspot.com, palmeiras.com.br, saopaulofc.net, site do Milton Neves (por Marcelo Rozenberg), Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, Almanaque do São Paulo – Alexandre da Costa.