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campeão paulista de 1963, Carlos Bilardo, Grêmio Esportivo Bagé, José Ernâni da Rosa, Tupãzinho do Palmeiras
Tupãzinho também foi um desses craques que morreram cedo demais!
Filho de Tupan Ernâni dos Santos e Vicentina da Rosa, José Ernâni da Rosa nasceu na cidade de Bagé (RS), em 26 de outubro de 1939.
Sempre ao lado do pai, que também foi jogador de futebol, José Ernâni recebeu o apelido de “Tupãzinho” ainda na infância.
É bem verdade que quando chegou ao Grêmio Esportivo Bagé, lá pelos idos de 1956, os companheiros o conheciam apenas como “Camarguinho”, tal a semelhança com o atacante Oneci Camargo, que também jogou pelo Bagé.
Tupãzinho fez suas primeiras partidas pelo time principal do Bagé em 1958. No ano seguinte conquistou o título metropolitano da cidade.
Considerado uma grande revelação do cenário gaúcho, o América do Rio de Janeiro foi o primeiro clube interessado em seu futebol. Mas os dirigentes não chegaram ao acordo financeiro e Tupãzinho voltou para Bagé.
No início da temporada de 1961, o Grêmio Bagé passava por um momento financeiro difícil e aceitou vender o passe de Tupãzinho por 300 mil cruzeiros ao maior rival, o Guarany Futebol Clube.
Apesar dos protestos inflamados da torcida, Tupãzinho precisou honrar o compromisso!
Com a camisa alvirrubra do Guarany, Tupãzinho mostrou todo seu talento com grandes apresentações. Principalmente em 1962, quando o Guarany ficou em terceiro lugar no campeonato gaúcho, sendo superado apenas pela dupla “Grenal”.
No início do mês de janeiro de 1963, Tupãzinho foi negociado com a Sociedade Esportiva Palmeiras por 20 milhões de cruzeiros. Uma valorização e tanto!
O filho ilustre de Bagé chegou ao Palestra Itália como um ilustre desconhecido, mas não demorou para revelar suas qualidades. Aproveitado na composição de meia cancha ou ainda como atacante, Tupãzinho encantava pela enorme categoria!
Entre os grandes momentos vividos no Parque Antártica, Tupãzinho participou da equipe que representou o Brasil por conta das festividades de inauguração do Estádio do Mineirão em 1965, quando venceram o Uruguai por 3×0.
Abaixo, os registros do histórico confronto em que a “Celeste” não foi páreo para os comandados do técnico Filpo Nuñez:
7 de setembro de 1965 – Amistoso internacional – Brasil (Palmeiras) 3×0 Uruguai – Estádio Magalhães Pinto (Mineirão) – Árbitro: Eunápio de Queiroz – Gols: Rinaldo aos 27’ e Tupãzinho aos 35’ do primeiro tempo; Germano aos 29’ do segundo tempo.
Brasil (Palmeiras): Valdir (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo (Dario). Técnico: Filpo Nuñez. Uruguai: Taibo (Fogni); Cincunegui (Brito), Manicera e Caetano; Nuñes (Lorda) e Varela; Franco, Silva (Vingile), Salva, Dorksas e Espárrago (Morales).
Outra página marcante de sua trajetória foi escrita no domingo de 19 de novembro de 1967. Tupãzinho decidiu o “Derby” que ficou famoso pelo rumo certeiro de seus chutes carregados de veneno.
Com 2 gols de falta, praticamente da mesma distância, Tupãzinho deu números finais ao placar e praticamente sepultou a carreira do goleiro Barbosinha do Corinthians!
Seu futebol também foi determinante no honroso vice-campeonato da Taça Libertadores da América de 1968. Foram 3 emocionantes confrontos diante do Estudiantes da Argentina.
Carlos Bilardo, meio-campista do Estudiantes e técnico da Argentina nas Copas do Mundo de 1986 e 1990, não pensou muito para responder sobre os maiores jogadores brasileiros de sua época:
– O negro (Pelé), o loiro (Ademir da Guia) e Tupãzinho, aquele com uma perna torta igual ao Garrincha!
Tupãzinho levantou vários “canecos” pelo Palmeiras: Campeonato paulista 1963 e 1966, Torneio Rio São Paulo 1965, Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ambos em 1967.
Foi o primeiro artilheiro alviverde na Taça Libertadores com 11 gols marcados. Também foi um dos maiores artilheiros da história do clube; com 122 gols em 231 partidas disputadas.
Os números foram publicados pelo Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.
Bem remunerado, além das costumeiras premiações, Tupãzinho ganhava o suficiente para custear seus caprichos pelos cassinos uruguaios.
Era também um frequentador assíduo dos melhores endereços da badalada noite paulistana.
Tupãzinho foi negociado com o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense em dezembro de 1968. Sofrendo os efeitos de vários procedimentos cirúrgicos nos meniscos, seu futebol não apresentou mais o mesmo rendimento.
Em seguida atuou pelo Nacional Futebol Clube de Manaus, equipe onde encerrou a carreira profissional no início da década de 1970.
Novamente em São Paulo, Tupãzinho foi viver ao lado das filhas e ainda batia sua bolinha no badalado time do Milionários, sempre com grandes estrelas do futebol do passado.
Morando em um apartamento próprio no bairro de Campos Elíseos, Tupãzinho continuou batalhando pela vida em sua agência de automóveis.
Internado no Hospital Iguatemi, Zona Sul de São Paulo, Tupãzinho faleceu de Aneurisma Cerebral em 16 de fevereiro de 1986. O ex-jogador do Palmeiras passou mal enquanto trabalhava em um salão de carteado.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar (por Carlos Maranhão, João Carlos Rodriguez, José Maria de Aquino e Ronaldo Kotscho), revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista do Esporte (por Luís Oliveira), revista El Gráfico, revista Esporte Ilustrado, revista Grandes Clubes Brasileiros, Jornal A Gazeta Esportiva, campeoesdofutebol.com.br, gebage.com, jornalminuano.com.br, palmeiras.com.br, site do Milton Neves, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.